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Ibovespa hoje: Azul (AZUL4) volta a disparar e Embraer (EMBR3) perde R$ 2 bi em valor de mercado

Índice fechou em leva alta, enquanto investidores se preparam para decisões de juros no Brasil e nos EUA

Ibovespa hoje: Azul (AZUL4) volta a disparar e Embraer (EMBR3) perde R$ 2 bi em valor de mercado
O Ibovespa é o principal índice da B3. Foto: Adobe Stock
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  • O Ibovespa hoje fechou em alta de 0,18%, aos 135.118,22 pontos, com volume negociado de R$ 15,8 bilhões
  • As três ações que mais valorizaram no dia foram Azul (AZUL4), CSN Mineração (CMIN3) e Santos Brasil (STBP3)
  • As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Embraer (EMBR3), Petz (PETZ3) e Brava Energia (BRAV3)

O Ibovespa hoje começou a semana no campo positivo, acima dos 135 mil pontos, com investidores se preparando para a “Super-Quarta”, marcada por decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira (16), a principal referência da B3 fechou em alta de 0,18%, aos 135.118,22 pontos. Entre a mínima e a máxima do dia, o índice foi dos 134.869,97 aos 135.715,10 pontos, com volume negociado de R$ 15,8 bilhões.

“Após os últimos dias serem caracterizados por muita volatilidade, esta semana já começa um pouco mais cautelosa, com expectativas altas para a Super-Quarta e, principalmente, para a magnitude do corte de juros do Federal Reserve (Fed) e para a proporção do possível aumento da Selic por aqui”, afirma Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital.

Diante das expectativas de que o Fed inicie o processo de relaxamento monetário nos Estados Unidos com um corte mais agressivo nos juros, de 0,5 ponto percentual, o dólar fechou em queda de 1,02% a R$ 5,5106, depois de oscilar entre a máxima a R$ 5,5810 e mínima a R$ 5,4980. Foi o quarto pregão consecutivo de baixa da moeda americana, que passou a acumular desvalorização de 2,21% em setembro.

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A ansiedade pela redução dos juros americanos também colaborou para o desempenho dos contratos futuros de petróleo. O WTI para outubro fechou em alta de 2,10%, a US$ 70,09 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para novembro de 2024 subiu 1,59%, a US$ 72,75 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Quem se beneficiou da valorização da commodity foi a Petrobras (PETR3;PETR4). Enquanto os papéis ordinários da petroleira (PETR3) avançaram 0,99%, os preferenciais (PETR4) registraram alta de 1,39%. As ações também foram beneficiadas pela notícia de que o Itaú BBA elevou a recomendação da empresa para outperform (o equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 48 para as ações preferenciais.

O banco considera que, mesmo com grandes variações no capex orgânico (quantidade de recursos destinados a investimentos em bens de capital de uma companhia) e possíveis fusões e aquisições (M&As), o rendimento de dividendos da estatal continuará acima da média dos pares internacionais. A casa estima um dividend yield (retorno via dividendos) de 14% para a petroleira em 2025.

Na agenda doméstica, investidores reagiram à última edição do Boletim Focus, que trouxe mudanças mais notáveis nas estimativas para o Produto Interno Brasileiro (PIB), na esteira dos últimos dados de atividade mais fortes divulgados na semana passada. Para 2024, a mediana das estimativas dos economistas prevê crescimento do PIB em 2,96%, sendo na semana anterior a projeção estava em 2,68%.

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Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o consenso para 2024 prevê inflação em 4,35% (a partir de 4,30% na semana passada), enquanto a estimativa para 2025 foi elevada para 3,95%, de 3,92%. Por fim, os economistas revisaram seus números para a Selic em 2025, que passou de 10,25% para 10,5% ao ano. Já taxa de juros estimada para o fim de 2024 permaneceu em 11,25%, a mesma da semana passada.

Nos Estados Unidos, as Bolsas de Nova York fecharam mistas. Nasdaq recuou 0,52%, enquanto Dow Jones e S&P 500 tiveram ganhos de 0,55% e 0,13%, respectivamente. O índice de atividade industrial Empire State, que mede as condições da manufatura no estado de Nova York, subiu de -4,7 em agosto para 11,5 em setembro, segundo pesquisa divulgada pela distrital de Nova York do Fed. O resultado contrariou a expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam queda do indicador a -5 neste mês.

As maiores altas do Ibovespa hoje

As três ações que mais valorizaram no dia foram Azul (AZUL4), CSN Mineração (CMIN3) e Santos Brasil (STBP3).

Azul (AZUL4): +10,91%, R$ 5,49

As ações da Azul (AZUL4) voltaram a disparar e lideraram os ganhos do Ibovespa nesta segunda-feira, finalizando a sessão em alta de 10,91% a R$ 5,49. O movimento ocorreu após a aérea confirmar que está em negociações com arrendadores de aeronaves para otimizar a sua estrutura de capital, sendo que uma das opções é substituir as dívidas da empresa por participação societária na Azul.

“Dado que, no momento, as negociações seguem em andamento e não há documento vinculante firmado, os termos e condições de uma eventual reestruturação ainda estão sujeitos à discussão e definição pelas partes envolvidas”, ponderou, no entanto, a empresa em comunicado.

A AZUL4 está em alta de 1,86% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 65,71%.

CSN Mineração (CMIN3): +6,93%, R$ 7,1

Entre as principais altas do Ibovespa no dia, estiveram também as ações da CSN Mineração (CMIN3), que subiram 6,93% a R$ 7,1. Os papéis avançaram mesmo mesmo após o contrato mais negociado de minério de ferro na Bolsa de Cingapura, com entrega prevista para outubro de 2024, fechar em queda de 1,13%, cotado a US$ 91,75 por tonelada.

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A CMIN3 está em alta de 25% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 5,21%.

Santos Brasil (STBP3): +3,94%, R$ 13,71

Quem também se saiu bem foi a Santos Brasil (STBP3), que avançou 3,94% a R$ 13,71, após anunciar o pagamento de um crédito a acionistas, referente à redução de capital, no valor de R$ 1,6 bilhão ou R$ 1,8 por ação.

A STBP3 está em alta de 5,46% no mês. No ano, acumula uma valorização de 52%.

As maiores quedas do Ibovespa hoje

As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Embraer (EMBR3), Petz (PETZ3) e Brava Energia (BRAV3).

Embraer (EMBR3): -5,3%, R$ 49,18

As ações da Embraer (EMBR3) registraram a principal desvalorização do Ibovespa, terminando o dia em baixa de 5,3% a R$ 49,18. O movimento se deu depois de a empresa anunciar que irá receber US$ 150 milhões da Boeing como resultado da conclusão do procedimento de arbitragem pendente entre as empresas. “As expectativas para o valor pareciam ser mais elevadas, próximas de patamares entre US$ 250 e US$ 300 milhões, por isso a reação negativa de hoje”, explicou o Itaú BBA em relatório.

Com o desempenho negativo no dia, a empresa perdeu R$ 2,1 bilhões em valor de mercado.

A EMBR3 está em alta de 5,02% no mês. No ano, acumula uma valorização de 119,65%.

Petz (PETZ3): -4,21%, R$ 4,55

Outro destaque negativo foi a Petz (PETZ3), que cedeu 4,21% a R$ 4,55, em movimento de realização de lucros. Apenas nos últimos 30 dias, o papel registra alta de 20,69%

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A PETZ3 está em baixa de 6,38% no mês. No ano, acumula uma valorização de 15,19%.

Brava Energia (BRAV3): -3,81%, R$ 21,23

Quem também se saiu mal no Ibovespa hoje foi a Brava Energia (BRAV3), companhia resultante da união da 3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3). As ações da petroleira recuaram 3,81% a R$ 21,23, mesmo com o avanço dos contratos mais líquidos de petróleo no exterior, que foram impulsionados pela expectativa no corte de juros pelo Fed.

A BRAV3 está em baixa de 19,49% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 18,25%.

*Com Estadão Conteúdo