- O aumento da Selic, na última reunião do Copom, tornou os investimentos em renda fixa mais atrativos devido ao retorno atrelado à taxa básica de juros. Mesmo assim, o investidor precisa ficar atento a alguns detalhes
- Para especialista, papéis de bancos digitais, companhias de varejo e empresas de tecnologia devem evitados pelos investidores pelo menos até o primeiro semestre de 2022
- A perspectiva para 2022 é que seja um ano de volatilidade para os ativos financeiros devido à eleição presidencial, marcada para outubro
O segundo semestre de 2021 não foi tranquilo para o investidor. Conflitos políticos e o aumento da taxa de juros o obrigaram a rebalancear a carteira para buscar novas oportunidades e manter a boa rentabilidade. A perspectiva para 2022 é que seja um ano de volatilidade para os ativos financeiros devido à eleição presidencial, marcada para outubro.
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Para minimizar os riscos nos investimentos no ano que começa, o E-Investidor ouviu analistas para indicar as classes de ativos que devem ser evitados em 2022. Confira!
Poupança
A poupança é um dos investimentos que devem ser evitados no próximo ano, apesar da perspectiva de alta da Selic, taxa à qual a caderneta é atrelada, já que voltou a vigorar a regra antiga de rendimento.
Isso significa que o retorno será de 0,5% ao mês (o que equivale a 6,17% ao ano) mais uma taxa referencial (TR) que está zerada atualmente. Quando a Selic estava abaixo dos 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança correspondia a 70% da Selic.
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Como no último aumento a taxa básica de juros aumentou para 9,25%, a regra antiga (única fórmula de rendimento até 2012) volta a valer.
“No final das contas, a poupança continuará sendo o pior tipo de investimento, pois não cobre nem a inflação, que atualmente está em 10,74% no acumulado dos 12 meses até novembro, segundo o IBGE”, explica Jaqueline Benevides, analista de renda fixa do TC.
Renda fixa
O aumento da Selic, na última reunião do Copom, tornou os investimentos em renda fixa mais atrativos devido ao retorno atrelado à taxa básica de juros. Mesmo assim, o investidor precisa ficar atento a alguns detalhes.
André Rolha, líder de renda fixa e produtos de câmbio da Venice Investimentos, recomenda ao investidor atenção ao investir em renda fixa pré-fixada porque, dependendo das condições, pode não ser interessante para o atual cenário. Como esses títulos possuem uma rentabilidade determinada caso o investidor respeite o prazo de vencimento do papel, o retorno pode ser abaixo dos pós-fixados que acompanham o movimento da taxa de juros.
A outra recomendação é evitar produtos atrelados à inflação, principalmente se forem de curto prazo. De acordo com Benevides, do TC, há uma perspectiva de que esses títulos sofram deságio, quando o investimento é negociado a um valor abaixo do preço nominal, nos próximos meses. “Os produtos atrelados ao IPCA sofrem com o aumento da Selic, pois a Selic é inversamente proporcional à inflação por ser um instrumento para conter a alta dos preços”, explica. “São papéis que devem ser levados até o vencimento”, acrescenta.
Renda variável
Os ativos de renda variável geralmente são mais suscetíveis às mudanças no mercado. Porém, nessa classe de ativos há setores que são mais expostos do que outros.
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Para Rolha, papéis de bancos digitais, companhias de varejo e empresas de tecnologia devem evitados pelos investidores pelo menos até o primeiro semestre de 2022.“São setores que são impactados na “veia” em qualquer reajuste de juros. Na últimas altas da Selic e agora com os juros subindo para os dois dígitos, a gente vê esses papéis sofrendo bastante”, explica.
Já Victor Miranda, sócio da One Investimentos, aconselha o investidor a evitar empresas que já estão endividadas e que sofreram fortemente com os efeitos da pandemia. “O setor de indústria passou por um ano muito difícil devido à escassez na cadeia de suprimentos e, provavelmente, terá empresas que vão precisar de crédito”, avalia Miranda.
No entanto, Bruno Contesini, estrategista sênior da EWZ Capital, ressalta que mesmo em setores mais voláteis às mudanças de mercado é possível fazer bons investimentos. Mas é preciso analisar os detalhes das companhias e as variáveis que podem afetar seus desempenhos. “Tem que fazer uma gestão de risco muito eficiente que envolve acompanhamento profissional e estatística muito bem desenvolvida”, recomenda.