- O Tesouro Nacional está preparando um pacote de medidas para popularizar os títulos do Tesouro Direto
- Entre elas, está a possibilidade dos títulos públicos serem utilizados como garantias em empréstimos e caução em aluguéis
- Especialistas veem a ideia com bons olhos
A venda de títulos do Tesouro Direto a pessoas físicas bateu um recorde histórico ao somar R$ 6,842 bilhões no mês de março, o maior volume mensal desde o lançamento do programa em 2002. Agora, a gestão de Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda tem novos planos para avançar na popularização desses investimentos.
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Como mostrou o Estadão nesta reportagem, o Tesouro Nacional prepara um pacote de novas medidas que devem chegar ao mercado em julho. Entre elas, a possibilidade de que investidores utilizem seus títulos públicos como garantias em financiamentos ou como caução em aluguéis.
A ideia é bem vista pelos especialistas ouvidos pelo E-Investidor, que explicam que o projeto pode ter dois lados positivos, um para o público, outro para as instituições financeiras.
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“Isso pode ajudar a população a se programar financeiramente no médio e no longo prazo com a criação de novos títulos, além de auxiliar as pessoas no crédito, já que poderão usar estes ativos como garantia para empréstimos e caução de aluguéis, por exemplo”, diz Fabio Louzada, economista, analista CNPI, planejador financeiro e fundador da Eu Me Banco.
Além disso, a medida também ajuda as instituições a se assegurarem em caso de empréstimos tendo, como consequência, aumento na oferta de recursos no Brasil. “Dado que as instituições financeiras vão contar com essas garantias adicionais, isso vai aumentar a oferta de crédito e também tende a melhorar o nível da taxa de juros”, afirma Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação para investidores.
A proposta, se for realmente colocada em prática, também é celebrada pelos especialistas como uma boa forma de incentivar a educação financeira do País. Esta pesquisa da Anbima mostra que a caderneta de poupança ainda ocupa o posto de modalidade preferida dos brasileiros para aplicar dinheiro, ainda que existam outros investimentos com o mesmo grau de segurança que oferecem rentabilidade maior – caso do próprio Tesouro Direto. Nesta reportagem, mostramos outros 5 ativos, além dos títulos públicos, com rendimentos melhores que a poupança.
“Temos uma baixíssima educação financeira no Brasil e mais de R$ 1 trilhão parados na poupança, aquele instrumento bancário horrível de guardar dinheiro”, destaca Rodrigo Correa, estrategista chefe e sócio da Nomos.”Qualquer tipo de trabalho que seja feito para fomentar a guardar dinheiro por meio de bons instrumentos de renda fixa é bem-vindo”, diz.