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Comportamento

Dia dos Namorados: ações também podem ser presentes para a data

Casais trocam os presentes convencionais por ativos, mas especialistas sugerem ter um objetivo em comum

Dia dos Namorados: ações também podem ser presentes para a data
Priscilla Veras presenteou o marido Marcos com bitcoins (Foto: Arquivo Pessoal)
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  • Trocar um objeto por um jantar ou uma viagem já faz parte da rotina de muitos casais, mas um presente que começa a entrar na lista dos namorados é um ativo de investimento
  • Depois de quatro anos de namoro, mais 15 de casada, a empreendedora Priscilla Veras decidiu presentear o marido Marcos com bitcoins. Segundo ela, investimentos são assuntos diários
  • Para Adriano Germenink, especialista da equipe de Estratégia da Ágora Investimentos, mais do que dar uma ação de presente é ideal que o casal tenha um objetivo financeiro em comum

O Dia dos Namorados é neste sábado (12). Para muita gente, a data vem com o desafio de encontrar um mimo que agrade o parceiro ou parceira. Trocar um objeto por um jantar ou uma viagem já faz parte da rotina de muitos casais, mas um presente que começa a entrar na lista dos namorados é um ativo de investimento. No entanto, é importante fazer a manutenção, especialmente quando o casal possui uma meta em comum.

O presente diferenciado pode ser uma alternativa para incentivar o respectivo amor a começar a investir ou uma solução para quem já tem muitos anos juntos e esgotou a criatividade para presentes.

Depois de quatro anos de namoro, mais 15 de casada, a empreendedora Priscilla Veras decidiu presentear o marido Marcos com bitcoins. “Como temos muito tempo juntos, pensamos em presentear com experiências e, por conta da pandemia, essas possibilidades estão mais limitadas. Até o jantar vai ser em casa. Pensei no que seria interessante e achei que ele gostaria de ganhar a criptomoeda”, fala Priscilla.

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Segundo ela, investimentos são assuntos diários. Os dois já investem em ações, fundos e criptos, além de influenciar o filho de nove anos a aplicar 30% do que recebe de mesada em um fundo, que considera uma “poupança” mais lucrativa.

Ela complementa dizendo que roupas, relógio ou algum outro tipo de objeto é dado em qualquer época do ano, dependendo da necessidade dela ou marido. Mas em datas especiais preferem presentear com algo que tenha duração maior. Como não é possível transferir ações pelas corretoras convencionais, ela decidiu dar as criptomoedas pela plataforma de troca Binance. Ela acredita que o marido deve dar algo semelhante, mas os dois mantêm segredo.

Como fazer?

Para Adriano Germenink, especialista da equipe de Estratégia da Ágora Investimentos, mais do que dar uma ação de presente é ideal que o casal tenha um objetivo financeiro em comum. Seja uma viagem, compra de um imóvel ou até a própria festa de casamento.

Com a meta em mente, cada um pode abrir uma conta em uma corretora, caso não tenha, e fazer a troca dos valores necessários para comprar um ativo.

Também é importante que o casal cuide da manutenção periódica da carteira. “Um ótimo início para quem ainda não tem experiência, é seguir as recomendações da corretora escolhida para nortear os investimentos”, explica.

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Ele complementa que é possível comprar ativos em nome de outra pessoa. Entretanto, é um processo burocrático. Outra opção é habilitar a possibilidade de outra pessoa administrar a conta na plataforma da corretora, o que pode ser mais arriscado.

Bia Moraes, educadora financeira da Ativa Investimentos, comenta que muitas marcas que são comumente dadas como presentes estão disponíveis na Bolsa. No setor de vestuário, o Grupo Soma (SOMA3), Hering (HGTX3), Arezzo (ARZZ3) Le Lis Blanc (LLIS3) e Track&Field (TFCO4). Entre os eletroeletrônicos, Magazine Luiza (MGLU3), Lojas Americanas (LAME4).

“É comum ver casais trocando jóias e relógios. No lugar dos objetivos, dar uma ação de marcas como Vivara (VIVA3) ou Technos (TECN3) pode ser um ‘empurrão’ para incentivar o amado ou amada a começar a investir. Sem contar as possibilidades dos BDRs, imagina ganhar uma ação da Microsoft (MSFT34) e Amazon (AMZO34)”, explica. Ela destaca a possibilidade de multiplicação, mesmo que inicialmente seja um valor menor, é uma oportunidade de pensar no futuro.

Moraes comenta que nos EUA já é possível comprar até vale-presente de ações. Entretanto, por conta do número de investidores no Brasil ainda ser baixo, não existem possibilidades como esta.

Parceria no amor e nas finanças

Apesar de nunca terem presenteado um ao outro com ações, a enfermeira Roberta Nobre, 24, e o investidor Walter Piragine, 26, dedicam parte do tempo juntos para falar sobre investimentos. Juntos há quatro anos, o casal divide a compra de ações na Bolsa de Valores brasileira e acumulam bons resultados. “Esse mundo de perdas e ganhos tem sido mais de ganhos”, comemora Roberta.

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Foi Walter, com experiência de quase meia década no mercado de ações, quem trouxe a possibilidade para o relacionamento. A ideia, a princípio, seria usar a quantia resgatada para o lazer. Com o tempo, no entanto, a dinâmica se tornou parte da vida a dois. “Pensei nisso para gerar um bem-estar financeiro para gente, não só agora, como investimento de curto prazo, para a gente curtir nossa juventude, mas também para nossa aposentadoria.”, relembra o investidor.

O casal investe tanto em renda variável quanto em renda fixa. Além de servir como uma reserva de dinheiro, os esforços para acompanhar o mercado financeiro tem um objetivo: compartilhar a vida juntos no futuro. Roberta e Walter, agora, pensam a longo prazo. “Temos planos de morar fora sem estar muito preocupados com a vida financeira. Pensamos até em passar um tempo sem trabalhar. Se a gente não se organizar, tudo vai embora”, projeta a enfermeira.

Essa confluência de objetivos, coloca o professor Fábio Gallo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), só tem a acrescentar à dinâmica financeira do casal. A aproximação através das finanças, inclusive, aproxima os enamorados e aumenta a confiança dentro do relacionamento. “É um dos aspectos que geram companheirismo. Esse conjunto é que une mais o casal gerando mais laços afetivos por conta de mostras de confiança mútua. Um acreditando no outro”, diz o professor, também colunista do Estadão.

O hábito de investir ‘em dupla’ ainda não é tão comum no Brasil, aponta Gallo, e aqueles que desejam abordar o assunto com o parceiro ou parceira devem ser sinceros sobre os objetivos. “Abordar a questão de maneira franca e direta. E deve começar no namoro, decidindo como repartir a conta de saídas e jantares. Depois em gastos do dia-a-dia”, aconselha./

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Colaborou Cindy Damasceno, especial para o Estadão

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