- Além da busca por maiores rendimentos, a instabilidade gerada pela crise sanitária fez com que investidores preferissem aplicações de prazos mais curtos
- O estudo do Yubb comparou o comportamento do investidor no ano anterior ao isolamento social e no período afetado pela chegada da covid-19
- “Essa mudança de comportamento mostra a falta de confiança dos investidores em deixarem o seu dinheiro investido por mais tempo", explica Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb
A pandemia mudou a rotina de populações do mundo todo e em diversas áreas, como educação, comércio e entretenimento. Nos investimentos, não teria como ser diferente. Com a queda mais acelerada dos juros em função da paralisação econômica, muitos investidores passaram a migrar da renda fixa para a Bolsa de Valores.
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Além da busca por maiores rendimentos, a instabilidade gerada pela crise sanitária fez com que investidores preferissem aplicações de prazos mais curtos. Esta foi a conclusão de um levantamento inédito realizado pelo Yubb, buscador de investimentos.
O estudo comparou o comportamento do investidor no ano anterior ao isolamento social (entre março de 2019 e março de 2020) e no período afetado pela chegada da covid-19 (março de 2020 a março de 2021).
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Segundo os dados de pesquisa, o prazo mais buscado durante a pandemia para investimentos foi de 6 a 12 meses, contra 24 a 36 meses em 2019. Em segundo lugar entre as preferências desde a chegada do coronavírus no Brasil, estão prazos ainda mais curtos, de até seis meses. Entre março de 2019 a março de 2020, essa posição correspondia a aplicações de 36 a 48 meses.
Posição | Prazos mais buscados antes da pandemia (março/2019 a março/2020) |
Prazos mais buscados durante a pandemia (março/2020 a março/2021) |
1º | De 24 a 36 meses | De 6 a 12 meses |
2º | De 36 a 48 meses | Até 6 meses |
3º | De 12 a 24 meses | De 12 a 24 meses |
4º | De 6 a 12 meses | De 24 a 36 meses |
5º | Até 6 meses | De 36 a 48 meses |
De acordo com Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb, a questão dos prazos é um ótimo termômetro para aferir o nível de confiança do investidor na economia brasileira. “O período anterior à pandemia foi um momento de menor volatilidade nos investimentos e de expansão econômica, e os investidores claramente privilegiaram investimentos mais longos”, afirma. “Em outras palavras, os investidores estavam mais confiantes e propensos a deixar o seu dinheiro investido por mais tempo”.
Já no período posterior ao início da pandemia, a confiança dos investidores foi minada pelas incertezas trazidas pelo vírus. “Essa mudança de comportamento mostra a falta de confiança dos investidores em deixarem o seu dinheiro investido por mais tempo. Afinal, com o aumento da inflação, a redução dos postos de trabalho, a queda do poder aquisitivo e a crise econômica, é natural que as pessoas prefiram ter liquidez imediata”, conclui Pascowitch.
No total, o Yubb analisou 187 milhões de buscas realizadas no buscador de investimentos no período entre 01 de março de 2019 a 01 de março de 2021. Foram consideradas as buscas com base em valores de até R$ 50.000 e sem limite de prazo de vencimento.