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Como ficam os investimentos com a taxa Selic em 11,25% ao ano

Veja a rentabilidade de aplicações entre R$ 1 mil a R$ 50 mil com o menor patamar de juros desde março de 2022

Como ficam os investimentos com a taxa Selic em 11,25% ao ano
É possível encontrar as taxas prefixadas de 11,50% para vencimentos de dois anos. (Foto: Envato)
  • O Copom seguiu o consenso de mercado nesta quarta-feira (31) e decidiu reduzir a taxa básica de juros do País em 0,50 ponto percentual para 11,25% ao ano
  • A continuidade no ciclo de queda de juros beneficia sobretudo investimentos de renda variável, mas especialistas ainda veem boas opções na renda fixa
  • Levantamento mostra rendimento de aplicações entre R$ 1 mil a R$ 50 mil em diferentes produtos com o novo patamar de Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) seguiu o ritmo de afrouxamento monetário e reduziu a taxa básica de juros do País, a Selic, em 0,5 ponto percentual. Com a decisão desta quarta-feira (31), agora os juros estão em 11,25% ao ano – o menor patamar desde março de 2022.

A redução da taxa não é surpresa e, sem novas alterações no cenário, a expectativa do mercado é que a Selic caia para 9,0% ao final de 2024, como projeta o Boletim Focus.

A perspectiva de que a taxa de juros só será estabilizada quando bater a casa de um dígito está mexendo com as estratégias de investimentos desde que a Selic começou a cair, em agosto do ano passado. Afinal, retornos de 1% ao mês em ativos de renda fixa de baixo risco, como aconteceu ao longo de 2023, podem ficar cada vez mais difíceis de serem alcançados. Mas isso não significa que essa classe de ativos deva sair da carteira.

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“Com o prolongado ciclo de corte de juros, ativos de risco ou de renda variável passam a chamar atenção”, diz João Coutinho, economista da RJ+Asset. “Porém, o Brasil ainda tem um dos maiores juros reais do mundo, o que mantém o investimento em renda fixa ainda atrativo.”

As melhores opções da renda fixa

Um levantamento feito por Rafael Haddad, planejador financeiro do C6 Bank, mostra que os ativos de renda fixa com maior retorno líquido com a Selic em 11,25% ao ano são as Letra de Crédito Imobiliário (LCIs), Letra de crédito do agronegócio (LCAs) e as Debêntures Incentivadas. Por serem ativos isentos de Imposto de Renda, esses investimentos garantem retornos superiores aos outros títulos mais conhecidos da renda fixa, como o Tesouro Selic ou até mesmo os Certificados de Depósito Bancário (CDBs).

O levantamento levou em conta uma estimativa de CDI de 9,97% em 1 ano, com base no contrato de DI futuro, e uma expectativa de inflação em 12 meses de 3,86%, baseado na projeção mais recente do Boletim Focus.

A simulação mostra que uma LCI de 96% do CDI paga mais do que um CDB de 115% do CDI, por exemplo. Isso significa que um investimento de R$ 1 mil nos dois ativos renderia, após um ano, 9,57% versus 9,45%.

"Títulos isentos ganham um destaque importante quando fazemos o cálculo. No dia a dia, o investidor não se atenta e busca a maior taxa nominal, mas o ideal é sempre fazer conta", destaca Larissa Frias, planejadora financeira do C6. "Especialmente para valores e prazos maiores, a não incidência do IR faz muita diferença no bolso do investidor."

Uma outra opção que também agrada os especialistas são os ativos prefixados ou híbridos, aqueles com uma taxa pré e um indexador pós-fixado, como o IPCA. Dada a expectativa de continuidade da queda na Selic, esta pode ser uma boa chance de "travar" uma rentabilidade maior com uma taxa já pré estabelecida.

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Os dados do C6 mostram que, em um ano, um CDB prefixado a 11,3% ao ano tem uma rentabilidade líquida de 9,32%; muito semelhante a dos títulos isentos, por exemplo. Já ativos indexados à inflação, com uma taxa IPCA + 6,35% ao ano, oferecem ao investidor um retorno líquido de 8,63% em um ano.

"Visando um cenário de vencimentos mais longos, o investidor ainda pode aplicar nos ativos de inflação. As pontas prefixadas estão atrativas, com prêmios acima de 5% de retorno real", diz Jaqueline Benevides, head de renda fixa da InvestAi.

Ainda que um ativo pareça mais atrativo que outro, as especialistas reforçam que é preciso manter em mente o objetivo daquele investimento e o próprio perfil de risco. Não é porque a taxa de juros está em trajetória de queda que toda a carteira precisa ser de títulos prefixados, por exemplo.

Como contamos nesta reportagem, a reserva de emergência deve estar alocada em um ativo pós-fixado, que tenha segurança e tenha liquidez diária, ainda que isso signifique um retorno menor. Nesse caso, CDBs ou o próprio Tesouro Selic são boas opções – a poupança, como mostra o levantamento, tem o menor retorno da renda fixa. "De fato, a poupança tem ficado para trás em termos de rentabilidade mesmo considerando outras opções que pagam IR. O Tesouro e o próprio CDB acabam tendo rentabilidades superiores e com risco equivalente; em prazo um pouco mais longo, essa diferença fica maior ainda", afirma Larissa Frias.

Quanto rende investir?

O levantamento do C6 também traçou uma simulação de rendimentos de aportes de R$ 1 mil, R$ 10 mil, R$ 25 mil e R$ 50 mil nos diferentes produtos da renda fixa com a Selic em 11,25% ao ano. Foi utilizada a rentabilidade líquida (descontada taxas e IR) e um período de 12 meses. Confira:

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