- No day trade, a compra e venda de um ativo financeiro é realizada no mesmo dia e na mesma quantidade
- No curto prazo, o risco do investimento é alto e não é incomum ver as pessoas perderem muito dinheiro, principalmente se o day trader não é um especialista
- De acordo com o estudo ‘Day traders experientes e consistentes’, dos 1.218 day traders ‘experientes’, 652 (54%) apresentaram prejuízo no período entre 2012 e 2017
Nos últimos anos, o interesse pelas operações de day trade entre pessoas físicas disparou. Nessa modalidade, a compra e venda de um ativo financeiro é realizada no mesmo dia e na mesma quantidade – pelo curto prazo, o risco do investimento é alto e não é incomum ver as pessoas perderem muito dinheiro, principalmente se o day trader não é um especialista.
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Essa realidade fica ainda clara quando analisadas as operações de curto prazo feitas por pessoas físicas na Bolsa entre os anos de 2012 e 2017 (última data disponível). De acordo com o estudo ‘Day traders experientes e consistentes’, realizado por Fernando Chague (EESP-FGV) e Bruno Giovannetti (EESP-FGV), dos 1.218 day traders ‘experientes’, que realizaram pelo menos uma operação de day trade em 90% dos 72 meses do período analisado, 652 (54%) apresentaram prejuízo.
Entre os que conseguiram algum retorno, apenas 62 (5%) obtiveram lucro bruto mensal médio acima de R$ 10 mil, considerado pela publicação um saldo ‘economicamente significativo’. E quanto melhor o resultado, mais o funil se estreita: somente 28 (2,3%) conseguiram lucro bruto mensal médio acima de R$ 20 mil. Apenas 1 investidor conseguiu ganhos acima de R$ 50 mil.
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Na prática, o day trader consegue ganhar dinheiro em dois cenários diferentes. No primeiro ele compra um determinado ativo, o preço sobe e faz a venda por um valor mais alto do que pagou. No segundo ele vende o ativo, o preço cai e aí ele volta a comprá-lo pagando mais barato.
“Concluímos que o número de pessoas que conseguem apresentar resultados consistentes e economicamente significativos a partir da atividade de day-trade é extremamente reduzido, principalmente se comparado a outras profissões com possibilidades de ganhos equivalentes”, explicam Chague e Giovannetti.
Os autores ainda citam que, no Brasil, existem pelo menos 500 mil médicos, 800 mil engenheiros e 1,1 milhão de advogados – profissões cujos salários são maiores que R$ 10 mil por mês -, sem falar dos 600 mil servidores públicos federais (dos quais, 44% ganham acima dessa quantia).