Tesouro IPCA+ bate recorde de rendimento com pacote fiscal de Haddad e isenção do IR no radar

Por Jenne Andrade

27/11/2024 | 16:20 Atualização: 27/11/2024 | 16:30

Aumento nas taxas indica as preocupações do mercado com a política fiscal e as expectativas de inflação. Foto: Adobe Stock

Os títulos públicos do Tesouro Direto atingiram picos de rentabilidade na tarde desta quarta-feira (27), logo após um período de paralisação das negociações. Por volta das 15h30, na volta da interrupção dos negócios, o Tesouro IPCA+ 2029 chegou ao recorde de rendimento. O papel atrelado à inflação passou a oferecer um pagamento de 7,05% de juro real ao ano – a maior taxa registrada pelo ativo.

Nos últimos 10 anos, esse nível de rentabilidade só foi oferecido por títulos IPCA+ em menos de 6% dos dias abertos à negociação. O levantamento foi realizado pela Quantum Finance, a pedido do E-Investidor. Já o prefixado com vencimento mais curto, para 2027, atingiu 13,61% ao ano de prêmio. Geralmente, esse tipo de rentabilidade só é observada em títulos públicos do Governo em momentos de estresse econômico.

Por trás das oscilações, estão as expectativas em torno do pronunciamento que deve ser feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ao fim do dia. Além do aguardado pacote de corte de gastos, outra medida pode ser anunciada: a isenção de imposto de renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil. As informações são do Estadão.

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A notícia gerou preocupação. “Há receio de que o governo, ao tentar preservar apoio popular, adote um esforço tímido para cortar despesas enquanto aumenta gastos por meio da reforma do IR”, diz André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online. “Para que a isenção seja implementada, será crucial detalhar as fontes de receita e os bloqueios de despesas necessários. Caso o anúncio traga esses esclarecimentos, podemos esperar algum alívio no mercado já a partir de amanhã.”

Marcação a mercado

Movimentos de alta das taxas, como os de hoje, fazem com que o investidor que já tem os papéis na carteira acabe perdendo dinheiro, caso precise vender o título antes do vencimento. Isto porque quando os rendimentos dos prefixados e IPCA+ sobem, os preços desses títulos caem e vice-versa. Esse mecanismo é chamado de “marcação a mercado” – para fugir da volatilidade, é preciso deixar o capital até o vencimento estabelecido no ativo. Títulos pós-fixados, como Tesouro Selic, também estão “imunes” a esse efeito. Veja os preços e taxas dos títulos do Tesouro Direto.

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