O que este conteúdo fez por você?
- Os gastos com projetos sem retorno, como o Metaverso, e o surgimento de concorrentes deixaram os investidores tensos, levando os papéis da empresa derreteram em novembro do ano passado
- As demissões geraram uma reação positiva no mercado em relação à economia de recursos
- A mudança de narrativa da empresa, que agora promete cautela com os gastos, deve representar uma recuperação no curto e médio prazo
A Meta (M1T434), dona do Facebook, iniciou a semana anunciando uma nova leva de demissões em massa (layoff). Dessa vez, 10 mil colaboradores irão deixar a empresa, totalizando 21 mil demitidos desde novembro do ano passado. Em um primeiro momento, a reação do mercado tem sido positiva, com perspectiva de mais recursos poupados. No entanto, analistas dizem que a empresa não deve voltar para o maior patamar já observado e por isso avaliação sobre compra depende do perfil do investidor.
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O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, defendia nos últimos anos que os grandes investimentos estavam melhorando o desempenho financeiro e tornando a holding Meta uma empresa de tecnologia melhor. As ações da companhia chegaram a valer US$ 378,69 em setembro de 2021. No entanto, os gastos com projetos ainda sem retorno, como o metaverso, surgimento de concorrente e um cenário de juros altos, deixou os investidores tensos. Em novembro do ano passado os papéis derreteram, chegando aos US$ 90,79.
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Para André Kim, analista de investimentos e sócio da GeoCapital, gestora especializada em fundos de ações globais, a precificação vista em novembro foi um exagero do mercado e distorceu o valor real da ação, ainda que concorde com a necessidade de revisão das estratégias da companhia. Apesar de já apostar na recuperação desde a baixa no ano passado, diz que o futuro é incerto. Entre as questões ainda em análise está o surgimento de fortes concorrentes, a possibilidade de o número de usuários ter atingido o volume máximo e a monetização do metaverso.
O cenário de incertezas obrigou a gestão da empresa a adotar uma nova postura, conforme observa Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos. “Os últimos resultados têm sido avisos dos novos tempos e é por isso que a Meta está dando esse passo para trás para equilibrar o excessivo investimento”, cita ao comentar os mais de US$ 10 bilhões investidos no ano passado, conforme o balanço mais recente.
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Desde então, Zuckerberg segue defendendo os projetos ambiciosos, mas agora promete cautela com os gastos. A mudança de narrativa da empresa foi fundamental, diz Kim. “O que fez com que o mercado acordasse para entender que a conta que estavam fazendo para chegar naquele valor não fazia sentido”, afirma.“A empresa tem um dono racional. Apesar de talvez ter tomado uma decisão radical com os investimentos”, diz o analista.
Futuro
Essa postura mais dura com o controle de gastos da empresa deve representar uma recuperação no curto e médio prazo. Segundo a área de análise da XP Investimentos, a maior adoção da ferramenta Reels, do Instagram, os retornos contínuos aos acionistas através de recompras de ações, além do controle de custos, podem ser bons gatilhos para a ação pensando no médio prazo.
Para o analista da GeoCapital, apesar de ser improvável que as ações recuperem suas máximas, é possível que haja recuperação que torne o investimento interessante. “Para o investidor que tem um horizonte mais curto, ela tem coisas interessantes que, se a empresa continuar fazendo o mesmo que tem feito, terá recuperação. Pode voltar a ter um preço pelo menos acima do que está hoje”, diz Kim.
Já no longo prazo o cenário é alterado e Kim diz que existem modelos mais atrativos já presentes no mercado. “O motivo de termos mantido a posição quando houve a baixa foi para ganhar o ajuste que víamos ser possível. Hoje vale como uma posição tática. Não de ficar apenas dois ou três meses, mas sendo necessário avaliar dentro de algum tempo”, acrescenta.
Também na perspectiva para o longo prazo, Alves diz que a Meta tem missões importantes para não declinar. “Hoje a empresa é o maior ‘canal de TV’ do mundo e, por isso, todos querem morder um pedaço da fatia da empresa no disputado mercado da ‘atenção do consumidor’. Só que para seguir na liderança precisará continuar se reinventando frente a concorrência para não virar o novo Orkut”, afirma.
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