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Como investir no exterior? Possibilidades para diversificar a carteira

Investimento de brasileiros no exterior superam US$ 558 bilhões em patrimônio; saiba como fazer sua aplicação

Como investir no exterior? Possibilidades para diversificar a carteira
Aplicações em ativos estrangeiros protegem investidores brasileiros da desvalorização do real. (Fonte: Gettyimagens/Reprodução)
  • Em 2021, os investimentos de brasileiros em ativos no exterior deram um salto exponencial
  • Já existem aplicações no Brasil que permitem expor a carteira a papéis internacionais, mas a abertura de conta em uma instituição estrangeira amplia as opções de ativos
  • O investimento no exterior serve como diversificação e proteção da carteira contra a instabilidade da economia brasileira

Os brasileiros parecem ter descoberto como investir no exterior nos últimos anos. Em 2021, o patrimônio nacional investido lá fora alcançou US$ 558 bilhões, um recorde, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

O número de pessoas físicas investindo em aplicações que refletem as ações de empresas estrangeiras na Bolsa de Valores brasileira (B3) saltou de 130 mil em 2020 para 1,4 milhão no ano passado. Até outubro de 2020 esses papéis eram restritos a investidores qualificados, ou seja, aqueles com ativos acima de R$ 1 milhão. O cenário de instabilidade na economia brasileira e a desvalorização do real comparado ao dólar também estimularam os investimentos fora do País.

Por que investir no exterior?

Wall Street é o principal centro financeiro global e local de sede da NYSE, a bolsa de valores com o maior volume de negociação no mundo. (Fonte: Gettyimagens/Reprodução)

O mercado externo tem menos restrições que o do Brasil e mais opções de investimentos. “No exterior, muitas plataformas são abertas, o que permite ter acesso a todo tipo de produto e ainda conta com proteção cambial, já que o dinheiro a ser investido é dólar”, explica Fábio Quinato Biral, diretor de Operações e sócio principal da Miura Investimentos.

Enquanto a B3 tem menos de 500 empresas listadas, a Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) tem mais de 2,4 mil opções de ações e a Associação Nacional de Corretores de Títulos de Cotações Automática (Nasdaq), mais de 3,6 mil companhias. Somente os certificados de depósito de valores mobiliários (BDR), ativos negociados no Brasil que são atrelados à volatilidade das empresas listadas em bolsas estrangeiras, são cerca de 900.

Como investir no exterior?

É possível diversificar a carteira acessando mercados internacionais sem a necessidade de abrir uma conta fora do Brasil, mas isso restringe as opções de investimentos. As aplicações no mercado externo estão muito mais simples e uma conta fora do Brasil pode ser aberta apenas com documentos básicos e informações cadastrais.

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“Existem várias formas de se investir lá fora, desde plataformas self-service, que permitem investimento de qualquer valor, até produtos internacionais e gestoras de patrimônio”, menciona Biral. Cada aplicação tem características e exigências próprias. Conheça as principais opções a seguir.

1. Certificado de depósito de valores mobiliários (BDR)

Empresas brasileiras têm preferido abrir capital em empresas americanas para ampliar captação de recursos.(Fonte: Gettyimagens/Reprodução)

BDR é emitido no Brasil, mas representa uma ação de companhias abertas sediadas fora do País. Entre os papéis mais negociados pelos brasileiros estão Nubank (NUBR33), Mercadolibre (MELI34), Alibabagr (BABA34), NVIDIA Corp (NVDC34) e Meta (M1TA34).

2. Exchange Traded Fund (ETF)

O Exchange Traded Fund (ETF) é um fundo atrelado a uma carteira de ações que busca um retorno semelhante a um índice de referência. A bolsa brasileira oferece mais de 70 títulos que acompanham os movimentos de ativos como ouro (GOLD11), mercado chinês (XINA11), NYSE (TECK) e até bitcoin na Nasdaq (BITH).

3. Real Estate Investment Trust (Reit)

O Real Estate Investment Trust (Reit) funciona de forma parecida com os fundos imobiliários brasileiros, mas a renda da aplicação tem origem em imóveis nos Estados Unidos e permite alavancagem. O produto pode ser acessado diretamente ou por meio de ETFs e BDRs negociados no Brasil.

4. Stocks

A abertura de uma conta em uma instituição estrangeira concede o acesso a uma possibilidade muito maior de ativos e fundos tanto de renda variável, como ações, quanto de renda fixa. O investidor pode escolher companhias globais listadas em bolsas nos Estados Unidos, na Europa ou na Ásia, mas deve observar a legislação, inclusive de tributação, de cada mercado.

Vale a pena investir no exterior?

O investimento no exterior oferece como principal vantagem a diversificação da carteira e uma estabilidade econômica maior, o que ajuda a equilibrar as aplicações quando o mercado doméstico está em baixa. No entanto, pode exigir uma compreensão maior do mercado financeiro global, pois apresenta características e riscos diferentes dos verificados no Brasil.

“Uma dica consiste em procurar o auxílio de especialistas para entender a mecânica dos investimentos no exterior”, afirma Biral. O investidor deve ficar atento à necessidade de liquidez e à questão cambial, pois pode perder dinheiro com as oscilações, sobretudo a longo prazo.

É importante também ficar atento ao custo de investimento, que varia conforme a solução escolhida. Para investir diretamente no mercado externo, é preciso fazer uma remessa de câmbio e observar o spread. Além disso, no caso de fundos, deve-se conhecer as taxas cobradas, que podem chegar a 1,5% ao ano sobre o recurso investido.

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