- Aplicativos como o InstaMoney e o Money Looks enganam usuários com promessas de ganhos fáceis
- Influenciadores digitais com milhões de seguidores seguem divulgando o InstaMoney mesmo com a reputação do app já conhecida
- Usuários não conseguem responsabilizar as empresas por trás dos aplicativos e acabam registrando denúncias contra plataformas de intermediação de pagamentos
A expectativa de ganhar uma renda extra com pouco esforço segue atraindo usuários de redes sociais para golpes impulsionados por influenciadores digitais. As plataformas mais conhecidas prometem até R$ 347 por dia em troca de curtidas ou avaliações de produtos. O problema é que o negócio é rentável apenas para os golpistas, que cobram uma taxa inicial para os interessados.
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O mais conhecido é o InstaMoney. O E-Investidor já escreveu conteúdos de alerta sobre o aplicativo em fevereiro e no início deste mês. O custo do app é de R$ 147, com a promessa de ganhos de até R$ 200 por dia, apenas dando “likes” em publicações do Instagram. Nas redes sociais e no Reclame Aqui, são vários os relatos apontando que o retorno financeiro não existe.
Mesmo com a reputação do aplicativo já conhecida, influenciadores com até milhões de seguidores seguem fazendo a divulgação do InstaMoney para seus públicos. Mostrando supostos ganhos obtidos com facilidade, as “webcelebridades” usam de sua credibilidade para enganar os seguidores.
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Outro aplicativo que tem aparecido nas redes sociais de famosos é o “Money Looks”. O app promete dinheiro em nome da Shein em troca de avaliações de looks. Para participar do negócio é preciso desembolsar R$ 97. Já o ganho diário prometido é de até R$ 347.
Segundo os golpistas, os ganhos com avaliações de looks são justificados pela suposta falência da Shein. Os usuários estariam ajudando a empresa a selecionar apenas as melhores roupas para serem produzidas e colocadas à venda. A Shein divulgou nota negando a relação com o app.
Responsabilizações
Como não é possível encontrar registro de quem está por trás dos aplicativos, não há, até o momento, reclamações com o CNPJ dessas supostas empresas. As denúncias de usuários acabam sendo registradas contra as plataformas de intermediação dos pagamentos.
No entanto, essas instituições não podem ser responsabilizadas pelo uso que outras empresas fazem delas. A explicação é de que a instituição financeira que atua como meio de pagamento não integra diretamente a cadeia de consumo.
“Não há como responsabilizá-la por defeitos ou problemas na prestação de serviço de outras empresas que utilizam tais plataformas, como em caso de fraude cometida por terceiro”, afirma o sócio do escritório Serur Advogados, Fabricio da Mota Alves.