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- O CDB é apenas um veículo, uma modalidade. O que o investidor precisa olhar neste cenário de mudanças é o indexador
- Com os juros caindo, um CDB de longo prazo vai passar a render menos. Mas esse movimento pode ser mitigado mudando a estratégia
- Títulos prefixados, os prazos de até três anos refletem o cenário de queda de juros do Banco Central
O mercado já precificou o novo corte de 0,5% para a Selic na próxima reunião do Copom, com o Banco Central fechando a taxa em 10,75% no dia 20 de março. Apesar de o ciclo de cortes reduzir a rentabilidade dos CDBs, ainda há muito espaço para adquirir esses títulos bancários e manter uma boa rentabilidade, desde que se tome cuidado com o indexador e a liquidez do investimento.
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“O CDB é apenas um veículo, uma modalidade. O que o investidor precisa olhar neste cenário de mudanças é o indexador”, diz a head de renda fixa da InvestAI, Jaqueline Benevides. E neste caso, ensina, o olhar precisa sair dos produtos pós-fixados. “A festa do 1,5% ao mês da renda fixa acabou”, ressalta.
Os CDBs são títulos de renda fixa de emissão bancária que podem ser remunerados de outras formas além do tradicional percentual sobre o CDI. “O cenário atual de cortes na Selic abre possibilidades de investir em CDB prefixado ou juros reais”, comenta a especialista de investimento em renda fixa da Ágora, Simone Albertoni.
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Além do baixo risco (por terem a garantia de até R$ 250 mil por CPF no Fundo Garantidor de Crédito, FGC), os títulos bancários são mais atrativos que os títulos públicos e a poupança. Há o risco de liquidez, no caso de o investidor aplicar por um prazo longo e precisar dos recursos com antecedência.
Além disso, como os juros estão caindo, um CDB de longo prazo vai passar a render menos. Mas esse movimento pode ser mitigado mudando a estratégia.
Vencimento dos prefixados e IPCA +
Laís Costa, analista de renda fixa da Empiricus Research, avalia que, no caso dos títulos prefixados, os prazos de até três anos refletem o cenário de queda de juros do Banco Central. O mercado aposta em Selic em 8,5% para 2025.
Albertoni, da Ágora, fala em prazos de até dois anos para produtos de bancos de pequeno e médio porte que pagam taxas mais atrativas. É importante lembrar que há diversas ofertas de CDBs com diversos prazos, desde liquidez diária até prazos mais longos. “É importante o investidor avaliar o que atende seus objetivos antes de investir”, diz a especialista.
Para os prazo maiores, a analista da Empiricus diz preferir os títulos indexados à inflação. “Acreditamos que os juros reais ainda estão em patamares altos e atrativos para a pessoa física.” É uma opinião parecida com a de Simone Albertoni da Ágora, que crava prazos de quatro ou cinco anos para o vencimento de produtos IPCA +. “Além de manter o poder de compra, ainda tem oportunidades atrativas para compor a parcela de juros reais nas carteiras.”
Pós-fixados também têm vez
Benevides, da InvesteAI, lembra que ainda há espaço para os títulos pós-fixados, desde que eles paguem acima de 100% do CDI e com vencimento até o final de 2024.
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Apesar disso, e em se tratando de Brasil, há quem aposte nos pós-fixados para o longo prazo. “Com uma janela muito grande de tempo, há um risco muito maior de acompanhar o CDI, neste caso, se torna o mais apropriado”, opina Bruna Naranjo, analista de renda fixa da CM Capital. Para ela, os títulos prefixados são os mais adequados no curto prazo com os ativos híbridos se destacando no momento, “já que podem oferecer proteção contra a inflação, no curto e médio prazo”.
Carteiras recomendadas
Em março, as casas de investimento deixaram um pouco de lado as recomendações para CDBs. Na XP, o destaque em renda fixa foram os títulos públicos NTN-B indexados à inflação. “É um indexador que traz um carrego interessante, além de proteger o patrimônio”, disse a analista de renda fixa da casa, Natalia Moura.
Para a carteira conservadora de seus clientes, a RB Investimentos recomenda além de fundos de renda fixa, CDBs pós-fixados do Banco Master com vencimento em 2 anos a 118% CDI e do Digi+ de 3 anos a 116% do CDI. No pré, a casa recomenda os CDBs com vencimento de um ano do Agibank que pagam 10,87% ao ano, do BMG (11,05%) e do BR Partners (10,22%). Atrelados à inflação aparecem os títulos do banco Fibra com vencimento em dois anos pagando IPCA + 6,7% e o do Agibank (IPCA+ 6,99%).