- Para garantir a aposentadoria no futuro, os especialistas recomendam ter também um planejamento de previdência privada
- Segundo Gustavo Taborda, assessor da PHI Investimentos, uma das desvantagens da previdência social é que o benefício possui um teto, com valor máximo em torno de R$ 6 mil
- No entanto, é bom lembrar que o plano de previdência privada não garante os benefícios do INSS, como o seguro-desemprego e os auxílios em casos de acidente ou invalidez
A previdência é um dos instrumentos mais importantes para a garantia da aposentadoria no Brasil, mas gera preocupação. A Previdência Social é o sistema público de aposentadorias e funciona em regime de repartição, ou seja, os trabalhadores em idade ativa pagam os benefícios de quem hoje está aposentado.
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Porém, o País passa por mudanças demográficas com o aumento da população idosa e diminuição nos nascimentos, gerando o conhecido “déficit da previdência”. Como saída, o governo aprovou em 2019 a Reforma da Previdência, prevendo uma economia de R$ 800 bilhões nos próximos 10 anos. Um dos principais pontos de mudança da reforma foi o aumento no tempo de idade e contribuição de homens e mulheres.
Para alguns economistas, a reforma ainda não é suficiente, pois o problema também está no mercado de trabalho. O número de jovens “nem-nem”, aqueles que nem estudam nem trabalham, vem aumentando ao longo dos anos. O percentual de jovens nessa classificação era de 25,5% em 2012 e chegou a quase 30% em 2021, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Por isso, para garantir a aposentadoria no futuro, os especialistas recomendam ter também um planejamento de previdência privada. Segundo Firmino Junior, sócio e assessor de investimentos da H3 Invest, ela é conhecida como uma previdência complementar e, por isso, deve ser utilizada como um adicional na renda da aposentadoria oferecida pelo governo.
O que é melhor Previdência Social ou Privada?
Os especialistas entrevistados pelo E-Investidor não recomendam escolher uma em detrimento da outra, mas utilizar as duas conforme a necessidade de renda para o futuro. Outro ponto é que o plano de previdência privada não garante os benefícios do INSS, como o seguro-desemprego e os auxílios em casos de acidente ou invalidez.
Segundo Gustavo Taborda, assessor da PHI Investimentos, uma das desvantagens da previdência social é que o benefício possui um teto, com valor máximo em torno de R$ 6 mil. “Se a pessoa possui um padrão de vida que exige uma renda maior que essa, o investimento na previdência privada pode auxiliar nesse complemento”, diz.
Além disso, segundo os especialistas, é necessário cerca de 20% a 30% da renda para compor uma boa aposentadoria. Na contribuição para o INSS, o percentual varia de 8% a 11% do salário. Por isso, com a previdência privada é possível aportar quantidades maiores e assim garantir melhores retornos no futuro.
Os especialistas destacam também que a previdência privada é bastante flexível, permitindo que o investidor determine os prazos de quando começar a realizar os pagamentos e quando resgatar o benefício, diferente do INSS.
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A rentabilidade da previdência privada também é um dos pontos altos desse tipo de aplicação. “Hoje existem diversos tipos de fundos previdenciários, desde os mais conservadores, expostos a produtos de renda fixa como o Tesouro Nacional, aos mais agressivos, expostos em ações”, diz Junior, da H3 Invest.
Além da aposentadoria, Eduardo Reis Filho, especialista em educação financeira e investimentos da Ágora, destaca que a previdência privada é uma boa opção e em casos de planejamento sucessório e pensão por morte. “É uma estratégia favorável pra quem está pensando em fazer planejamento sucessório. O custo de um inventário é de 20 a 30% do patrimônio e bastante burocrático”, diz Filho.
Junior comenta ainda que a previdência social é um importante instrumento de garantia da aposentadoria ao debitar de forma compulsória o valor de contribuição. “O trabalhador não possui ainda a cultura de poupar, então é importante ter essa garantia pela Previdência Social”, diz.
Diferenças entre a Previdência Social e a Previdência Privada
Previdência Social |
Previdência Privada |
É obrigatória para trabalhador com carteira assinada. |
É opcional, independentemente de estar ou não trabalhando. |
Valor leva em conta o fator previdenciário, que pode diminuir o benefício de quem se aposenta mais cedo. |
Valor vai depender do quanto acumulou. Você planeja quando e quanto pagar e com qual idade pretende começar a receber. |
Regras definidas pelo governo. |
Regras são definidas entre o investidor e a instituição contratada. |
Sem flexibilidade de resgate. |
Flexibilidade de resgate. |
Sem rentabilidade. |
Rentabilidade com exposição a diversos títulos de investimento. |
Como pagar previdência privada?
Para quem está se perguntando como pagar previdência privada, há duas alternativas principais que vão ter como diferencial os impostos sobre os rendimentos: o Plano Gerador de Benefícios Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).
Para entender qual deles é o mais indicado, o melhor a fazer é identificar o seu perfil de investidor. A maior parte das instituições que oferecem essas opções apresentam um questionário, ajudando a definir a melhor opção para o seu futuro.
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Uma vez escolhido o plano, é preciso definir também o montante que será investido. É importante lembrar que esse repasse deve ser constante, mas de tempos em tempos você também pode fazer aportes maiores para melhorar o rendimento no final.