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Goldman apoia empresa de Al Gore em grande aposta na descarbonização

Empresa de investimentos fundada pelo ex-vice-presidente americano une forças com gigantes da indústria

Goldman apoia empresa de Al Gore em grande aposta na descarbonização
Al Gore. Foto: REUTERS/Denis Balibouse
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  • A Generation Investment Management, junto com parceiros, oferecerão uma quantidade não revelada de capital inicial para lançar a Just Climate
  • O objetivo é fazer investimentos ligados à redução do aquecimento global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais
  • As Nações Unidas (ONU) estimam que, sem uma ação agressiva para cortar as emissões, o mundo esquentará 2,7 °C até 2.100, um nível que chamou de “catastrófico”

(Tasneem Brogger e Alastair Marsh, WP Bloomberg) – A empresa de investimentos co-fundada por Al Gore, ambientalista e ex-vice-presidente dos EUA, está unindo forças com gigantes da indústria, entre eles o Goldman Sachs Asset Management, para criar um novo negócio de impacto que, segundo o projeto, terá como objetivo os mercados privados com maior potencial para rápida descarbonização.

A Generation Investment Management, que controla US$ 36 bilhões, disse na semana passada que entre os outros co-investidores estão o Fundo de Inovação Climática da Microsoft e a Harvard Management Co., que juntos oferecerão uma quantidade não revelada de capital inicial para lançar a Just Climate. O objetivo é fazer investimentos ligados à redução do aquecimento global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, e reflete a visão da Generation de que é preciso haver uma mudança fundamental na alocação de capital se o planeta quiser evitar o superaquecimento catastrófico.

“O desafio da crise climática e da transição justa é urgente e imenso”, disse David Blood, sócio sênior e cofundador da Generation, em uma entrevista. “E, vale ressaltar, podemos ver cada vez mais que a sustentabilidade e as práticas ESG não são os únicos capazes de enfrentar esses desafios.”

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As estratégias para melhores práticas ambientais, sociais e de governança corporativa foram um passo necessário para colocar os mercados financeiros em um caminho mais sustentável, mas agora está claro que elas estão falhando na tarefa de manter as emissões e as temperaturas sob controle, disse Blood, que deixou a unidade de gestão de ativos do Goldman Sachs há mais de uma década e meia para criar a Generation com o ex-vice-presidente dos Estados Unidos.

As Nações Unidas (ONU) estimam que, sem uma ação agressiva para cortar as emissões, o mundo esquentará 2,7 °C até 2.100, um nível que chamou de “catastrófico”.

Soluções climáticas

O mercado de ESG está a caminho de ultrapassar US$ 50 trilhões até 2025; no entanto, essa enorme mudança de capital não conseguiu impedir que as emissões de gases de efeito estufa continuassem a aumentar em um ritmo devastador. Blood disse que o caminho mais rápido para a descarbonização é enviar trilhões de dólares para mercados que atualmente estão recebendo poucos investimentos; de modo especial em economias emergentes, onde há a maior necessidade de reduzir as emissões.

Em um comunicado à imprensa na quarta-feira, a Generation disse que a Just Climate “planeja investir globalmente em catalisadores para soluções climáticas em energia, transporte, indústria e construções, assim como soluções climáticas naturais, alimentos, agricultura e oceanos.”

O anúncio foi programado para coincidir com as negociações da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), na Escócia, amplamente vistas como um momento decisivo para a humanidade colocar o planeta de volta nos trilhos e evitar aumentos de temperatura devastadores.

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Blood teve o cuidado de não descartar o investimento em ESG como estratégia. Mas ele lamentou o fluxo contínuo de capital para “áreas que não serão catalisadoras ou, na verdade, provavelmente não atenderão às necessidades mais urgentes de descarbonização”. Para os gestores de fundos que querem de fato fazer investimentos de um modo que realmente previna as mudanças climáticas, o ESG não é mais suficiente, afirmou.

“Por último, imaginamos que o investimento com base no clima é uma classe de ativos que será – no mínimo – uma prioridade para todas as instituições que assumiram o compromisso de zerar as emissões de carbono”, disse Blood. “É muito difícil fazer um compromisso de zerar as emissões alinhado com o Acordo de Paris e, depois, continuar a alocar capital da maneira que estamos fazendo atualmente.”

Antes da COP-26, o setor financeiro fez uma série de anúncios para assegurar aos investidores seu compromisso com o combate às mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, os bancos continuaram a alimentar o setor de combustíveis fósseis, enviando cerca de US$ 4 trilhões para petróleo, gás e carvão desde que o Acordo de Paris de 2015 foi celebrado, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Entre os bancos que dizem que não suspenderão abruptamente o financiamento de combustíveis fósseis está o Goldman Sachs.

E, conforme os combustíveis fósseis continuam encontrando o financiamento que precisam, gases tóxicos seguem sendo lançados na atmosfera. Em um relatório no início da semana, a ONU apresentou sua mais recente avaliação para mostrar que o mundo ainda está longe de alcançar as reduções de emissões necessárias.

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A Generation disse que outros parceiros que apoiam a Just Climate incluem o Fundo Ireland Strategic Investment, a Hall Capital Partners e a Fundação IMAS, que é vinculada ao proprietário das lojas Ikea.

O apoio do Goldman será por meio de sua unidade Imprint Group./TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

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