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- A poupança teve um retorno 5% acima da inflação nos últimos 12 meses, um desempenho que só foi possível graças ao cenário de taxa de juros nas alturas e IPCA em queda
- Ainda assim, especialistas são unânimes: não vale a pena deixar o dinheiro parado na aplicação
- Assim como a poupança, os CDBs, as LCIs e as LCAs também contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para aplicações de até R$ 250 mil
O rendimento real da aplicação favorita dos brasileiros está em seu maior patamar desde meados de 2017. A poupança teve um retorno 5% acima da inflação nos últimos 12 meses, um desempenho que só foi possível graças ao cenário de taxa de juros nas alturas e Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em queda, como explicamos nesta reportagem. Ainda assim, especialistas são unânimes: não vale a pena deixar o dinheiro parado na aplicação.
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A poupança tem algumas características positivas e que justificam a fama entre os brasileiros. É gratuita, de baixo risco, está disponível em qualquer banco, sem a cobrança de Imposto de Renda ou a exigência de um valor mínimo na aplicação.
Mas essas vantagens não são exclusivas da caderneta de poupança. É possível encontrar no mercado financeiro outras alternativas de investimento, igualmente conservadoras, mas com uma remuneração superior. O Tesouro Selic, por exemplo, é considerado um dos ativos mais seguros do País. Na prática, o investidor empresta o dinheiro para o governo por um tempo determinado e, em troca, recebe uma remuneração em juros.
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“É o que chamamos de risco soberano, talvez até mais seguro do que a poupança já que estamos falando de governo e não de uma instituição privada. E o Tesouro Selic deu quase o dobro do rendimento”, destaca Jaqueline Benevides, especialista de renda fixa e sócia na L4 Capital.
A especialista fez um levantamento que mostra o rendimento acumulado dos investimentos nos últimos 12 meses. Com a Selic em 13,75% ao ano, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês + a Taxa Referencial (TR). Isso foi equivalente a um retorno anual de 8,39%. Se descontada a inflação, o rendimento real ficou em 5,06%.
O Tesouro Selic com vencimento em 2024, por sua vez, acumulou um retorno de 13,72% no último ano. Descontada a inflação, de 10,23%.
Último caso
Ainda que o mercado esteja precificando o início dos cortes na Selic em agosto, a projeção do Boletim Focus mais recente mostra que a expectativa geral é que os juros encerrem 2023 em 12% ao ano. Um porcentual de CDI que deve manter o Tesouro Selic ainda atrativo ao investidor, diz Benevides. “Mesmo com os juros caindo, quando falamos dos próximos seis meses, ainda compensa muito o Tesouro pós-fixado. A poupança sempre deve ser o último caso”.
E não são apenas os títulos públicos que configuram boas alternativas à poupança. Dentro da renda fixa, os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs) também merecem a atenção do investidor.
No acumulado dos últimos 12 meses, um Certificado de Depósito Bancário (CDB) de 104% do CDI rendeu 14,67%; 11,16%, se descontada a inflação. Já as LCIs e LCAs, que como a poupança são isentas do Imposto de Renda, renderam 12,87% no período; um rendimento real de 9,41%.
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Rodrigo Cohen, planejador financeiro, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, explica que o ideal é buscar um CDB que renda ao menos 100% do CDI. “Tem muitos que rendem até mais do que isso. Nesse patamar, estamos falando de um rendimento bruto em torno de 12% ao ano ou 1% ao mês, muito mais do que o 0,7% que você teria da poupança”, afirma.
Assim como a poupança, os CDBs, as LCIs e as LCAs também contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para aplicações de até R$ 250 mil. Se optar por esses ativos, o investidor precisa ficar atento à liquidez, ou seja, se pode retirar o dinheiro a qualquer momento ou apenas após um período determinado.
“Para quem busca investimentos com resgate a qualquer momento, busquem CDB, LCI ou LCA com liquidez diária. Caso possa deixar o recurso aplicado por um período específico, poderá contar com taxas ainda melhores a depender do prazo”, pontua Vitor Robertoni, head de produtos da CM Capital.
Veja quanto rendem R$ 1 mil, R$ 10 mil, R$ 15 mil e R$ 100 mil nesses quatro ativos: poupança, Tesouro Selic, CBD e LCI/LCA:
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