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Renda fixa digital e tradicional: qual teve maior retorno em 2023?

Ativos do segmento devem continuar atrativos mesmo com possível corte na Selic

Renda fixa digital e tradicional: qual teve maior retorno em 2023?
Ativos de renda fixa digital são isentos de Imposto de Renda (Foto: Envato Elements)
  • De todas as opções disponíveis aos investidores, os produtos de renda fixa digital prometem retornos ainda mais expressivos do que os títulos tradicionais, como LCIs, LCAs, CDBs e Tesouro Selic
  • Segundo um levantamento do Mercado Bitcoin, os ativos digitais de renda fixa negociados na plataforma, que ficaram disponíveis a partir de 30 de janeiro deste ano, já acumulam uma rentabilidade de até 8%

O mercado segue na expectativa para que o início da queda da Selic ocorra na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), prevista para o início de agosto. Mesmo com o primeiro corte da taxa básica de juros que segue no patamar de 13,75% ao ano, os ativos de renda fixa ainda devem se tornar atrativos nos próximos meses, na avaliação de analistas.

No entanto, de todas as opções disponíveis aos investidores, os produtos de renda fixa digital prometem retornos ainda mais expressivos do que os títulos tradicionais, como LCIs, LCAs, CDBs e Tesouro Selic.

Segundo um levantamento do Mercado Bitcoin, os ativos digitais de renda fixa negociados na plataforma, que ficaram disponíveis a partir de 30 de janeiro deste ano, já acumulam uma rentabilidade de até 8% entre a emissão dos tokens até as negociações desta quarta-feira (19).

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Vale lembrar que esses instrumentos são livres de imposto de renda (IR) assim como outros produtos de renda fixa do mercado tradicional.

Já os LCIs, LCAs, Tesouro Selic e CDBs acumulam neste ano uma rentabilidade de até 7,33%, de acordo com dados da L4 Capital. No entanto, os produtos com os maiores rendimentos, que são o CDB e Tesouro Selic, ainda possuem desconto do IR, o que reduz o retorno final para o investidor.

 

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Um dos motivos para os altos retornos dos ativos digitais está na estruturação deles. Segundo Victor Delduque, diretor de Novos Negócios do MB Tokens, a criação dos tokens digitais possui um processo menos burocrático e mais barato, o que ajuda a aumentar a rentabilidade para os investidores. “Para estruturar debêntures, por exemplo, costuma-se partir de um valor inicial de R$ 3 milhões. Fora os custos com advogados e com a taxa de custódia durante todo o período que o produto estiver ativo. Então, sobra para o investidor”, afirma.

Além disso, o processo de criação dos tokens digitais costuma ser mais simples por não ter a presença de tantos intermediários para o seu desenvolvimento. “Conseguimos entregar uma rentabilidade muito maior porque há uma desoneração de taxas no meio do caminho (de desenvolvimento)”, acrescenta Delduque. A rentabilidade dos produtos também costuma ser prefixada. Ou seja, ao investir no produto, o investidor tem a previsão da sua rentabilidade.

Entre os ativos negociados pelo Mercado Bitcoin, o de maior retorno é o RFDFP18, emitido no dia 30 de janeiro deste ano com data de vencimento em janeiro de 2025. O token digital paga aos investidores uma rentabilidade de 18% ao ano com um valor inicial de investimento de R$ 100.

Esse ativo digital possui lastro no fluxo de pagamento da Ascensus, empresa de logística de importação e exportação, na qual decidiu emitir uma dívida por meio da tokenização para antecipar um recurso financeiro previsto no futuro. “A gente costuma oferecer sempre uma garantia para cobrir algum possível default (calote do emissor)”, diz Delduque.

Apesar da alta rentabilidade e do baixo preço inicial de investimento, é preciso ficar atento aos riscos desta classe. Segundo Jaqueline Benevides, especialista de renda fixa e sócia na L4 Capital, por serem ativos que não possuem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), os investidores precisam avaliar a capacidade de pagamento da empresa responsável pela emissão do token e qual é o tipo da dívida que os ativos negociados estão representando.

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“Os prazos desses ativos de renda fixa digital costumam ser de curto prazo, em torno de três meses. Então, há uma redução do risco, mas precisa ficar atento à qualidade da dívida”, diz Benevides.

Outro ponto a ser observado, caso seja possível, é buscar entender o objetivo do dinheiro levantado com a emissão do token digital. Se for para pagar outra dívida, o investidor precisa avaliar se o retorno está compatível com o risco.

Vale observar também as garantias estabelecidas no contrato de emissão dos tokens digitais caso a empresa dê um calote. Antes de realizar os aportes, o investidor deve analisar as condições financeiras da empresa e o grau de risco da operação. “A ficha técnica consta todas as informações financeiras da empresa. Mostra como está a dívida da empresa, se companhia está alavancada entre outros aspectos”, aconselha Delduque.

Mesmo com todas essas garantias e cuidados, Felipe Medeiros, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos, ressalta que os produtos são mais adequados para os investidores com perfil mais arrojado, já que os ativos digitais se tratam de uma tokenização de dívidas que podem ter um risco elevado. “Pode ser um bom negócio para o investidor, mas precisa de uma avaliação muito minuciosa. Acho que falta uma categorização mais transparente de quais tipos de dívidas podem ser tonekizadas”. diz Medeiros.

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