Comportamento

Pandemia impulsiona investimentos de curto prazo, diz levantamento

Segundo o buscador Yubb, os dados refletem a falta de confiança do investidor na economia brasileira

Foto: Pixabay
  • Além da busca por maiores rendimentos, a instabilidade gerada pela crise sanitária fez com que investidores preferissem aplicações de prazos mais curtos
  • O estudo do Yubb comparou o comportamento do investidor no ano anterior ao isolamento social e no período afetado pela chegada da covid-19
  • “Essa mudança de comportamento mostra a falta de confiança dos investidores em deixarem o seu dinheiro investido por mais tempo", explica Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb

A pandemia mudou a rotina de populações do mundo todo e em diversas áreas, como educação, comércio e entretenimento. Nos investimentos, não teria como ser diferente. Com a queda mais acelerada dos juros em função da paralisação econômica, muitos investidores passaram a migrar da renda fixa para a Bolsa de Valores.

Além da busca por maiores rendimentos, a instabilidade gerada pela crise sanitária fez com que investidores preferissem aplicações de prazos mais curtos. Esta foi a conclusão de um levantamento inédito realizado pelo Yubb, buscador de investimentos.

O estudo comparou o comportamento do investidor no ano anterior ao isolamento social (entre março de 2019 e março de 2020) e no período afetado pela chegada da covid-19 (março de 2020 a março de 2021).

Preencha os campos abaixo para que um especialista da Ágora entre em contato com você e conheça mais de 800 opções de produtos disponíveis.

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade do Estadão , com a Política de Privacidade da Ágora e com os Termos de Uso

Obrigado por se cadastrar! Você receberá um contato!

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Segundo os dados de pesquisa, o prazo mais buscado durante a pandemia para investimentos foi de 6 a 12 meses, contra 24 a 36 meses em 2019. Em segundo lugar entre as preferências desde a chegada do coronavírus no Brasil, estão prazos ainda mais curtos, de até seis meses. Entre março de 2019 a março de 2020, essa posição correspondia a aplicações de 36 a 48 meses.

Posição Prazos mais buscados antes da pandemia
(março/2019 a março/2020)
Prazos mais buscados durante a pandemia
(março/2020 a março/2021)
De 24 a 36 meses De 6 a 12 meses
De 36 a 48 meses Até 6 meses
De 12 a 24 meses De 12 a 24 meses
De 6 a 12 meses De 24 a 36 meses
Até 6 meses De 36 a 48 meses

De acordo com Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb, a questão dos prazos é um ótimo termômetro para aferir o nível de confiança do investidor na economia brasileira. “O período anterior à pandemia foi um momento de menor volatilidade nos investimentos e de expansão econômica, e os investidores claramente privilegiaram investimentos mais longos”, afirma. “Em outras palavras, os investidores estavam mais confiantes e propensos a deixar o seu dinheiro investido por mais tempo”.

Já no período posterior ao início da pandemia, a confiança dos investidores foi minada pelas incertezas trazidas pelo vírus. “Essa mudança de comportamento mostra a falta de confiança dos investidores em deixarem o seu dinheiro investido por mais tempo. Afinal, com o aumento da inflação, a redução dos postos de trabalho, a queda do poder aquisitivo e a crise econômica, é natural que as pessoas prefiram ter liquidez imediata”, conclui Pascowitch.

No total, o Yubb analisou 187 milhões de buscas realizadas no buscador de investimentos no período entre 01 de março de 2019 a 01 de março de 2021. Foram consideradas as buscas com base em valores de até R$ 50.000 e sem limite de prazo de vencimento.