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NotreDame Intermédica (GNDI3), Hapvida (HAPV3) e Rumo (RAIL3): as 3 únicas ações que não caíram na semana

Os três papéis foram os únicos do Ibovespa que não fecharam o período de 26 a 30 de outubro no vermelho

NotreDame Intermédica (GNDI3), Hapvida (HAPV3) e Rumo (RAIL3): as 3 únicas ações que não caíram na semana
IPO da Hapvida na B3, em 2018 (Foto: Samuel Kim/Estadão Conteúdo)
  • As únicas três ações que se valorizaram na semana de 26 a 30 de outubro foram NotreDame Intermédica (GNDI3), Hapvida (HAPV3) e Rumo (RAIL3)
  • NotreDame Intermédica e Hapvida subiram juntas, no embalo das duas aquisições que a primeira operadora divulgou na semana
  • Já a Rumo foi beneficiada por recomendação de compra do Bank of America e pela repercussão positiva do anúncio de seu programa de recompra de ações

O Ibovespa entregou o que ainda tinha de ganhos no mês na última sessão de outubro, ao fechar em baixa de 2,72%, aos 93.952,40 pontos, acumulando perda de 7,22% na semana, o pior desempenho desde o tombo de 18,88% entre 16 e 20 de março, o intervalo que precedeu o início da quarentena e que se mantém, até aqui, como o ponto mais baixo da pandemia, com o Ibovespa a 67.069,36 pontos.

Com as perdas acumuladas em cinco das últimas seis sessões, o índice da B3 passou de ganho de 7,73% até o fechamento da quinta passada para uma baixa de 0,69% em outubro, após recuos de 4,80% em setembro e de 3,44% em agosto. No ano, a retração volta agora a 18,76%.

“Esta guinada para baixo nas últimas sessões reflete a necessidade de se colocar na planilhas a segunda onda de covid-19”, aponta Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

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Esse cenário perdia força em agosto, mas, com as novas medidas de distanciamento social adotadas nesta semana em grandes economias europeias, como a alemã e a francesa, por fim, a queda se materializou.

O prolongamento da pandemia, cortando a recuperação que vinha em curso no hemisfério norte, é algo que não tem como deixar de voltar a ser colocado no preço dos ativos, observa Cruz. “A vacina, quando de fato vier, será uma baita notícia, e aí sim a resposta do mercado tende a ser forte.”

Até lá, o investidor com exposição a risco precisa se sentir confortável com a elevada volatilidade, que acaba oferecendo oportunidades de entrada, especialmente para os que mantêm perspectiva de longo prazo.

No curto prazo, o estrategista considera que, a depender do desenlace da eleição americana e de como será definido o auxílio à renda a partir de 2021, uma nova rodada de aversão a risco, como a de setembro, pode vir a se impor, após o Ibovespa ter chegado a mostrar bom desempenho em outubro, com os balanços do terceiro trimestre.

Praticamente todas as ações listadas no índice Bovespa tiveram resultado negativo nesta semana, com exceção de três: NotreDame Intermédica (GNDI3), Hapvida (HAPV3) e Rumo (RAIL3). Confira a seguir o que ajudou as três a fechar o período no azul.

NotreDame Intermédica (GNDI3): +2,74%, R$ 65,90
Hapvida (HAPV3): +1,99%, R$ 64,69

Nesta semana, NotreDame Intermédica teve dois trunfos que provocaram a valorização do papel e também das ações ordinárias da Hapvida, do mesmo setor.

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Na segunda (26), a NotreDame cresceu depois que sua subsidiária Clinipam comprou o Hospital e Maternidade Santa Brígida, em Curitiba (PR), por um valor de R$ 48,5 milhões. “É a continuação da tendência de um setor muito forte, que está sendo ajudado pela menor sinistralidade e também não viu uma queda nos segurados durante a crise”, diz Igor Cavaca, analista da Warren. Ele cita também os resultados da Hypera, que apresentou aumento em vendas de remédio com prescrição, como indicativo da força do setor, com pessoas voltando a procurar médicos.

No dia seguinte, a NotreDame anunciou outra aquisição, desta vez do Grupo Serpram, composto por uma seguradora e pelos hospitais IMESA e Varginha. A transação, avaliada em R$ 170 milhões, é considerada uma expansão de presença no sul de Minas Gerais, uma das áreas em que a operadora mais tem investido, e foi avaliada positivamente por analistas do Bradesco BBI e Credit Suisse.

Para os analistas Fred Mendes, Gustavo Tiseo e Lucca Brendim, do Bradesco, a aquisição é positiva por causa do mercado de saúde no Estado, o terceiro maior do País, com cerca de 5,3 milhões de beneficiários, e da capacidade operacional da companhia.

“A Intermédica deve ser capaz de entregar melhorias nos resultados operacionais da Serpram via sinergias”, apontam, em relatório.

Já para Mauricio Cepeda, do Credit, a aquisição é positiva dado o tamanho do grupo Serpram. A operação adiciona 47 mil vidas ao portfólio da Intermédica, 74 leitos e um tíquete médio de R$ 2,3 mil por beneficiário.

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Ao analisar a transação, Bradesco BBI reiterou a recomendação ‘outperform’ (acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 80, com potencial de alta de 20,2% ante o último fechamento. O banco também espera que a Intermédica consiga reduzir o caixa de sinistralidade da Serpram, de 76%, superior à média da companhia, próxima a 70%.

A Ágora também soltou um relatório celebrando a operação. “Vemos a aquisição como positiva para a GNDI porque está se posicionando em Minas Gerais, o terceiro maior mercado do Brasil com cerca de 5,3 milhões de beneficiários, depois de São Paulo e Rio de Janeiro”, escreveu Flávia Meireles, em texto assinado em conjunto com o analista de ativos mobiliários Fred Mendes.

“Em relação às sinergias, devido ao MLR de 76%, superior ao do GNDI (cerca de 70%), esperamos que com o tempo, o GNDI consiga estabelecer a sua forma de operar e reduzir este MLR. Quanto à avaliação, apesar de ser uma estrutura vertical, com múltiplos de comparação limitados, vemos Serpram a R$ 3,5 mil por vida, o que parece um valor razoável, considerando que tanto o Grupo Santa Mônica quanto o Climepe operaram acima de R$ 5 mil por vida”, avaliam os analistas no documento.

A Ágora reiterou a recomendação de compra e preço-alvo de R$ 80 para GNDI3.

Rumo (RAIL3): +1,49%, R$ 18,37

O terceiro papel que sobressaiu em meio ao mar vermelho de ações com perdas na semana foi RAIL3, da Rumo. O papel foi escolhido como ‘top pick’ do setor de infraestrutura pelo Bank of America, que retomou cobertura de Rumo com recomendação de compra.

Além disso, na quinta (28), o conselho de administração da companhia aprovou um novo programa de recompra de 21.482.277 ações, representativas de, aproximadamente, 1,16% do capital social da empresa, com vigência até 29 de abril de 2022.

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O Bradesco e o Morgan Stanley serão as corretoras utilizadas na operação. Isso trouxe um viés positivo para a ação na própria quinta e também nesta sexta (30).

*Com Estadão Conteúdo

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