Os brasileiros estão com maior dificuldade de comprar passagens aéreas desde a pandemia da covid-19. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as tarifas subiram 47,24% no acumulado dos últimos 12 meses. Apenas em dezembro, a alta correspondeu a 8,87%.
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Existem vários motivos para a forte alta dos preços das passagens aéreas como os custos dolarizados do setor, a alta dos combustíveis e o endividamento das empresas. Contudo, eles exigem que os brasileiros procurem muito mais por estratégias de economias na hora de planejar uma viagem.
Os últimos dados disponíveis da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de outubro de 2023, mostram que 2,41 milhões de assentos para voos nacionais foram comercializados pelas companhias aéreas. O volume é 28,9% menor em comparação ao mesmo período de 2019.
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Já em relação às tarifas, os brasileiros desembolsaram em média, durante o mesmo período, R$ 741,47 para voos domésticos. O valor é 26,3% maior em comparação ao mesmo período de 2019, quando os gastos ficaram em torno de R$ 587,26 – vale ressaltar que os preços estão corrigidos pela inflação.
Alta dos combustíveis
Em entrevista para esta reportagem, Marcus Quintella, diretor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de Transportes aponta a alta dos combustíveis como fator preponderante para as tarifas elevadas. “O custo do combustível no Brasil chega a comprometer de 35% a 40% do custo da passagem aérea. Na Europa, fica uns 25% e nos Estados Unidos em torno de 22% a 23%”, diz Quintella.
De acordo com a Anac, o preço do querosene de aviação (QAV), combustível utilizado para as aeronaves, ficou em média de R$ 4,44 em outubro do ano passado, um valor 12% menor ante o mesmo período de 2022. No entanto, o preço está 92,1% acima do comparado ao de outubro de 2019 (R$ 2,31), considerando que os dados dos preços do combustível são nominais.
Problemas nas aeronaves
Devido à demanda reprimida durante os períodos de isolamento social, os problemas na fabricação e na manutenção das aeronaves também impedem o barateamento dos bilhetes. Paralelo a isso, as companhias aéreas ficaram mais endividadas em função dos períodos mais críticos da pandemia que causaram uma queda abrupta da demanda de voos.
Os efeitos ainda são sentidos pelas companhias, mesmo com uma retomada das viagens. No início desta semana, por exemplo, o mercado repercutiu a notícia, de um possível pedido de recuperação judicial (RJ) da GOL (GOLL4) nos Estados Unidos. Desde então, as ações da companhia seguem com sucessivas quedas e acumulam em janeiro uma desvalorização de 21,29%.
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