Comportamento

Banco europeu fecha acordo milionário para pagar vítimas de tráfico sexual

A instituição seguiu trabalhando com Jeffrey Epstein mesmo após todas as denúncias de tráfico sexual

Banco europeu fecha acordo milionário para pagar vítimas de tráfico sexual
Jeffrey Epstein em imagem divulgada pela New York State Division of Criminal Justice Services (Foto: New York State Division of Criminal Justice Services/Reuters)
  • O Deutsche Bank irá pagar US$ 75 milhões para encerrar uma proposta de ação coletiva que acusa o banco de facilitar a quadrilha de tráfico sexual de Jeffrey Epstein
  • O regulador financeiro do Estado de Nova York também já havia multado o Deutsche em US$ 150 milhões em 2020 por não monitorar adequadamente suas negociações com Epstein.
  • A acusação ao Deutsche Bank foi uma de duas ações judiciais que acusavam bancos por permitir que Epstein traficasse sexualmente mulheres

O Deutsche Bank irá pagar US$ 75 milhões para encerrar uma proposta de ação coletiva que acusa o banco de facilitar a quadrilha de tráfico sexual de Jeffrey Epstein, disseram advogados que processaram o banco em nome das supostas vítimas, informou a Dow Jones Newswires.

Epstein se matou em uma prisão federal em Nova York, em 2019, enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual.

Uma mulher identificada como Jane Doe entrou com a ação no ano passado em Nova York em nome dela mesma e de outras vítimas. Ela alegou que o Deutsche Bank fez negócios com Epstein por cinco anos, sabendo que ele estava usando dinheiro em suas contas bancárias para promover o tráfico sexual.

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Procurado pelo E-Investidor, o Deutsche Bank ainda não se posicionou sobre o caso.

Ainda de acordo com a Dow Jones, o regulador financeiro do Estado de Nova York também já havia multado o Deutsche em US$ 150 milhões em 2020 por não monitorar adequadamente suas negociações com Epstein.

Doe alegou que foi abusada sexualmente por Epstein e traficada para seus amigos entre 2003 e 2018. Ela também foi paga em dinheiro por atos sexuais. O processo alega que o Deutsche Bank ignorou sinais de alerta, incluindo pagamentos a várias mulheres.

Dylan Riddle, porta-voz do Deutsche Bank, se recusou a comentar o acordo, mas disse que o banco investiu mais de 4 bilhões de euros, o equivalente a US$ 4,34 bilhões, para reforçar controles, treinamento e processos operacionais, e aumentou o tamanho de sua força de trabalho dedicado ao combate ao crime financeiro.

A acusação ao Deutsche Bank foi uma de duas ações judiciais que acusavam bancos por permitir que Epstein traficasse sexualmente mulheres. A outra ação é contra o J.P. Morgan Chase.

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Os processos foram abertos quando o estado de Nova York permitiu, durante um ano, que pessoas agredidas sexualmente pudessem entrar com ações judiciais, independentemente de quando o crime ocorreu.

As Ilhas Virgens dos EUA também processou o J.P. Morgan no final do ano passado, alegando que o banco facilitou o tráfico e abuso sexual de Epstein, ao permitir que ele permanecesse como cliente e enviando dinheiro às vítimas.

Ambos os processos contra o JP Morgan estão em andamento, e Jamie Dimon, o CEO do banco, deve depor ainda neste mês, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

Epstein foi cliente do J.P. Morgan de 1998 até 2013, quando o banco fechou suas contas, e recorreu ao Deutsche Bank nessa data. Ambos os bancos trabalharam com Epstein após ele se declarar culpado em 2008 por solicitar prostituição de um menor de idade.

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