Publicidade

Educação Financeira

Como usar o cashback do cartão de crédito para ganhar dinheiro

Confira as opções do mercado de investback e dicas para aproveitar ao máximo a nova modalidade de benefício

Como usar o cashback do cartão de crédito para ganhar dinheiro
Cartão de crédito pode ser aliado, desde que usado corretamente (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
O que este conteúdo fez por você?
  • Bancos criaram modalidade de cashback em que valor retorna por meio de títulos de renda, rendendo ainda mais dinheiro.
  • O E-Investidor apurou os regulamentos dos principais cartões com investback no mercado brasileiro. Benefício pode ajudar a construir patrimônio.

O cashback surgiu como uma nova maneira de oferecer descontos e fidelizar o consumidor. Com o tempo, virou até benefício para os clientes de bancos: surgiram cartões de crédito que, no fechamento da fatura, retornam parte dos gastos mensais na conta. Hoje em dia, o “dinheiro de volta” pode virar ainda mais dinheiro: o investback é uma forma de cashback na qual o valor é retornado por meio de títulos de renda.

Além de unificar programas de fidelidade num único serviço, facilitando as finanças pessoais, a ideia do benefício é que o cliente, só com gastos do dia a dia, construa seu patrimônio aos poucos e de modo constante, mesmo sem perceber. No investback, o valor retornado vira um título de renda fixa que começa a render imediatamente, compensando perdas inflacionárias e, no longo prazo, gerando ganho real para o detentor do título.

O E-Investidor apurou os regulamentos dos principais cartões com investback no mercado brasileiro. Conversamos com representantes das instituições financeiras que oferecem o benefício para entender o perfil de cliente para o qual o investback é uma boa opção e em que medida o investidor pode agregar valor ao portfólio utilizando um cartão do gênero.

Antes de começar

O investback é um benefício ligado aos cartões de crédito, um produto que pode auxiliar no planejamento financeiro se for utilizado de modo adequado. “Você precisa ter ciência do seu orçamento para utilizar o cartão como ferramenta de organização. Às vezes, as pessoas confundem e usam como extensão do salário. É aí que perdemos dinheiro”, afirma Pablo Ganassim, consultor financeiro e professor universitário.

Publicidade

Conteúdos e análises exclusivas para ajudar você a investir. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Antes de aderir ao investback, o cliente deve se atentar ao regulamento do produto escolhido, de modo a avaliar, com base na própria realidade, se um cartão de crédito será útil no orçamento. “Cada um de nós tem uma estrutura financeira pessoal e temos que eleger o benefício que melhor atende essa estrutura”, diz Ganassim.

Pablo avalia que um cashback diretamente no cartão pode ser interessante na medida que, no varejo, as promoções de “dinheiro de volta” são pulverizadas, fazendo o consumidor se perder em meio a tantas opções. “Cada um deles funciona de uma forma e isso compromete o planejamento. É questão de se organizar, de modo a concentrar os esforços”, explica o consultor.

Renda fixa

A maior parte dos investbacks está associada a títulos de renda fixa. Porém, por mais que renda fixa seja uma opção estável, segura e conservadora para o portfólio de investimentos, o correntista deve fazer uma avaliação do produto para o qual o cashback do cartão de crédito será destinado, considerando o rendimento e a liquidez da aplicação.

“O tipo de produto pode impactar no resgate, ou seja, o momento em que trago o dinheiro para a minha conta”, destaca Pablo Ganassim. “Vale lembrar que a maioria dos investimentos tem incidência de Imposto de Renda e funciona de modo regressivo. Quanto menos tempo [da aplicação ao resgate], mais imposto”, completa o consultor.

De acordo com Pablo, as modalidades de renda fixa variam até mesmo em características contratuais. “Esse dinheiro vai virar algum lastro, uma garantia para o cartão de crédito? Se for Recibo de Depósito Bancário (RDB) não pode, mas Certificado de Depósito Bancário (CDB), sim”, diz Ganassim.

Publicidade

Confira, a seguir, os principais cartões com investback no banking brasileiro.

Ágora Visa Infinite

O Ágora Visa Infinite, da corretora Ágora Investimentos, é emitido em parceria com o Bradesco (BBDC4) e fornece um investback de 1% dos gastos na fatura. Além disso, o cartão dá desconto de 50% no valor da corretagem para operações no mercado à vista via home broker ou app da Ágora. Para aderir, basta ser cliente da Ágora e solicitar uma análise de crédito.

A anuidade é de R$ 99 mensais, sendo que há a isenção do valor para clientes com gastos na fatura acima de 7 mil reais ou correntistas com mais de 50 mil reais investidos em ativos na Ágora. O investback está limitado ao montante de R$ 6 mil em 12 meses, sendo que, por mês, o valor máximo para o cashback é de R$ 1.900.

O fundo atrelado ao cartão está indexado no Certificado de Depósito Interbancário (CDI, referência de rendimentos de ativos), possui taxa de administração de 0,50% e há tributação de Imposto de Renda em longo prazo.

XP Visa Infinite

A XP Investimentos foi a primeira instituição financeira do Brasil a promover um cartão de crédito utilizando o termo investback. Essa escolha, segundo Ciro Moreira, head de cartões da companhia, está ligada ao perfil de cliente da corretora. “O investidor tem uma lógica de transformar dinheiro em mais dinheiro. Para esse perfil, pontos e milhagem não são dinheiro e não entram nessa lógica”, afirma CiroMoreira.

O investback, completa, surgiu como “um benefício que pudesse ajudar o cliente na sua formação de patrimônio”. O fundo ao qual o investback do cartão XP está associado rende 100% do CDI. Moreira afirma que, num primeiro plano, esse aporte compõe uma estratégia de renda fixa.

Publicidade

Mas, segundo análises internas, o investback também tem sido utilizado pelos clientes da XP que desejam assumir mais riscos em suas estratégias de investimento. “Pense num cliente com uma carteira conservadora. Aquele dinheiro extra do investback é um recurso que ele se sente mais confortável para testar, aplicar em outras estratégias”, analisa Ciro Moreira. “Apesar do fundo ser de renda fixa, ele compõe a estratégia dos mais variados perfis, podendo ser uma iniciação para investimentos de maior risco”, completa o head de cartões.

Para aproveitar o benefício ao máximo, no entanto, o cliente deve se atentar ao regulamento do produto, que estabelece regras como patrimônio mínimo e piso de gastos para o retorno da fatura em forma de investimentos. Há duas categorias de cartões: o XP Visa Infinite One e o XP Visa Infinite (apenas).

Para obter o cartão One, o cliente deve ter, pelo menos, R$ 5 mil em ativos na XP investimentos. Com o One, o investback varia de acordo com os gastos da fatura. Se o cliente gastar até R$ 1.500 no mês, não há investback; de R$ 1.500 a R$ 3.000, o investback é de 0,5%; a partir de R$ 3.000, o retorno chega a 1%.

Com o XP Visa Infinite, toda compra, de modo independente aos gastos mensais, gera um investback de 1%. No entanto, para aderir a esse produto, o cliente deve ter pelo menos R$ 50 mil em patrimônio aplicados na XP.

Publicidade

Ambos os produtos não têm anuidade. Para o resgate do fundo, não há taxa de administração e a incidência do Imposto de Renda é em tributação de longo prazo.

Cashback nos cartões do Banco do Brasil

No Banco do Brasil (BBAS3), o correntista pode optar por um cashback creditado ou na conta corrente ou como cota de um fundo de investimento de renda fixa. O benefício é válido para todos os cartões do banco, exceto os co-branded, e o porcentual de retorno varia conforme o perfil de relacionamento do cliente.

Cartões do grupo Doméstico e Internacional recebem 0,15% de cashback; cartões Gold e Elo Mais, 0,30%; Platinum e Grafite, 0,75%; os grupos Infinite, Nanquim e Black recebem 1% dos gastos de volta; o cartão Altus, por fim, retorna 1,5% da fatura.

O valor das anuidades, tal como as condições de isenção, variam de produto a produto. O fundo para o qual se destina o cashback é da modalidade renda fixa simples. Isso significa que 95% do patrimônio do fundo estão posicionados em títulos de dívida do governo ou em ativos de risco semelhante. A liquidez do fundo é diária e não há período de carência. Para o resgate, há a incidência de Imposto de Renda de curto prazo e a taxa de administração possui um valor máximo de 0,15%.

Por enquanto, a adesão ao benefício de cashback deve ser feita numa agência do Banco do Brasil. Os valores acumulados com o investback não são cumulativos aos pontos dos programas Dotz e Livelo.

Meu Porquinho, do Banco Inter

Diversos serviços do Banco Inter oferecem cashback ao correntista, do cartão de crédito ao marketplace. Com o Meu Porquinho, o cliente pode escolher se deseja resgatar esses variados cashbacks para a sua conta corrente ou, visando uma estratégia de poupança, destiná-los automaticamente para um CDB que rende 100% do CDI e conta com liquidez diária. Há a incidência de Imposto de renda no momento do resgate.

Publicidade

“É uma forma do cliente pegar o dinheiro que está voltando para ele, nos mais variados tipos de cashback, e transformá-lo num investimento, de forma arentabilizá-lo”, destaca Erick Scott Hood, head de Produtos & Portfólios da InterInvest. Segundo ele, o Meu Porquinho está voltado para engajar o correntista que está começando a investir. “Tem um viés educacional muito forte”, diz.

Além disso, o Inter Invest, plataforma de investimentos do banco, conta com fundos para os quais o investidor, a depender de seu perfil de relacionamento, pode receber de volta um porcentual do aporte. Esse é um benefício disponível para clientes One, Black e Win.

Ao investir nesses fundos, o valor retornado é calculado a partir da taxa de rebate, uma comissão paga a quem distribui e comercializa o fundo no mercado. Na prática, esse cashback funciona como um desconto na taxa de administração do fundo e varia entre 20% a 50% do valor de rebate.

Ultravioleta, do Nubank

O Nubank não utiliza o termo investback em suas comunicações oficiais, mas o Ultravioleta, cartão black do banco, fornece aos correntistas um cashback associado a um rendimento de 200% do CDI. Ao comprar no cartão de crédito, 1% dos gastos da fatura retornam ao cliente Ultravioleta por meio de um RDB com liquidez diária.

Isso quer dizer que o resgate é imediato, de modo que o usuário pode deixar o dinheiro rendendo, converter o saldo em milhas Smiles ou, simplesmente, resgatar os fundos direto para a conta corrente. Não há a incidência de Imposto de Renda no momento do resgate.

Publicidade

Na prática, e se o cliente assim preferir, o cartão converte um porcentual dos gastos mensais em títulos de renda. Deixar o dinheiro rendendo nesse RDB, sem movimentá-lo para outros fins, pode ser uma opção interessante para o investidor que quer poupar sem esforço.

De acordo com Rusen Baragiola, líder da área de cartões do Nubank, a flexibilidade do Ultraviolenta é pensada de modo a “dar total autonomia para que o cliente possa usar seu dinheiro do jeito e na hora que preferir”. O perfil dessa modalidade, segundo Barigiola, é o “cliente de alta renda, um dos segmentos que queremos engajar cada vez mais dentro da nossa base”.

Para aderir ao Ultravioleta, o Nubank cobra uma mensalidade de R$ 49,90. Esse valor é isento para clientes que gastem ao menos R$ 5 mil na fatura ou que tenham a partir de R$ 50 mil investidos pela plataforma NuInvest.

Rico Visa Infinite

A corretora de investimentos Rico faz parte do Grupo XP e também possui um cartão de crédito com investback. As regras do Rico Visa Infinite são similares às dos cartões XP, contando com piso de ativos para solicitar o cartão e valores distintos de investback de acordo com a faixa de gastos da fatura. Para aderir, o cliente deve criar uma conta digital na plataforma e aplicar pelo menos R$ 1 mil nos ativos da corretora. Após a análise de crédito e liberação do produto, o correntista deve se atentar à faixa de gastos mensais.

O investback só é aplicado nas faturas a partir de R$ 1.500. De R$ 1.500 a R$ 3.000, o retorno é de 0,5% dos gastos; de R$ 3.000 em diante, passa a ser de 1%. Quando o investback chega a R$ 10, o valor é depositado em um fundo que rende 100% do CDI, sem taxa de administração. O Rico Visa Infinite não possui anuidade. Para o resgate do fundo, há a incidência de Imposto de Renda de longo prazo.

Sem investback

O Santander (SANB11) afirmou que não conta com nenhum cartão com investback no catálogo. O Itaú (ITUB4), em nota, informou à reportagem que também não oferece a modalidade em seus cartões.

Potencializando seus ganhos

Ao aderir a um cartão de crédito com investback, vale lembrar que o benefício não é excludente a outras práticas que podem otimizar suas economias. A vantagem competitiva do investback é, justamente, gerar uma captação extra, um valor não previsto no orçamento que, além de tudo, passa a render ainda mais. As plataformas de compras focadas em cashback, por exemplo, oferecem descontos de modo independente ao meio de pagamento utilizado.

As economias, nesse caso, podem ser cumulativas: o consumidor ganha um porcentual como investimento e outro como dinheiro na conta. Além disso, os emissores de cada cartão apresentado nessa matéria oferecem, por meio dos respectivos aplicativos de relacionamento, marketplaces em que os correntistas podem encontrar promoções com valores especiais para o investback.

Web Stories

Ver tudo
<
Mega-Sena: Números sorteados do concurso 2806 de hoje, terça-feira (10)
Cafeteira elétrica, de espresso ou coador: qual aumenta mais a conta de luz?
5 vantagens de fazer a Declaração do Imposto de Renda
Como declarar bens adquiridos fora do Brasil?
Cartão de crédito: bancos lançam novidade para diminuir dívidas; entenda
14º salário para aposentados cai neste mês?
Starlink: qual o plano mais barato da internet do Elon Musk?
Descubra como ganhar R$ 3 mil por mês com ações destas 5 empresas
Como investir em vinho? Confira as melhores dicas
Nota Fiscal Paulista sorteia R$ 2 milhões para encerrar 2024; veja quando
Parcelado ou à vista? Descubra o jeito certo de fazer compras grandes
5 mudanças que vão fazer seu dinheiro render mais em 2025
>