Investimentos

Aumento da inflação e da taxa de juros causam fuga dos FIIs

Até janeiro, com a Selic a 2%, houve crescimento recorde no número de novos investidores no ativo

Aumento da inflação e da taxa de juros causam fuga dos FIIs
(Fonte: Shutterstock)
  • Do total de 189 fundos imobiliários (FIIs) negociados em outubro na B3, apenas 64 fecharam com ganhos
  • Focando no acumulado anual, 37 de 165 FIIs obtiveram ganhos
  • O estudo foi feito pela plataforma Smartbrain com exclusividade para o E-Investidor

Dos 189 fundos imobiliários (FIIs) negociados em outubro na B3, apenas 33,86% (64) fecharam com ganhos que não passaram de 7,48%. Entre eles, 22 ganharam menos de 1%. O aumento da inflação e da taxa de juros são apontados como motivadores da fuga desse tipo de ativo, já que muitos estão migrando para a renda fixa.

O estudo foi feito pela plataforma Smartbrain com exclusividade para o E-Investidor. Nos dados, foram consideradas as variações das cotas e os rendimentos.

Como comparativo, o Índice Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) fechou o mês de outubro em queda de 1,47%. No acumulado anual, há um recuo de 8,40%.

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Estão no pódio dos FIIs que cresceram em outubro, os fundos RB Capital Renda II (RBRD11), com alta de 7,48%; seguido pelo Vila Olímpia Corporate (VLOL11), valorizando 7,41%; e, em terceiro lugar, o fundo Shopping West Plaza (WPLZ11), com alta de 6,88% no mês. Tais fundos são classificados como lajes comerciais, escritórios e shoppings, respectivamente.

No acumulado anual, 37 de 165 FIIs obtiveram ganhos. Os três de maior crescimento são o BB Progressivo (BBFI11B), com rentabilidade de 22,77%; Valora RE III (VGIR11), um fundo que teve rentabilidade de 20,45%; e o General Shopping e Outlets do Brasil (GSFI11), que apresentou uma valorização de 19,20%.

Em setembro, a porcentagem de FIIs que encerram o mês com ganhos foi de 35%, com destaque para os fundos direcionados a crédito.

Impactos

A velocidade do aumento da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, foi o que mais afetou diversos segmentos, entre eles os de Fundos Imobiliários. Por outro lado, até janeiro, quando a taxa era calculada a 2%, houve um crescimento recorde no número de novos investidores no ativo, segundo comenta Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos.

Para a casa de análise, a carteira recomendada para novembro é formada por FIIs de recebíveis imobiliários (49%), desenvolvimento (13%), logística (13%), educacional e varejo (10%), terras agrícolas (8%) e varejo (7%).

Para Isabella Suleiman, analista de FIIs da Genial, outubro foi marcado pela perda de credibilidade do teto dos gastos e pela continuação do aumento da taxa de juros. “De forma geral, o segmento de fundo de fundos foi o mais afetado pelas incertezas dos últimos meses, explicadas em partes pelo movimento de venda desses ativos por investidores que migraram seus recursos para a renda fixa, uma vez que estes apresentam risco menor”, destaca em relatório.

Confira os 10 FIIs que mais cresceram em outubro:

Fundo Ticker Variação mensal
RB Capital Renda II RBRD11 7,48%
Vila Olímpia Corporate VLOL11 7,41%
Shopping West Plaza WPLZ11 6,88%
Torre Almirante ALMI11 6,88%
Ourinvest Renda Estruturada OURE11 6,62%
RB Capital Renda I FIIP11B 5,3%
Multi Renda Urbana HBRH11 4,88%
Habitat II HABT11 4,54%
More Real Estate MORE11 4,24%
Votorantim Logistica VTLT11 3,77%
Fonte: Smartbrain com dados da B3

 

Confira os 10 FIIs que mais cresceram de janeiro a outubro:

Fundo Ticker Variação anual
BB Progressivo BBFI11B 22,77%
Valora RE III VGIR11 20,45%
General Shopping e Outlets do Brasil GSFI11 19,2%
Kinea Rendimentos Imobiliários KNCR11 16,7%
Átrio Reit Recebíveis Imobiliários ARRI11 16,1%
XP Credito Imobiliário XPCI11 15,39%
Loft II LFTT11 13,36%
CSHG Recebíveis Imobiliários HGCR11 12,57%
Kinea Securities KNSC11 11,76%
FII RBR Rendimento High Grade RBRR11 10,7%
Fonte: Smartbrain com dados da B3

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