- As Magnificent Seven, nome dado às sete maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos, estão no foco do mercado com resultados operacionais expressivos e a promessa de que a Inteligência Artificial será o grande tema das próximas décadas
- Quem tem Brazilian Depositary Receipts (BDRs) dessas companhias também está conseguindo ganhar dinheiro com elas
- Analistas se dividem sobre o valuation elevado dos papéis, mas veem espaço para ter BDRs nas carteiras
Nvidia (NVDC34), Apple (AAPL34), Alphabet (GOGL34), Amazon (AMZO34), Microsoft (MSFT34) e Tesla (TSLA34). As Magnificent Seven, nome dado às sete maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos, estão no foco do mercado com resultados operacionais expressivos e a promessa de que a Inteligência Artificial será o grande tema das próximas décadas. Tudo isso criou um ambiente para que, em 2024, essas 7 empresas levassem o S&P 500 e a Nasdaq, dois dos principais índices acionários dos EUA, ao all time high – a máxima histórica.
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Mas a valorização não se restringe ao mercado americano. Quem tem Brazilian Depositary Receipts (BDRs) dessas companhias também está conseguindo ganhar dinheiro com elas, mesmo daqui do Brasil. Como mostramos aqui, o BDRX é o índice que mais sobe na Bolsa no ano.
Um levantamento feito pela Quantum Finance mapeou os retornos dos BDRs das Magnificent 7 mostra que há dois ativos que mais do que duplicaram de valor em 12 meses. Somente uma das big techs, a Tesla, tem desempenho negativo no período.
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O melhor resultado é, por muito, o da Nvidia, a nova “queridinha” do mercado global. na última semana, os resultados do quarto trimestre de 2023 da fabricante de chips encantaram analistas e investidores, com um aumento de 126% na receita anual em relação a 2022. A empresa está sendo tão valorizada que atualmente vale, sozinha, mais do que todas as companhias listadas na B3 juntas.
A alta do BDR da companhia reflete essa euforia: uma alta de 184% em 12 meses e de 38,96% entre 01 de janeiro e 21 de fevereiro de 2024. "É a mais subiu, porque está no coração do hype da Inteligência Artificial (IA), está muito bem posicionada e, operacionalmente, tem a maior taxa de crescimento entre as techs", explica Alberto Amparo, head de análise da Suno Research.
Quem também está fazendo a carteira dos investidores brasileiros crescer é a Meta (M1TA34), cujo BDR subiu 149,91% em 12 meses e 33,63% no acumulado de 2024. Neste caso, um outro fator também influencia a valorização: o preço desvalorizado a que o ativo estava sendo negociado no passado, destaca Amparo.
"A Meta vinha de um momento em que o mercado estava super pessimista, até exagerando em alguns fatores. Mas a empresa sim entregou resultados muito bons", diz o head da Suno. "Claro que essa alta também é influenciada pelos resultados operacionais, mas principalmente no desempenho de 12 meses, é porque o ativo estava muito depreciado."
Bom momento para comprar as techs?
Muitos fatores precisam estar no radar antes de incluir um ativo na carteira – afinal, nem sempre retorno passado é garantia de retorno futuro. As Magnificent Seven são nomes muito bem vistos no mercado e bastante recomendados por analistas, mas depois das altas recentes há quem prefira maior cautela.
“São empresas que têm uma resiliência muito forte, mas que andaram bastante”, destaca Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos. “Olhando para médio e longo prazo, que são ativos que dá para se ter em carteira. Mas hoje, eu esperaria um pouco para me posicionar”.
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Apesar de serem comumente tratadas como um grupo único, dado que são todas empresas do setor de tecnologia, as Magnificent Seven apresentam diferenças significativas entre si especialmente em relação ao modelo de negócios. Algumas podem se beneficiar mais da IA do que outras – um exemplo para reforçar que a tese de investimento em cada uma precisa ser estudada separadamente.
Ainda assim, depois do rali, há um entendimento de que, como grupo, as big techs ficaram caras.
“Os múltiplos atuais da maioria das empresas do setor de tecnologia estão muito acima da média histórica, o que torna a assimetria negativa”. Esta é a visão de Leandro Petrokas, diretor de Research, mestre em finanças e sócio da Quantzed. “Também cabe destacar que ainda há muita incerteza sobre a condução da política monetária americana, o que pode impactar o comportamento das taxas de juros por lá e, consequentemente, os valuations das empresas.”
Mas essa visão não é um consenso. Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital, destaca que a discussão sobre os patamares de preço das ações e BDRs das techs é frequente. Ainda assim, ano a ano, essas empresas seguem batendo recordes de valor de mercado.
"O fato é que o avanço no campo da inteligência artificial, leva essas cias a mercados novos e pouco explorados, fazendo com que tenham um diferencial competitivo difícil de ser mensurado. Afirmar que os papéis das big techs são 'caros', quando se tem um oceano azul a ser explorado, é ao menos discutível", afirma.
Ainda vale a pena ter BDRs?
Se não há uma resposta única para entender se este é ou não o melhor momento para se posicionar nas techs, tampouco há um consenso quando a dúvida é a melhor forma de se fazer esse investimento.
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O investimento em empresas estrangeiras via BDRs só foi permitido ao investidor pessoa física em 2020, mas logo ganhou uma forte concorrente com a popularização das contas internacionais, que facilitou o acesso desse mesmo público ao mercado internacional de forma direta. Mas o produto ainda pode ser uma boa alternativa para se expor às Magnificent Seven, defendem os especialistas.
“Acredito que haja espaço para todos os perfis de investidores que querem alocar recursos em empresas internacionais: tanto para aqueles que preferem comprar BRD´s na B3 quanto para aqueles que optam por investir diretamente lá fora”, explica Petrokas, da Quantzed.
O entendimento mais comum entre os especialistas é que, ainda que parte do capital migre para o investimento direto em ativos internacionais, os BDRs seguem fazendo sentido para um outro perfil de investidores. Especialmente aqueles que não detém tanto conhecimento do mercado internacional ou preferem operar numa estrutura que já conhecem, a B3.
“Acessar as ações americanas através da bolsa brasileira é uma facilidade excelente, especialmente para o pequeno investidor, considerando que pode ter custos proporcionalmente maiores nas corretoras americanas, ou até mesmo nas contas globais de corretoras brasileiras”, destaca Alexandre Pletes, da Faz Capital.
Já para o investidor maior, que possui maior patrimônio e expertise no mercado, a compra direta das ações pode fazer mais sentido. “Se expor a um mercado mais líquido, com uma infinidade de empresas por setor, é um grande avanço para o investidor. Mas o importante, seja por BDR ou diretamente nas ações, é ter participação lá”, diz Pletes.
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Quem optar por acessar os mercados internacionais via BDRs, o procedimento de investimento é parecido ao de alocação em ações. É preciso ter uma conta de investimentos em uma corretora e, através do home broker, dar a ordem de compra nos ativos desejados. Veja os passos:
- Abra uma conta em uma corretora;
- Procure a empresa desejada pelo ticker no home broker da corretora;
- Emita a ordem de compra.
Explicamos com maiores detalhes como investir em um BDR aqui. (LINK CORRELATA)