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Investimentos

6% dos investidores brasileiros usam ‘robôs’ nas aplicações

Aplicação deve conquistar mais destaque nos portfólios, afirmam especialistas

6% dos investidores brasileiros usam ‘robôs’ nas aplicações
(Foto: Pixabay)
  • Segundo dados de uma pesquisa nacional do uso da tecnologia para investimentos, da TradeMachine, 6% dos investidores do País utilizam algum tipo de robô em sua carteira
  • Com diversos algoritmos diferentes disponíveis para aplicar, o investimento automatizado serve como forma de diversificação e tem bom desempenho no ano
  • Investimento com robôs devem conquistar espaço nas carteiras conforme educação financeira do brasileiro aumente

Com a crise causada pela pandemia da covid-19 e o cenário da taxa Selic em seu piso histórico, 2% ao ano, muitos investidores tiveram que rever suas estratégias para se proteger ao momento ou sair de ativos que perderam sua atratividade. Na busca por melhores produtos, no entanto, algumas boas aplicações para a conjuntura atual ficaram em segundo plano, como é o caso de investimentos por robôs.

Também conhecidos como investimentos automatizados, eles são uma série de algoritmos que programam uma plataforma para executar a compra e venda de ativos de maneira automática com base cálculos matemáticos. Segundo dados de uma pesquisa nacional do uso da tecnologia para investimentos, da TradeMachine, 6% dos brasileiros utilizam algum tipo robô em sua carteira.

Os investimentos automatizados podem ser realizado via robôs advisor, day trade, personalizados ou por fundos quantitativos, que são oferecidos em diversas fintechs ou corretoras. “Os algoritmos já existem há algum tempo, mas só agora as pessoas começaram a olhar mais para isso na busca por mais formas de aplicar devido à crise”, diz Rafael Marchesano, CEO da TradeMachine.

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No primeiro caso – advisor –, um robô analisa as melhores oportunidades e as indica aos investidores. No segundo – o day trade -, o algoritmo compra e vende ações automaticamente. No caso dos personalizados, o investidor consegue apontar quais produtos (ações, câmbio, fundos imobiliários, etc..) o robô vai operar. “A pessoa escolhe a estratégia que quer, com quais ativos, o prazo e vai acompanhando a performance dele”, comenta Marchesano.

Já no caso dos fundos quantitativos, há um gestor que direciona para onde a máquina buscará as melhores oportunidades e tendências em diversas estratégias em vez do próprio investidor. “A aplicação agrega muito na diversificação dos investimentos, porque busca diferentes estratégias e tem um cálculo matemático por trás das decisões”, afirma Fábio Souza, gerente de produtos financeiros da Ágora Investimentos.

Com cerca de 120 algoritmos diferentes disponíveis na TradeMachine, o Robô Destiny é um dos destaques em 2020. Enquanto o Ibovespa tem desvalorização agregada de 12,91% no ano até às 11h57 desta quarta-feira (9), a aplicação automatizada tem valorização superior a 30% no mesmo período. “Os robôs conseguem absorver valor da volatilidade ou invés de sofrer com ela”, diz o CEO da fintech.

Na Ágora, o Fundo Kadima Ágora tem rentabilidade superior a 330% do CDI no ano. “O fundo tem volatilidade relativamente baixa, mesmo em meio ao turbilhão, e também uma boa rentabilidade”, comenta o Souza.

Robôs devem conquistar espaço

Apesar dos algoritmos estarem pouco presente no portfólio dos investidores, os especialistas afirmam que a aplicação deve ganhar espaço nas carteiras nos próximos anos. Marchesano explica que o principal fator para a baixa utilização dos robôs é a falta de conhecimento da estratégia pelos investidores. “Ainda é uma categoria considerada nova no mercado”, afirma o CEO da TradeMachine.

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“Falta tempo de maturação do conhecimento do investidor brasileiro. Existem muitos produtos que as pessoas não conhecem”, diz Souza, salientando que a aplicação deve se popularizar com a ampliação da educação financeira no País.

Além da falta de conhecimento dos algoritmos, outro motivo que também afasta os investidores é não confiar exclusivamente em um robô na tomada de decisões. “É mais fácil acreditar em uma equipe do que em um algoritmo, mas na realidade isso não deveria assustar, pois o robô é algo para se acrescentar e não aumentar os riscos”, comenta o gerente da Ágora.

Segundo os especialistas, o algoritmo é confiável, pois além de não sofrer com problemas externos que podem afetar sua análise, como um ser humano, sua programação é constantemente aperfeiçoada. “O robô é mais previsível, pois tem estatística por trás dele”, afirma Marchesano.

Portanto, a tendência é que a aplicação automatizada conquiste mais espaço nos próximos anos. “Sua presença no portfólio vai aumentar conforme os investidores percebam que é segura, traz rentabilidade e que agrega na diversificação”, afirma Souza.

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