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Black Friday na Bolsa? Veja 20 ações que estão na “promoção”

Levantamento mostra quais ações têm maior potencial de valorização, todas com perspectiva de dobrar de valor

Black Friday na Bolsa? Veja 20 ações que estão na “promoção”
Alguns múltiplos podem ajudar investidores a avaliar se uma ação barata vale a pena. (Foto: Envato)
  • Levantamento do TradeMap levantou as empresas com maior potencial de upside a partir das avaliações de preço-alvo disponíveis no Refinitiv
  • Sequoia (SEQL3), Kora Saúde (KRSA3) e Espaçolaser (ESPA3) se destacam como as com maior potencial de valorização
  • Especialistas apontam outros múltiplos para analisar quando o assunto são ações baratas

A sexta-feira (25) será marcada por uma das datas comerciais de maior peso no comércio e que já ganhou espaço no coração e no bolso dos brasileiros: a Black Friday. Mas a premissa de pagar menos por bons produtos não precisa ficar restrita ao comércio – e tem tudo a ver com a máxima do mercado financeiro de comprar na baixa para vender na alta.

Assim, a pedido do E-Investidor, o TradeMap levantou quais são as ações da Bolsa de Valores brasileira com maior potencial de valorização. Um misto de preço descontado com boas perspectivas de futuro. O levantamento foi feito a partir dos dados de consenso disponíveis na plataforma de dados para o mercado financeiro Refinitiv, filtrando os papéis com cinco ou mais avaliações e recomendações de corretoras, bancos e casas de investimento.

“Isso quer dizer que pelo menos cinco casas avaliaram minuciosamente a ação para definir o preço-alvo. A partir disso, fizemos uma mediana e comparamos com o fechamento da terça-feira (22), chegando no upside (potencial de valorização)”, explica Murilo Giovaneli, economista responsável pela área de dados econômicos do TradeMap.

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Os dados mostram que todas as 20 ações com maior potencial de valorização podem, ao menos, dobrar de valor. Veja:

No topo da lista, as ações da Sequoia Logística (SEQL3) podem mais do que quadruplicar de valor, segundo o compilado de dados. A empresa estreou na Bolsa há cerca de dois anos e viu seus ativos serem impulsionados pela intensificação da demanda de transporte e logística voltada ao e-commerce durante a pandemia. Mas não escapou do forte movimento de queda que atingiu o mercado, em especial os ativos das empresas de crescimento, desde que a taxa de juros começou a subir em março de 2021.

Kora Saúde (KRSA3) e Espaçolaser (ESPA3), que completam o top 3 de maiores potenciais de valorização, também foram afetadas pelo mesmo movimento. Um ponto em comum e que pode indicar uma oportunidade, diz Giovaneli: “As três ações estão com uma forte desvalorização nos últimos 12 meses. Sequoia e Kora caem na casa de 70% e Espaçolaser cai perto de 80%”, destaca o economista.

Outros fatores para ficar de olho

O levantamento do TradeMap foi feito analisando ações com maior potencial de valorização, o que explica a quantidade de small caps no ranking. Mas, na hora de avaliar se uma ação está barata ou não, alguns outros indicadores também podem ajudar o investidor. Principalmente para filtrar, entre os ativos descontados, quais possuem maior qualidade.

Leonardo Piovesan, CNPI e analista fundamentalista da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação para investidores, destaca que neste momento em que a taxa de juros está elevada é importante olhar para a saúde do caixa das empresas. O fator pode ser analisado pelo grau de alavancagem da companhia, medido pela razão entre a dívida líquida e o Ebitda (que representa a geração de caixa).

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“Em um cenário de CDI alto, essa métrica faz toda a diferença no quesito de sustentabilidade do negócio”, diz Piovesan. “Se a empresa tiver uma dívida líquida alta, mas um Ebtida condizente, a alavancagem é controlável. Agora, se a empresa está com uma dívida líquida próxima do patamar de 3,5 vezes, que é considerada alta, é um sinal bem vermelho para quem quer investir porque um resultado fraco pode afetar”, explica.

O analista da Quantzed destaca ainda que alguns setores podem representar opções mais sólidas para o momento, como o de commodities e empresas exportadoras. Por terem parte das receitas ligadas ao dólar, são negócios que conseguem se beneficiar do momento de estresse fiscal e manutenção dos juros em alta, cenário que penaliza as companhias mais ligadas à economia doméstica. “Colocaria exportadoras como ativos que podem estar baratos, com foco especial nas empresas de petróleo, já que o preço da commodity tem se mantido em um patamar bastante elevado”, afirma Piovesan.

Mario Goulart, analista de investimentos e criador do perfil "O Analisto", destaca ainda que é importante olhar para os múltiplos de preço sobre lucro (P/L) e preço sobre valor patrimonial (P/VP). A primeira relação indica quanto o mercado está disposto a pagar pelos lucros de uma empresa. Nesse caso, quanto menor for o P/L, mais barata a ação está.

Já o P/VP mede quanto o mercado paga pelo patrimônio líquido de uma companhia. No geral, uma relação abaixo de 1 já indica um ativo descontado.

Mas o analista pondera: a incerteza do momento econômico do País, com a transição entre os governos causando volatilidade na Bolsa, pode estar gerando desânimo no investidor. Até que haja maior clareza no cenário para 2023, é possível ver novas quedas nas ações brasileiras. Por isso, para investidores com menor apetite ao risco, esperar também pode ser uma boa opção.

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“Eu estou recomendando cautela. Apesar das boas oportunidades, há espaço para cair mais caso o novo governo opte por um estilo mais populista”, diz Goulart. “Quando tivermos um cenário mais claro, aí sim vale reavaliar as ofertas e as empresas descontadas”, afirma.

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