- Apesar da volatilidade, a renda variável continua atrativa ao investidor
- Fundo da Bogari é destaque entre os investimentos, seguido por Tesouro Selic, ações da Itausa, Tesouro IPCA+35 e papéis da Petrobrás
- Ouro e dólar também são destaque entre aplicações
O ano de 2020 está sendo turbulento para o mercado financeiro. Após a bolsa de valores bater recordes em janeiro, a crise do coronavírus derrubou qualquer otimismo com as perspectivas econômicas e o índice Ibovespa chegou a cair 30% apenas no mês de março.
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Entretanto, se engana quem pensa que a volatilidade espantou os investidores. O número de investidores pessoas físicas na B3 subiu 41,8% em abril, em comparação ao mesmo período do ano passado, chegando a 2,3 milhões.
“As pessoas aproveitaram a baixa generalizada nos preços dos ativos para entrar na bolsa”, explicou Walter Poladian, sócio do Fliper, aplicativo gratuito que agrega os investimentos dos usuários.
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O que Poladian diz tem fundamento. De acordo com o levantamento feito pelo Fliper com 70 mil carteiras de investimentos, os ativos preferidos dos brasileiros durante a crise (entre 1º de março e 6 de maio) são de renda variável, com destaque para aqueles cujos preços estão em queda livre.
Em primeiro lugar entre os ativos mais procurados no ranking do Fliper está o fundo de ações Bogari Value FIA, da gestora Bogari Capital. O objetivo da aplicação é justamente aproveitar a baixa de ativos para lucrar com as valorizações. “A performance do fundo seguiu a do Ibovespa”, explicou Poladian. “Entretanto, o investidor que quer lucrar com a baixa ainda vê uma oportunidade.”
O segundo ativo com maior demanda foi o Tesouro Selic, muito usado para fazer reservas de emergência. De acordo com Poladian, a saída de investidores dos fundos de crédito privado, que sofreram por conta da crise, também pode ser um dos fatores que elevaram a busca.
“O risco das empresas darem calote se elevou muito durante a crise, fazendo com que as pessoas que tinham reserva de emergência nesses fundos migrassem para o Tesouro”, disse o sócio do Fliper.
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Em terceiro e quinto lugar, respectivamente, estão os papéis da Itausa – holding brasileira que controla o Itaú Unibanco – e da Petrobras. “São empresas fortes, muito conhecidas e que são muito recomendadas pelas corretoras”, disse o especialista.
O Tesouro IPCA+ 2035 aparece em quarto lugar. A rentabilidade desse tipo de título público é valorizada pelas perspectivas de queda nas taxas de juros, o que pode explicar a alta na procura frente aos cortes na Selic, e ainda protege o investidor contra riscos de inflação.
Ranking dos ativos preferidos dos brasileiros na crise (geral) | ||
1º | Bogari Value FIA | Fundo de ações |
2º | Tesouro Selic | Renda fixa |
3º | ITSA4 | Papel da Itausa |
4º | Tesouro IPCA+ 2035 | Renda fixa |
5º | PETR4 | Papel da Petrobras |
Dólar e ouro também são destaque
Apesar de não aparecerem entre os cinco investimentos preferidos pelos brasileiros durante a crise, os ativos atrelados ao dólar e ao ouro também enfrentaram altas na procura. “Com a turbulência do coronavírus, muitos investidores buscam segurança, e esses ativos são considerados de proteção”. De fato, a moeda americana se valorizou 31% até o dia 1º de maio. Já o metal acumulou alta de 45,8% até o dia 6 do mesmo mês.
Em relação à evolução da busca por investimentos nesses ativos, enquanto no dia 1º de março a procura média por papéis atrelados ao dólar representava 1,41% em relação a outras aplicações, no dia 6 de maio esse percentual saltou para 1,75%. O ouro subiu de 0,39% para 0,51%.
Fundos imobiliários enfrentam queda
Por outro lado, as aplicações que enfrentaram a maior baixa na procura durante a crise foram os fundos imobiliários, que recuaram de 10% para 8,86%.
“Alguns investidores achavam que esses fundos eram mais parecidos com a renda fixa, com baixa volatilidade, mas não é assim”, disse Poladian. “Quando viram as quedas, ficaram decepcionados e saíram da aplicação”, concluiu. Até abril, o IFIX, índice dos fundos imobiliários, acumulou baixa de 15,27%.
Comparação dos investimentos em março e maio | ||||
Data: 01/03/2020 | Data: 06/05/2020 | |||
Investimentos | Percentual | Investimentos | Percentual | |
Ações | 36,27% | Ações | 37,12% | |
RF Pós-fixada | 20,15% | RF Pós-fixada | 20,45% | |
Multimercados | 17,18% | Multimercados | 16,49% | |
Fundos Imobiliários | 10,01% | Fundos Imobiliários | 8,86% | |
RF Inflação | 8,26% | RF Inflação | 7,64% | |
RF Prefixada | 3,45% | RF Prefixada | 3,80% | |
Conta Corrente | 2,88% | Conta Corrente | 3,37% | |
Dólar | 1,41% | Dólar | 1,75% | |
Ouro | 0,39% | Ouro | 0,51% | |
TOTAL | 100% | TOTAL | 100% |
Ranking dos ativos mais procurados, por categoria
Ranking de Fundos Multimercados (FIM) | |
1° | Kapitalo Kappa |
2° | Bahia AM Marau |
3° | SPX Nimitz/Gripen |
4° | Verde AM 60 |
5° | XP Macro FIM |
Ranking de Ações | |
1° | ITSA4 |
2° | PETR4 |
3° | BBAS3 |
4° | VVAR3 |
5° | VALE3 |
Ranking de Fundos de Ações (FIA) | |
1° | Bogari Value FIA |
2° | Alaska Black |
3° | Equitas Selection |
4° | Brasil Capital 30 |
5° | Santander IBRX |
Ranking de Fundos Imobiliários (FII) | |
1° | VISC11 |
2° | HGLG11 |
3° | XPML11 |
4° | BCFF11 |
5° | XPLG11 |
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