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Gerdau (GGBR4) sobe mais de 150% desde auge da crise. Confira o que dizem os analistas

Especialistas veem boa perspectiva para o papel e recomendam compra do ativo

Aço longo em uma fábrica da Gerdau. (Foto: Jenn Ackerman/The New York Times)
  • Gerdau (GGBR4) tem valorização de 8,72% em 2020, ante a queda de 17,32% do Ibovespa. Desde 23 de março, pior momento da crise, ativo acumula alta de 151,16% e o índice de 50,41%
  • Forte desempenho aconteceu devido à diversificação da área de atuação da companhia e pela alta demanda por aço para a construção civil
  • Ação da empresa deve continuar a performar bem no 4T20 e corretoras recomendam a compra do ativo

Fundada em 1901, a Gerdau é umas das maiores siderúrgica do Brasil e do mundo, presente em mais de dez países. Na bolsa brasileira, a empresa possui tanto ações ordinárias como preferenciais sendo negociadas, a GGBR3 e a GGBR4, respectivamente. O segundo grupo de ativos é o mais líquido e está presente no Ibovespa, com peso de 1,052%.

Em 2020, a Gerdau (GGBR4) tem variação positiva de 8,72%, ante a queda de 17,32% do principal índice da bolsa brasileira.

Do auge da crise (no dia 23 de março) para cá, o desempenho da ação também é bem melhor. Desde esta data, enquanto o Ibovespa sobe 50,41%, o papel da companhia tem valorização de 151,16%, cotado a R$ 21,70 – até o fechamento do mercado desta terça-feira (6).

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“O principal produto da companhia é o aço longo, que é utilizado pela construção civil e está sendo muito demandado”, explica  José Francisco Cataldo, head de research da Ágora Investimentos.

A empresa está atraindo cada vez mais o interesse com a forte valorização. Em enquete no Twitter do E-Investidor, a Gerdau (GGBR4) venceu a disputa contra Usiminas e CSN, com 39,3% dos votos, sobre qual ação do setor de siderurgia merecia uma análise mais aprofundada.

O que explica o desempenho da ação?

Segundo especialistas, o bom desempenho da Gerdau (GGBR4) é explicado pela diversificação da área de atuação da empresa. Com apenas ⅓ da receita dependente do mercado brasileiro, a companhia foi beneficiada pela alta do dólar e pela maior demanda por commodities de materiais básicos, que aumentou o preço do minério de ferro.

Assim, as grandes exportações para os EUA e, principalmente, para a China permitiram que a empresa atravessasse bem a crise. “A recuperação da China foi em ‘V’ e o país tem demandado muito aço para construção civil”, afirma Murilo Breder, analista de renda variável da Easynvest.

Além disso, internamente, a Selic a 2% ao ano impulsiona o setor de construção civil, mesmo que a recuperação econômica não seja tão intensa como à do país asiático. Portanto, somando a alta do dólar, da demanda internacional e com a queda menos expressiva do mercado brasileiro, a companhia reportou dados melhores do que era esperado durante os três piores meses da pandemia.

No 2T20, a empresa registrou lucro líquido de R$ 315 milhões, queda de 15% ante ao mesmo período do ano anterior, e o Ebitda ajustado registrou queda de 16,2%, para R$ 1,31 bilhão. Apesar da queda, a prova que o balanço foi aceito de forma positiva pelo mercado é que a GGBR4 sobe 17,17% desde a divulgação dos números, no dia 5 de agosto.

“Nunca foi tão barato financiar casa/apartamento no Brasil e a demanda no exterior está muito grande. Então, a empresa surfou essa onda global da construção civil”, diz Breder, ressaltando que a Gerdau deve reportar resultados sólidos no 3T20.

O que esperar da Gerdau (GGBR4) no último trimestre do ano?

Para o 4T20, ambos os especialistas acreditam que a ação deve apresentar um bom desempenho no período. Isso porque o ciclo de alta da construção civil é longo no mundo inteiro. Além disso, a Selic deve permanecer baixa e o dólar alto. Por isso, a recomendação para o papel é de compra nas duas corretoras.

Na Ágora, o preço-alvo do ativo é de R$ 26. Segundo Cataldo, a empresa deve continuar se beneficiando do bom momento da construção civil no mercado doméstico e também no exterior, uma vez que o aumento da demanda trouxe preços mais atrativos para os produtos do setor siderúrgico e, somado ao dólar em patamares elevados, o que impulsiona a receita da companhia.

Já na Easynvest, o preço-alvo da ação é de R$ 24,50. Para o analista da casa de investimento, o entendimento é que, apesar de forte valorização, o ativo continua com melhores oportunidades que suas concorrentes até o final do ano.

“Não é mais uma barganha total, porque a grande alta já foi, mas ainda está mais atraente que as outras do setor”, comenta Breder, salientando que o papel está entre as ações recomendadas para outubro da Easynvest.

Antes de realizar a compra, os especialistas lembram aos investidores que primeiro deve ser feito uma análise do portfólio para ver se o ativo faz sentido na carteira. Isso porque o preço de commodities é muito volátil e não é indicado apostar grande parte do patrimônio no setor.

Cataldo ressalta ainda que a GGBR4 é a preferida da Ágora no setor de siderurgia e, entre as exportadoras de commodities, Vale (VALE3) é o destaque entre os papéis do setor de mineração.