Mercado

Ibov registra novo pico: como o investidor deve se posicionar em junho

Desempenho positivo em maio e novo pico do índice aumentam expectativas para novas marcas históricas em 2021

Painel na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. Foto: Gabriela Biló/Estadão
  • Para a Ágora Investimentos, a expectativa é que o índice alcance 135 mil pontos ao final do ano. A XP revisou o preço-alvo do índice de 135 mil pontos para 145 mil e a Ativa Investimentos também mudou a projeção de 128 mil para 138 mil pontos 
  • A projeção de novas altas do Ibovespa indica o cenário otimista até o final do ano

Depois de um período de queda no primeiro trimestre, o Ibovespa elevou o ânimo e voltou a subir, levando diversas casas financeiras a revisar o preço-alvo do índice para o fim de 2021.

Na última sexta-feira (28), o índice renovou a marca histórica, atingindo 125.561,37 pontos, e chegou a 126.215,73 nesta segunda-feira (31), dia do último pregão do mês. As expectativas para junho são de novos picos, mas o investidor deve continuar atento à volatilidade, que deve seguir por conta de incertezas da crise sanitária e de riscos políticos e fiscais.

A estimativa de novas altas do Ibov indica um cenário otimista até o final do ano. Entre as razões para a nova precificação estão o desempenho das companhias no primeiro trimeste, como os bancos, e o boom das commodities (minério de ferro, siderúrgica, petróleo e celulose) na Bolsa.

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“Até mesmo as empresas do setor de shoppings tiveram resultados melhores do que o esperado após a segunda onda de covid-19. Mesmo que tenhamos uma terceira onda, talvez não seja tão intensa em relação ao fechamento do comércio como foram as anteriores”, diz o sócio e economista da VLG Investimentos, Leonardo Milane. “A Bolsa deve ter novas máximas, alimentada pelo cenário externo favorável.”

Para o estrategista de análise e head de research da Ágora Investimento, José Cataldo, é recomendável que o investidor escolha empresas com certificados de commodities. Segundo ele, esses ativos ainda têm potencial de crescimento nos próximos meses.

“Pensando em portfólio, recomendamos empresas que devem se beneficiar com a ampliação da vacinação no Brasil”, sugere Cataldo. “Companhias robustas financeiramente, com potencial de fazer novas aquisições e empresas ligadas ao mercado de capitais também compõem nossa carteira.”

“O mercado doméstico, principalmente dos setores mais afetados pela pandemia, como varejo, vestuário e até turismo, deve ter uma melhora até o fim do ano”, afirma o gerente de research da Ativa Investimentos, Pedro Serra.

Ele complementa que, apesar do crescimento no setor de commodities continuar no curto prazo, ele deve se acomodar até o fim do ano. “Embora acreditamos que o minério de ferro deva reduzir, vemos que a Vale tem outros galhos de crescimento, o que possibilita um ganho melhor para gerar caixa. A celulose também tem uma perspectiva positiva, mas deve estabilizar até o fim do ano”, diz Serra.

Sobre as perspectivas para o fim de 2021, ele comenta que deve haver volatilidade. “Não vai ser um crescimento em linha reta. O cronograma de vacinação deve dar um fôlego maior até o final do ano, mas até lá ainda existe um cenário de incerteza e riscos políticos, além da percepção de segurança em relação à crise sanitária e de entraves para a entrada de turistas estrangeiros”. O gerente de research diz ainda que a instabilidade deve se estender em 2022 por conta das eleições presidenciais.

Nova precificação

Após os resultados do primeiro tri, diversas casas revisaram o target do índice. Para a Ágora Investimentos, a expectativa é que o índice alcance 135 mil pontos ao final do ano e 150 mil ao final de 2022. A previsão estava em 130 mil e 140 mil, respectivamente.

A XP também alterou o preço-alvo do índice de 135 mil pontos para 145 mil. A Ativa Investimentos revisou para 138 mil pontos; anteriormente estava previsto 128 mil pontos.

Além dos resultados favoráveis do início do ano, a performance positiva deve-se à combinação dos estímulos econômicos, ao avanço na vacinação, somado à leve acomodação nas taxas de juros de longo prazo, o que proporcionou a melhora do cenário para os ativos de renda variável e trouxe sinais de recuperação econômica.

Além disso, a retomada da economia americana é outra influência na melhora do desempenho. Leonardo Milane, da VLG, declara que o auxílio do governo americano irá impulsionar ainda mais a economia. “No Brasil, já precisamos subir juros pelo mau motivo: a inflação alta. Nos Estados Unidos, a decisão do Federal Reserve (FED) de aumentar os juros é um reflexo natural do curto prazo da movimentação da economia”, afirma.