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Oportunidades de ouro na Bolsa: corretoras apontam as melhores ações do 2º semestre

Nord, BTG e XP divulgaram relatórios focados em onde investir no 2º semestre; ao todo, selecionaram 18 ações

Oportunidades de ouro na Bolsa: corretoras apontam as melhores ações do 2º semestre
O Ibovespa é o principal índice da B3 (Foto: Daniel Teixeira/Estadão)
O que este conteúdo fez por você?
  • Depois de uma queda de 7,66% do 1º semestre de 2024 no Ibovespa, casas de investimento começam a revisar as projeções para o segundo semestre do ano
  • Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, predomina um entendimento de que, ainda que a renda fixa permaneça bastante atrativa, as quedas no Ibovespa abriram espaço para comprar boas ações com desconto
  • Nord, BTG e XP divulgaram relatórios focados em onde investir no 2º semestre; ao todo, selecionaram 18 ações

O Ibovespa encerrou o primeiro semestre de 2024 com uma queda de 7,66%, saindo de 134,1 mil pontos para 123,9 mil pontos. O desempenho enterrou de vez as expectativas positivas dos investidores do final do ano anterior, época em que, em meio a um verdadeiro rali, o mercado estabeleceu projeções bastante otimistas para a Bolsa brasileira. No entanto, o que se viu nos primeiros seis meses deste ano foi um combo de incertezas macroeconômicas e fiscais, no País e no exterior, que fez a renda fixa voltar dominar os portfólios.

Agora, casas de investimento começam a revisar as projeções para o segundo semestre de 2024, incluindo, claro, as ações do Ibovespa.

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Entre os analistas, predomina um entendimento de que, ainda que a renda fixa permaneça bastante atrativa, as quedas no Ibovespa abriram espaço para comprar bons ativos com desconto. Com a perspectiva de que os Estados Unidos iniciem o ciclo de corte de juros por lá em setembro, a Bolsa pode voltar a receber capital estrangeiro e, assim, iniciar uma trajetória de recuperação.

“Este evento está próximo de acontecer, uma vez que os dados de inflação americana estão melhorando. Com isso, teremos um alívio nas pontas longas dos juros, o que nos permitirá aproveitar as oportunidades da Bolsa brasileira, que negocia a múltiplos históricos extremamente baixos (8x lucros)”, destaca em relatório Danielle Lopes, sócia e analista de ações da Nord Investimentos. “Aqueles que tiverem estômago para atravessar essa fase serão recompensados”.

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Uma melhora vindo do exterior já deve ser suficiente para promover um alívio aos ativos brasileiros, ainda que o sentimento em relação ao cenário doméstico tenha piorado. As últimas semanas do mercado no Brasil foram marcadas por desancoragem das expectativas de inflação e ruídos em relação ao fiscal, algo que não deve sair do radar no 2º semestre, mas parece estar ao menos precificado.

É o que diz o BTG Pactual. “Acreditamos que o Ibovespa está atrativo e que já precifica perspectivas fiscais piores no Brasil e cortes mais lentos/menores nas taxas de juros dos EUA. O prêmio para ter ações, medido como o inverso do P/L menos as taxas reais a 10 anos, está entre um e dois desvios-padrão acima da média histórica”, diz o banco em relatório.

Mas, com todo esse contexto, onde investir no 2º semestre de 2024? Reunimos as recomendações semestrais da Nord, do BTG e da XP Investimentos. Confira:

As 7 melhores ações, segundo a Nord

A Nord Investimentos fez uma seleção de 7 nomes para o segundo semestre do ano, reunindo empresas que estão sendo negociados com desconto, mas têm apresentado números melhores e boas perspectivas de longo prazo. São 6 ações e 1 Brazilian Depositary Receipt (BDR), para proporcionar uma diversificação internacional e uma exposição a uma companhia que integra o ranking das 10 empresas mais valiosas do mundo. Veja a seleção:

1. Inter (INBR32)
O Inter começou “bem” o ano de 2024, o segundo do plano de crescimento da companhia. Os resultados agradaram ao mercado, e à Nord, que vê o banco com “ótima visibilidade” de crescimento e, portanto, uma boa ação para quem é focado em nomes de alto crescimento que devem aproveitar o ciclo favorável de juros mais baixos.

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2. Prio (PRIO3)
A Prio é considerada como “prata da casa” pela Nord, ao destacar que os primeiros resultados trimestrais apresentados pela companhia em 2024 ficaram aquém do desejado. Ainda assim, o entendimento é de que a companhia pode ter um incremento na produção de barris de petróleo no campo de Wahoo, assim que as licenças ambientais forem emitidas para permitir o início das atividades no campo. “Negociando a apenas 5x Ebitda, a PRIO3 continua sendo uma das nossas ações preferidas na bolsa brasileira, e vemos muitas oportunidades pela frente”, diz a Nord.

3. BTG Pactual (BPAC11)
O BTG é, na visão da Nord, um banco de investimentos “completo, que entrega excelência e rentabilidade a cada trimestre”. Os números apresentados no 1T24 agradaram e o banco tem conseguido aumentar suas vantagens competitivas frente aos pares, mantendo um “ótimo” crescimento de longo prazo, diz a corretora.

 4. Mills (MILS3)
A Mills é uma aposta “fora do consenso”. A companhia foca em equipamentos e maquinário para grandes obras de engenharia, um setor que pode se consolidar no País e ainda é pouco explorado. Para a Nord, a companhia tem uma grande oportunidade de ampliar seu market share e dobrar de tamanho nos próximos anos.

5. Priner (PRNR3)
A Priner pertencia à Mills até 2013, quando oferecia apenas serviços como montagem de andaimes. O portfólio cresceu dentro dos serviços de engenharia industrial — e, assim, aumentaram também os números. “A empresa já multiplicou o seu Ebitda em mais de 23x desde 2017, passando de R$ 5 milhões para mais de R$ 115 milhões atualmente”, destaca a Nord. A ação, considerada uma small cap, foi pressionada por resultados ruins no 1T24, mas a corretora espera que a retomada do crescimento aconteça no 2º semestre.

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6. Vale (VALE3)
A Vale entrou na carteira focada de dividendos da Nord há pouco tempo, em maio, e agora também é uma das principais recomendações para o último semestre do ano. O call positivo se baseia em dois pontos principais: uma geração de caixa “impressionante” e a disciplina de capital, com retorno para acionistas por meio de proventos.

7. TSMC (TSCM34)
A última recomendação da Nord para o semestre é, na verdade, um Brazilian Depositary Receipt (BDR): a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company, TSMC. A companhia é líder mundial no mercado de semicondutores. É ela quem fabrica os chips que a Nvidia, a nova queridinha do mercado mundial, faz o design. Desde a pandemia da covid-19, a TSMC integra o ranking das 10 empresas mais valiosas do mundo.

As 5 melhores ações, segundo o BTG Pactual

O BTG fez uma seleção de 5 ativos, sendo 4 ações e 1 BDR. As escolhas são de setores diferentes, beneficiando nomes e teses de investimento que entregaram bons números trimestrais e estõ posicionadas para surfar o novo contexto. Veja:

1. Itaú (ITUB4)
O BTG entende que o Itaú está passando por uma transformação digital eficiente, a mais eficaz entre os bancos incumbentes, e que isso poderia fazer o ROE aumentar ainda mais em relação ao dos pares. Se as projeções de lucro da instituição forem entregues, a perspectiva é que a ação ofereça um investimento favorável ao investidor também para 2025.

2. Allos (ALOS3)
A avaliação é que a administração da gigante de shoppings vem fazendo um “ótimo trabalho” em termos de alocação de capital desde 2023. Com um novo programa de recompra de ações, possibilidade de venda bilionária de ativos, e um dividend yield de 6% para 2024, o BTG entende que “há mais por vir” para quem tiver ALOS3 na carteira.

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3. Tenda (TEND3)
A Tenda é a escolha do BTG para surfar a visão otimista para o setor de construção civil, focado na habitação de baixa renda, que tende a se beneficiar das mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida. “A Tenda está estrategicamente posicionada para enfrentar uma demanda mais forte e fomos positivamente surpreendidos pelos números do primeiro trimestre, reforçando nossa confiança em sua reestruturação”, diz o BTG.

4. Hapvida (HAPV3)
O desempenho das ações da Hapvida, segundo o BTG, será direcionado pela reestruturação da companhia, que ainda tem muitas vantagens competitivas no setor de saúde — escala, alcance geográfico, liderança de mercado. “Como esses fatores devem superar quaisquer desafios de curto prazo (dificuldades de integração e maiores frequências), seguimos otimistas com a tese de investimento”, diz o banco.

5. Meta (M1TA34)
A última recomendação do BTG para o semestre é o Brazilian Depositary Receipt (BDR) da Meta, antigo Facebook. Os principais pilares na tese de investimento são a “sólida geração de caixa” com anúncios on-line; crescimento das operações com foco no metaverso, realidade virtual e realidade aumentada; e novo ciclo de investimento baseado em inteligência artificial.

As 6 melhores ações, segundo a XP Investimentos

A preferência da XP Investimentos para os seis meses finais de 2024 são ações de qualidade e geradores de caixa em detrimento das teses de crescimento, que até podem oferecer um beta mais elevado, mas também são mais arriscadas. Os analistas da corretora selecionaram 6 papéis; todos são considerados como “qualidade” nos modelos quantitativos de análise da casa, tiveram um retorno total negativo nos últimos 3 meses, viram uma revisão positiva nos lucros no mesmo período, e têm recomendação de compra na cobertura da XP. São eles:

Empresa Ticker Setor Preço-alvo
Vulcabras VULC3 Varejo R$ 24.0
C&A CEAB3 Varejo R$ 12,0
Marcopolo POMO4 Bens de Capital R$ 8,0
Banco do Brasil BBAS3 Bancos R$ 36,5
Lavvi LAVV3 Construtoras R$ 9,4
Itaú ITUB4 Bancos R$ 42,0

 

A XP também fez uma seleção para a renda fixa; você pode conferir aqui.

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