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Ibovespa hoje: índice perde os 120 mil pontos com ruídos do governo e decisão do Fed

Falas de Lula desagradaram o mercado, que também teme possível "fritura" de Fernando Haddad

Ibovespa hoje: índice perde os 120 mil pontos com ruídos do governo e decisão do Fed
Ibovespa, o principal índice da B3. (Fotoa: Adobe Stock)
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  • O Ibovespa hoje encerrou em baixa de 1,40%, aos 119.936,02 pontos, e renovou a cotação mínima do ano
  • As três ações que mais valorizaram no dia foram Embraer (EMBR3), MRV (MRVE3) e Klabin (KLBN11)
  • As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Magazine Luiza (MGLU3), Cogna (COGN3) e Dexco (DXCO3)

O Ibovespa hoje renovou a sua cotação mínima e fechou abaixo da linha de 120 mil pontos pela primeira vez em 2024. Um combo de notícias pesou sobre o índice e despertou cautela nos investidores, como falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e preocupações em torno de uma possível “derrota” para o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Após a sessão movimentada, a principal referência da B3 encerrou em baixa de 1,40%, aos 119.936,02 pontos, e com volume negociado de R$ 58,6 bilhões — bem acima da média diária que costuma ficar em torno de R$ 20 bilhões.

O dia também foi decisivo nos Estados Unidos, com a publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). O indicador de inflação ficou estável em maio ante abril, segundo dados com ajustes sazonais divulgados pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado veio abaixo da mediana de analistas consultados pela pesquisa Projeções Broadcast, de alta de 0,1%.

Quanto à decisão monetária monetária, o Fed optou por manter a taxa de juros americana na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, em linha com as expectativas do mercado. “A decisão de manter as taxas inalteradas já era esperada e todos estavam atentos aos eventuais sinais indicando a propensão do Fed para postergar o início do ciclo de cortes. A única mudança relevante no comunicado foi reconhecer evidências de uma evolução modesta da inflação nos últimos meses (frente à ausência de evidências que foi mencionada em maio)”, destaca Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

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Posteriormente, os investidores acompanharam o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell. O dirigente explicou que a autoridade monetária não descarta a possibilidade de ter que voltar a subir juros, mas explicou que esse não é o cenário-base dos membros do órgão.

Após os dados do CPI, a decisão do Fed e as falas de Powell, os índices americanos encerraram mistos nesta quarta-feira. O Dow Jones caiu 0,09%, enquanto S&P 500 e Nasdaq tiveram ganhos de 0,85% e 1,53%, respectivamente, renovando as suas máximas históricas de fechamento pelo terceiro dia consecutivo.

Por aqui, investidores acompanharam o discurso de Lula na abertura do Fórum de Investimentos Prioridade 2024, promovido pelo Instituto da Iniciativa de Investimentos Futuros (FII Institute), no Rio de Janeiro (RJ). Durante o evento, o presidente destacou que o governo está “colocando as contas públicas em ordem para assegurar o equilíbrio fiscal”, mas que “não consegue discutir economia sem colocar a questão social na ordem do dia”.

No radar dos investidores, também esteve uma possível “derrota” para Fernando Haddad, após o Senado devolver na noite de terça-feira (11) a Medida Provisória (MP) que restringia a compensação de créditos do PIS/Cofins em contrapartida à perda de arrecadação com a desoneração da folha de pagamentos. A medida poderia aumentar a receita federal em R$ 29,2 bilhões.

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“A devolução acaba representando uma derrota para Haddad, que propôs a medida como basicamente uma compensação à desoneração da folha de pagamento”, afirma Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital. “E basicamente isso acaba levando a uma desconfiança dos investidores de maneira geral em relação ao conflito de gastos. Eu acho que não é muito o que o investidor e nem o mercado estão querendo ver agora”, complementa.

Diante das preocupações fiscais, o dólar voltou a disparar na sessão e encerrou o dia em alta de 0,86%, sendo negociado a R$ 5,407 — o maior patamar de fechamento da moeda americana desde 4 janeiro de 2023. O euro, por sua vez, registrou alta de 1,48% frente ao real no pregão, terminando o dia cotado a R$ 5,842.

Maiores Altas

As três ações que mais valorizaram no dia foram Embraer (EMBR3), MRV (MRVE3) e Klabin (KLBN11).

Embraer (EMBR3): +2,99%, R$ 39,97

As ações da Embraer (EMBR3) lideraram os ganhos do Ibovespa no pregão e encerraram o dia em valorização de 2,99% a R$ 39,97. Segundo Iarussi, da The Hill Capital, os papéis da empresa foram impulsionados pela valorização do dólar, já que a alta da moeda americana traz uma pressão positiva para companhias exportadoras. “A Embraer acaba se beneficiando nesse cenário positivo, principalmente em relação à demanda de aeronaves”, destaca o analista.

A EMBR3 está em alta de 10,32% no mês. No ano, acumula uma valorização de 78,52%.

MRV (MRVE3): +1,02%, R$ 6,92

Outros papéis que se saíram bem no dia foram os da MRV (MRVE3), que fecharam em alta de 1,02% a R$ 6,92. As ações da empresa foram beneficiadas pelos dados do CPI, que vieram abaixo do esperado. “A gente acredita que tem um tom mais positivo de recuperação no setor de construção. A gente viu dados de inflação americana baixos, o que trouxe um sinal positivo e pode gerar uma flexibilização monetária aqui também no Brasil”, afirma Iarussi.

A MRVE3 está estável no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 38,38%.

Klabin (KLBN11): +0,84%, R$ 20,51

Entre os principais destaques positivos da sessão, figuraram ainda as ações da Klabin (KLBN11), que terminaram o dia em valorização de 0,84%, sendo negociadas a R$ 20,51. Os papéis são considerados “resistentes” e subiram em dia de aversão ao risco por parte dos investidores.

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A KLBN11 está em alta de 0,94% no mês. No ano, acumula uma valorização de 3,69%.

Maiores Quedas

As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Magazine Luiza (MGLU3), Cogna (COGN3) e Dexco (DXCO3).

Magazine Luiza (MGLU3): -7,96%, R$ 11,45

Liderando a ponta negativa do Ibovespa estiveram as ações do Magazine Luiza (MGLU3), que fecharam o pregão em queda de 7,96% a R$ 11,45. Os papéis apagaram grande parte dos ganhos observados na véspera, quando subiram 7,99% e registraram a principal alta do Ibovespa, apoiados pelo alívio nos juros futuros.

A MGLU3 está em baixa de 7,59% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 46,67%.

Cogna (COGN3): -7,14%, R$ 1,69

Na lista de maiores baixas, figuraram também as ações da Cogna (COGN3), que encerraram em baixa de 7,14% a R$ 1,69. Os ativos foram penalizados pela notícia de que o Ministério da Educação suspendeu a criação de novos cursos de graduação a distância.

A COGN3 está em baixa de 9,14% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 51,58%.

Dexco (DXCO3): -4,91%, R$ 6,58

Estendendo as perdas da véspera, os papéis da Dexco (DXCO3) terminaram o dia em desvalorização de 4,91%, sendo negociados a R$ 6,58. Na terça-feira (11), as ações já haviam ficado entre os principais destaques negativos da sessão ao sofrerem uma queda de 0,57% a R$ 6,92.

A DXCO3 está em baixa de 8,61% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 17,75%.

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*Com Estadão Conteúdo

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