As Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) são investimentos de renda fixa que atraem muitos investidores devido a sua isenção de impostos. Os interessados podem achá-la muito interessante olhando para as suas vantagens, mesmo que não tragam tanta rentabilidade. Para entender o que influencia os títulos, é preciso compreender seu funcionamento.
Os títulos de LCA se assemelham a um empréstimo: o investidor compra a “dívida” de uma instituição e, depois de determinado tempo, recebe o valor de volta acrescido dos juros. Além disso, existem as modalidades prefixada e pós-fixada para esse investimento. Na primeira, é possível saber exatamente o retorno final na hora da compra do LCA.
Já a segunda modalidade têm parte do rendimento atrelado a indicadores econômicos que podem ser o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ou a Selic, taxa básica de juros do País. Esses três indicadores fazem o rendimento oscilar e o preço final não é conhecido, mas pode ser previsto e analisado. Vamos entender melhor sobre essa “sopa de letrinhas”.
Os CDIs também funcionam como um empréstimo, mas, neste caso, entre instituições financeiras. Essa taxa, também conhecida como taxa DI, existe devido à exigência do Banco Central (BC) para que os bancos encerrem o expediente com mais dinheiro entrando do que saindo. Em caso de saldo negativo, os bancos realizam empréstimos para cobrir essa diferença.
Sua principal função é acompanhar a variação da taxa Selic e representar as condições de liquidez do mercado. Por exemplo, se um LCA rende 100% do CDI, isso quer dizer que o dinheiro investido vai render a mesma quantidade que a taxa durante o período de aplicação. Veja mais nesta reportagem.
O IPCA é calculado mês a mês, a partir de uma pesquisa de preços feita pelo IBGE com estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, além de concessionárias de serviços públicos. Assim, a taxa busca refletir a variação de preços para famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, que residem nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
Além disso, o BC, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), utiliza o índice para revisar a Selic. Quanto maior for a inflação, maior deve ser o aperto monetário para conter o cenário de alta dos preços.
No que se refere aos investimentos, o IPCA funciona como um termômetro que avalia quanto determinada aplicação precisa render para oferecer segurança ao patrimônio. Entenda melhor nesta reportagem.
Selic e investimentos
A taxa Selic, cuja sigla significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia, representa os juros básicos da economia brasileira. Por isso, sua movimentação influencia todas as taxas de juros praticadas no País, que a tem como “referência”.
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Por impactar os juros pagos em um financiamento ou um empréstimo, e também o retorno de investimentos de todo o tipo, direta ou indiretamente, ela tem uma influência real sobre a vida de toda a população. No que se refere a investimentos, um corte na Selic, por exemplo, significa um rendimento menor, enquanto um aumento na taxa representa um ganho de valorização.
A Selic é divida em outras duas taxas, que têm funções diferentes: a taxa Selic Over e a taxa Selic Meta. Conheça elas nesta reportagem.
Por fim, vale lembrar que o ideal é que o rendimento em letras de crédito (como as LCA) tente superar esses indicadores ou, pelo menos, segui-los. Nos investimentos pós-fixados o investidor não tem a certeza de um retorno exato, mas de uma valorização que vai oscilar conforme a taxas de juros básicos.