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28 empresas estrearam na B3 em 2020 e 7 delas precisam entrar na sua carteira

Ações ligadas ao setor de tecnologia estão entre os destaques

28 empresas estrearam na B3 em 2020 e 7 delas precisam entrar na sua carteira
(Foto: Divulgação)
  • Apesar da crise, 2020 foi um ano positivo para a bolsa brasileira. No total, 28 empresas abriram capital e, juntas, movimentaram R$ 117 bilhões, o maior volume levantado na história em um ano
  • Entre as estreantes, especialistas indicam as ações ligadas ao setor de tecnologia como os destaques de 2021

Mesmo em um ano marcado pela crise da pandemia da covid-19, 2020 foi positivo para a bolsa brasileira e a B3 registrou 28 IPOs no período. Juntos, eles movimentaram cerca de R$ 117 bilhões. O volume de empresas que fizeram abertura de capital foi o maior desde 2007, quando 64 companhias entraram no mercado acionário e o volume levantado foi o mais alto da história em um ano.

Em relação à rentabilidade destas 28 ações em 2020, desde seu IPO até o fim do ano, os desempenhos apresentaram grande diferença. Enquanto o ativo da Locaweb (LWSA3) teve valorização de 367,43% no agregado, o da Moura Dubeux (MDNE3) apresentou desvalorização de 38,95%.

Veja a rentabilidade acumulada de todas as empresas que abriram capital em 2020:

Empresa Data do IPO Rentabilidade desde o IPO*
Locaweb (LWSA3) 2/5/2020 367,43%
Aeris Energia (AERI3) 11/10/2020 80,18%
Sequoia (SEQL3) 10/6/2020 83,79%
3R Petroleum (RRRP3) 11/11/2020 77,14%
Neogrid (NGRD3) 12/16/2020 58,89%
Méliuz (CASH3) 11/4/2020 50,10%
Petz (PETZ3) 9/10/2020 39,15%
Grupo Soma (SOMA3) 7/30/2020 35,25%
Track & Field (TFCO4) 10/23/2020 39,35%
Lojas Quero-Quero (LJQQ3) 8/7/2020 29,52%
Enjoei (ENJU3) 11/6/2020 24,39%
Rede D’or (RDOR3) 12/9/2020 17,92%
Cury (CURY3) 9/18/2020 11,23%
JSL (JSLG3) 9/9/2020 12,71%
Ambipar (AMBP3) 7/10/2020 6,75%
Boa Vista (BOAS3) 9/29/2020 3,69%
Pague Menos (PGMN3) 9/1/2020 6,12%
Lavvi (LAVV3) 9/1/2020 -3,26%
Grupo Mateus (GMAT3) 10/9/2020 -6,80%
Estapar (ALPK3) 5/14/2020 -11,43%
Hidrovias (HBSA3) 9/24/2020 -8,73%
Melnick (MELK3) 9/25/2020 -9,53%
Priner (PRNR3) 2/14/2020 -13%
Alphaville (AVLL3) 12/10/2020 -20%
Mitre (MTRE3) 2/4/2020 -11,92%
Plano e Plano (PLPL3) 9/16/2020 -19,15%
D1000 (DMVF3) 8/7/2020 -24,82%
Moura Dubeux (MDNE3) 2/12/2020 -38,95%

*Rentabilidade acumulada deste a data de abertura de capital até o dia 30 de dezembro / Fonte: Economatica

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Como 2020 já é história e 2021 começa com perspectivas completamente diferentes, o E-Investidor consultou especialistas do mercado para saber quais ações podem se destacar em seu segundo ano na B3.

Ações ligadas à tecnologia

Para os analistas, as ações de empresas ligadas à tecnologia devem ser o principal destaque entre as que entram em seu segundo ano na B3. Gustavo Akamine, da Constância Investimentos, destaca Boa Vista (BOAS3), Méliuz (CASH3), Enjoei (ENJU3) e Locaweb (LWSA3).

Segundo ele, a expectativa de mais estímulos à economia norte-americana deve impulsionar uma entrada de investidores estrangeiro na bolsa brasileira e este grupo de ativos se beneficia porque o modelo de negócio atrai o capital gringo. Além disso, é esperado um grande crescimento de todas as companhias, independentemente do cenário local. “São empresas inovadoras e só dependem da sua execução bem feita para se destacarem”, afirma Akamine.

Ricardo França, da Ágora Investimentos, destaca principalmente o ativo da Enjoei (ENJU3). “Ela é a única do setor de revenda com capital aberto na América Latina e vai se aproveitar da consolidação do e-commerce no País”, diz o analista de research.

A companhia também se beneficia pela onda ESG do mercado financeiro e dos consumidores. Isso porque a revenda de produtos foi a forma mais eficaz que o mercado eletrônico encontrou para ser sustentável. “Essa ótica de sustentabilidade é muito interessante a longo prazo e impulsiona a empresa”, comenta França.

Na Ágora, o Enjoei (ENJU3) faz parte da carteira recomendada de small caps da corretora e tem recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 18 – o que representa um potencial de valorização de 18,03%, ante o fechamento do mercado desta quinta-feira (14).

Ambipar (AMBP3)

Outra ação ressaltada por França é a da Ambipar (AMBP3), uma empresa de gestão de resíduos com uma boa base de clientes (normalmente grandes indústrias) que cuida de seus próprios materiais, substâncias, objetos ou bens descartados. Para o analista da Ágora, os fatores que sustentam a visão positiva para o papel são: o segmento pouco explorado no Brasil e a falta de um concorrente nele, o potencial de consolidação do setor e o apelo ESG que ele tem.

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“A empresa traz uma conscientização ambiental muito grande e a demanda por gestão de resíduos deve crescer muito rápido, assim como foi nos EUA e na Europa na última década”, diz o analista de research da Ágora.

Na corretora, a ação da Ambipar tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 34 – potencial de 28% de valorização em relação ao fim da sessão desta quinta (14).

Grupo Mateus (GMAT3) e Lojas Quero-Quero (LJQQ3)

Na visão de Akamine, outras duas ações que podem se destacar neste ano são do Grupo Mateus (GMAT3) e da Lojas Quero-Quero (LJQQ3). Porém, o desempenho acima da média do mercado depende da continuação do auxílio emergencial.

Como as empresas atuam majoritariamente nas regiões Norte e Nordeste do País, locais mais afetados pela crise, a continuidade do benefício impulsiona o consumo local. “A prorrogação do benefício impulsiona a aceleração das empresas. Sem ele, o cenário fica mais comprometido”, afirma Akamine, da Constância.

Apesar de o Ministério da Economia e o próprio presidente Jair Bolsonaro descartarem a manutenção do auxílio, os parlamentares têm discutido a possibilidade no Congresso. A senadora Simone Tebet (MDB-MS), candidata à presidência da Casa, por exemplo, defendeu a discussão de uma nova rodada do benefício.

“O auxílio emergencial, com responsabilidade, observando os critérios da Lei de Responsabilidade Fiscal, o limite do teto de gastos, ainda que com menor valor, tem que sim estar na agenda de qualquer candidato”, afirmou Tebet em entrevista a jornalistas.

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