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- Mais brasileiros conseguiram economizar dinheiro em 2022 e em todas as classes, mostra a pesquisa Raio X do Investidor, realizada pela Anbima em parceria com o Datafolha
- Em 2022, 39% dos entrevistados disseram que conseguiram guardar dinheiro diminuindo gastos com saídas e lazer, comprando de forma mais inteligente e controle de forma mais eficiente as despesas
- A pesquisa mostra que a caderneta de poupança continua como a aplicação favorita dos brasileiros
Mais brasileiros conseguiram economizar dinheiro em 2022 e em todas as classes. Durante os dois primeiros anos da pandemia, houve uma perda dessa capacidade, segundo mostra a pesquisa Raio X do Investidor, realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha (veja tabela abaixo).
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No ano passado, 39% dos entrevistados disseram que conseguiram guardar dinheiro diminuindo gastos com saídas e lazer, comprando de forma mais inteligente e controle de forma mais eficiente as despesas. O porcentual é uma média das respostas de brasileiros das classes A, B e C.
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Os entrevistados das classes D e E também conseguiram guardar mais dinheiro no ano passado em relação a 2021 (16% em 2022 ante 12% no ano anterior), de acordo com os dados inéditos obtidos com exclusividade pelo Broadcast Investimentos. “É difícil ainda economizar, mas notamos uma recuperação dessa capacidade de investir”, disse o superintendente de Educação da Anbima, Marcelo Billi, em entrevista.
Poupança
Uma boa parte desses recursos foram para a aplicação financeira mais conservadora, rendimento baixo e previamente conhecida no atual patamar de Selic e que exige fidelidade de 30 dias para entregar retorno: a caderneta de poupança. A preferência independe do gênero. A pesquisa mostrou que 26% tanto de homens quanto de mulheres utilizaram a caderneta para investir. Outras opções conservadoras em renda fixa – como títulos de renda fixa privados, entre eles CDBs, e o Tesouro Direto – foram preteridos (veja a tabela abaixo).
Billi pontua que a preferência pela poupança, uma das mais antigas aplicações financeiras no Brasil, sugere que o brasileiro enxerga algo concreto na caderneta, além de seguro. Ele observa que, quando se analisa os levantamentos quantitativos, a participação da poupança é cada vez menor. “Mas ainda é algo relevante por causa da familiaridade com esse instrumento e da percepção de que é algo material, acessível”, afirma o superintendente da Anbima.
Ele relatou que a associação iniciou um debate com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para tornar os materiais de divulgação dos fundos de investimentos mais compreensíveis pelo investidor. “Fizemos uma pesquisa e produzimos com os entrevistados o que seria uma nova lâmina [material de divulgação] do fundo”, disse Billi, acrescentando que a ideia não é apenas mudar o texto, geralmente escrito em linguagem jurídica, mas também incluir informação visual, como infográficos.
Busca por retorno financeiro
O superintendente de Educação da Anbima também pontua que, entre as motivações para o brasileiro
guardar dinheiro, voltou a crescer a busca por retorno. “A busca por retorno financeiro estava crescente até a pandemia, quando as pessoas passaram a buscar mais segurança financeira”, disse.
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Em 2022, 23% das mulheres afirmaram que investem de olho no retorno financeiro. Em 2021, esse porcentual era 18%.
Entre os homens, 30% deram essa justificativa em 2022. Em 2021, foram 28%.
O esforço para criar uma reserva financeira e ter segurança ainda é, porém, o principal objetivo dos brasileiros que conseguem economias. O porcentual é mais relevante, inclusive, entre mulheres (47%) do que entre os homens (41%).
Salários menores. Menos investidoras.
Ainda que o número de investidoras venha crescendo em termos porcentuais, ainda há disparidade no porcentual de homens e mulheres que investem. Em 2021, eles eram 34% dos entrevistados homens. Elas, 28%. Na pesquisa de 2022, os números subiram para 40% e 33%, respectivamente.
A menor disposição para investir não deve ser meramente interpretada como falta de apetite ou conhecimento ou quaisquer outros aspectos comportamentais da mulher, na avaliação do superintendente da Anbima. “É preciso lembrar que a renda média das mulheres é menor no agregado e também em posições em que isso não deveria acontecer”, diz Billi.
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“Se a mulher ganhasse tanto quanto os homens, essa diferença poderia desaparecer”, diz o executivo.
A renda dos entrevistados pelo Datafolha que disseram que investem mostram essa discrepância na renda. Entre as investidoras, 36% ganham até R$ 1.212 e 30%, de R$ 1.213 a R$ 2.424.
Entre os investidores, quase metade (20%) ganham até R$ 1.212 e 31%, de R$ 1.213 a R$ 2.424.
A disparidade salarial também é vista em grupo de entrevistados que ganham R$ 12,1 mil (10 salários mínimos) ou mais por mês. Entre as entrevistadas, 1% se classificou nesse grupo. Entre os homens, 5%.
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O superintendente da Anbima encara a diferença de sete pontos porcentuais entre homens e mulheres que conseguiram investir com um olhar positivo. “As mulheres ganham menos, geralmente assumem mais responsabilidades com os filhos, ficam com o orçamento menos equilibrado. Quando se considera todas essas questões e vemos que a diferença é de só sete pontos porcentuais, o quadro não está tão ruim assim”, afirmou Billi.
A atual edição do Raio X do Investidor é a sexta edição da pesquisa realizada pela Anbima em parceria com o Datafolha. As entrevistas presenciais foram realizadas entre 9 e 29 de novembro de 2022 com 5.818 pessoas das classes AB, C e DE, de 16 anos ou mais, nas cinco regiões do País. A margem de erro da pesquisa é de um ponto porcentual, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. Em 2022, o gênero definido por mulheres foi o autodeclarado e, em 2021, era o sexo.