- Levantamento indica as dez melhores pagadoras do Ibovespa em novembro
- O grande destaque do mês foi a Gerdau Metalúrgica (GOAU4), que distribuiu R$ 0,93 por ação, equivalente a um dividend yield de 9% no mês
- Na segunda posição, ficou a Bradespar (BRAP4), com um dividend yield de 8% e dividendos anunciados de R$ 1,79 por papel
No mês de novembro, as empresas de commodities lideraram as distribuições de dividendos na Bolsa brasileira, com destaque para os segmentos de siderurgia e mineração.
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Segundo um levantamento feito pelo consultor independente Einar Rivero para o E-investidor, considerando as data-ex (dia subsequente a data com, que é data limite para ter direito a um provento anunciado pela companhia), a maior pagadora de novembro foi a Gerdau Metalúrgica (GOAU4).
A companhia distribuiu R$ 0,93 por ação, equivalente a um dividend yield (retorno em dividendos) de 9% no mês.
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Na segunda posição, ficou a Bradespar (BRAP4), holding que investe nas ações da Vale (VALE3), com um dividend yield de 8% e dividendos anunciados de R$ 1,79 por papel.
Completando o pódio do ranking, está também a CSN (CSNA3) que distribuiu R$ 0,74 por ação, o que corresponde a um dividend yield de 6,32%.
Na quarta posição, a ação da CSN Mineração (CMIN3) figura com R$ 0,25 por papel e dividend yield de 4,80%.
Confira a seguir as dez melhores pagadoras do Ibovespa em novembro:
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Bons ventos para siderurgia e mineração
A analista-chefe da Money Wise Research, Cleide Rodrigues, acredita que as ações de siderurgia e mineração ainda devem ser destaque em dividendos em 2024, por conta do preço do minério de ferro em alta, que está sendo impulsionado pelos estímulos do governo chinês no setor imobiliário.
“Dado que a China é a maior consumidora de minério do mundo, as políticas e investimentos nesse setor podem impactar diretamente a demanda e, consequentemente, os resultados financeiros das empresas de mineração”, explica.
Já para as empresas de siderurgia, a perspectiva também é boa diante de uma possível recessão dos Estados Unidos ficando para atrás, somado ao arrefecimento da inflação global e os juros futuros em declínio, segundo Rodrigues. “É esperado que as siderúrgicas se beneficiem em 2024”, destaca.
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Hugo Queiroz, sócio e diretor da L4 Capital, acredita que o dividend yield (retorno em dividendos) da Gerdau Metalúrgica (GOAU4) deva ficar no patamar de dois dígitos em 2024, por conta dos incentivos monetários chineses que devem potencializar o crescimento das empresas do setor de mineração e siderurgia. “Minha projeção é de um dividend yield entre 15% e 16% para GOAU4 no próximo ano”, calcula.
No caso de Bradespar (BRAP4), Rodrigues também tem expectativas promissoras para 2024, mas ainda aconselha o investimento direto em Vale para se expor ao minério de ferro.
Como as companhias anunciaram recentemente dividendos e estão realizando os pagamentos no mês de dezembro, não são esperados novos anúncios de distribuições neste mês.
Dezembro é mês de bancos e elétricas
Assim como novembro foi marcado pela forte presença de siderúrgicas e mineradoras fazendo distribuições, os analistas consultados destacam que o mês de dezembro costuma estar marcado pelas distribuições de bancos e empresas do setor elétrico.
Queiroz cita, por exemplo, alguns bancos que já tem pagamentos programados, como Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e até o Banco do Brasil (BBAS3).
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Empresas de energia como Taesa (TAEE11), Auren (AURE3), também tem pagamentos agendados. Confira a Agenda de dividendos de dezembro aqui!
Pelo seu histórico, companhias como Alupar (ALUP11), Copel (CPLE6) e até Isa Cteep (TRPL4) também costumam fazer anúncios de proventos no final do ano.
Gabriel Duarte, analista da Ticker Research, destaca que além de bancos, os setores de seguros e indústria podem vir a fazer anúncios por se tratar do último mês do ano, época de fechamento de trimestre e semestre, de acordo com os resultados apurados. “Acredito que veremos um dezembro com bons dividendos pagos, mas bem abaixo dos níveis registrados em 2022 e 2021”, pontua.
JCP fica para 2024
Recentemente o mercado se movimentou novamente em relação aos juros sobre capital próprio (JCP). Desta vez, a proposta do Ministério da Fazenda envolveria a limitação do abatimento para 50% do lucro e elevar a tributação de 15% para 20% retido na fonte. Desta forma, a ideia é que a nova proposta seja incorporada à Medida Provisória (MP) 1.185, das subvenções a investimentos e aprovada ainda neste ano, para entrar em vigor em 2024, segundo minuta obtida pelo Valor Econômico.
Embora a possibilidade de pôr um fim ao JCP tenha saído do radar, os analistas consultados ainda estão céticos com que está nova possibilidade possa ser aprovada em breve, a tempo de entrar em vigor no próximo ano.
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“Acredito que ainda haverá resistência de alguns parlamentares e empresas, mas nesse formato já é mais fácil de passar do que a exclusão total do JCP”, comenta Duarte, da Ticker.
Para Queiroz, da L4 Capital, o ideal seria a proposta ser aprovada antes do recesso, mas provavelmente se alongue para o próximo ano, dado que pode impactar muito as distribuições de bancos.
Já Rodrigues acredita que embora nos países desenvolvidos já seja natural ter dividendos tributados e não exista JCP, a pauta é complexa e não deve avançar este ano.
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