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- O movimento de otimismo que embalou o mercado de ações na reta final de 2023 está gerando um efeito colateral: a volta das ofertas subsequentes, também conhecidas como follow-on
- Nessas operações, os acionistas têm duas opções: comprar novas ações para manter sua posição ou ser diluído com a emissão de novos ativos
- Especialistas explicam como avaliar qual das alternativas faz mais sentido
O movimento de otimismo que embalou o mercado de ações na reta final de 2023 está gerando um efeito colateral: a volta das ofertas subsequentes, também conhecidas como follow-on. Como mostramos nesta reportagem, janeiro foi um mês marcado por movimentações de empresas como Inter (INBR32), da Vulcabras (VULC3) e da Energisa (ENGI11) nesse sentido.
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No lado das empresas, a oferta de ações funciona como uma alternativa para capitalizar recursos e financiar projetos, fazer novos investimentos ou até mesmo organizar a casa. Para o lado do acionista, no entanto, a operação nem sempre é positiva.
Quando uma empresa faz um follow-on, novas ações são emitidas no mercado, o que significa que para manter o mesmo porcentual do capital da companhia o investidor precisa fazer novos aportes e comprar mais posições. Mas esse não é um movimento obrigatório. É o que especialistas chamam de Direito de Subscrição – uma possibilidade dada aos acionistas para adquirir novos papéis em proporção ao volume que já possuem, antes que os novos papéis emitidos no follow-on sejam oferecidos ao público geral.
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“O investidor não tem a obrigação de participar, mas, se quiser, conseguirá manter a mesma proporção que tinha antes no porcentual da companhia”, explica Glauco Legat, sócio da TRAAD Investimentos.
Quando participar de um follow-on?
Os especialistas explicam que participar ou não de um follow-on tem que ser avaliado como uma nova decisão de investimento. Se o investidor ainda acredita na tese da companhia, acha que ela pode gerar bons resultados e levar o papel a uma valorização de longo prazo, então pode ser uma boa ideia comprar novas ações e evitar a diluição.
Mas o contrário também é verdadeiro. “Se a empresa vai a mercado captar recurso, mas não está ‘bem das pernas’, o follow-on pode ser apenas mais uma forma daquela companhia continuar queimando caixa nas suas operações. Nesse caso, o investidor não deve participar do follow-on”, destaca Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos.
Leonardo Piovesan, CNPI e analista fundamentalista da Quantzed, traz um outro ponto: para quem optar por participar do follow on, é preciso tomar cuidado para, ao evitar a diluição, não acabar com a carteira concentrada em um só ativo. “Para entrar no follow-on o investidor terá que achar capital, talvez vender uma outra ação da carteira para aumentar a participação na companhia. Isso significa se concentrar mais ainda na empresa que está fazendo a oferta. Eu me atentaria a isso”, ressalta.