Educação Financeira

Pix para fora do Brasil? Banco Central diz que só em 2022 ou 2023

Internacionalização do sistema de pagamento está nos planos

Pix para fora do Brasil? Banco Central diz que só em 2022 ou 2023
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  • Banco Central diz que possibilidade de fazer transações internacionais via Pix está na agenda
  • Grande desafio é o sistema regulatório, que interfere em questões cambiais
  • Sistema entra em funcionamento no Brasil dia 16 de novembro

O Banco Central mira a internacionalização do Pix, sistema instantâneo de pagamentos que entrará em operação em novembro, mas esse processo só deve ocorrer em 2022 ou 2023, afirmou nesta terça-feira (6) o diretor de Organização do Sistema Financeiro da autarquia, João Manoel de Mello.

“Possibilidade de você fazer um Pix fora do Brasil está na agenda evolutiva do Pix, mas não para ano que vem”, disse ele em evento promovido pela Focaccia Amaral Lamonica (FAS) Advogados.

O diretor de Regulação do BC, Otavio Damaso, afirmou, no mesmo evento, que hoje há “pouca envergadura” para avançar em inovações regulatórias envolvendo questões de câmbio porque a legislação cambial é arcaica e não permite.

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Nesse sentido, ele defendeu que a proposta de modernização cambial enviada pelo governo ao Congresso no fim do ano passado irá, quando aprovada, abrir espaço para uma regulação mais flexível e alinhada com os tempos modernos.

Usuários podem se cadastrar no PIX

Desde o dia 5 de outubro, usuários de todo o Brasil podem cadastrar suas chave de uso do Pix. Segundo o Banco Central, foram 3,5 milhões de cadastros somente no primeiro dia, movimento que levou a lentidão e travamento nos aplicativos de diversos bancos.

O Pix é um novo sistema de transferência financeira desenvolvido pelo Banco Central. Com ele, será possível realizar transações e transferências em tempo real, 24 horas por dia, também aos finais de semana e feriados. A tecnologia é vista como um concorrente mortal à TED (Transferência Eletrônica Disponível) e ao DOC (Documento de Ordem de Crédito), métodos mais utilizados para transferências eletrônicas, porém com limitação de dia e horário, além de cobrança por operação. O Pix é gratuito para pessoas físicas.

O Pix também é visto como uma ameaça a cartões de débito e crédito, repetindo o que já acontece em países pobres da África, onde o mobile money substituiu o dinheiro em papel durante a pandemia, e principalmente na China, onde os gigantes AliPay, da Alibaba, e WeChat Pay (da Tencent) dominam as movimentações de dinheiro do dia a dia. Globalmente, Mastercard e Visa estão revendo suas estratégias para não perder terreno nos pagamentos digitais.

O que fazer para começar a utilizar o Pix

O cadastramento é um processo necessário para quem quiser usar o Pix a partir de 16 de novembro, quando o sistema efetivamente entra em funcionamento. Desde segunda-feira as instituições financeiras e de pagamento estão entrando em contato com seus clientes para a realização do cadastro e a escolha das chaves de segurança, que podem ser o CPF, RG ou endereço de e-mail. A chave é repassada ao Banco Central, que registra a chave no sistema.

O E-Investidor levantou 10 perguntas e respostas para você entender o funcionamento do Pix. Também realizamos uma live com especialistas, inclusive do Banco Central, para explicar os detalhes do sistema de transferência eletrônica e seus efeitos no mercado financeiro.

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* Com informações da Reuters

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