Ibovespa hoje opera em compasso de fim de ano, com liquidez reduzida. No radar do pregão estão o IGP-M e o Boletim Focus no Brasil, dados de comércio da China e indicadores econômicos dos Estados Unidos. (Imagem: Adobe Stock)
O Ibovespa começa a segunda-feira (29) ainda sob o efeito da desaceleração fim de ano: liquidez reduzida, agendas enxutas e investidores mais atentos ao noticiário externo do que a movimentos táticos de curto prazo. No Brasil, o destaque da manhã é o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), calculado pela FGV e amplamente usado para reajustes de contratos, além do Boletim Focus, que reúne as projeções do mercado para inflação, juros, câmbio e crescimento. No exterior, a agenda ganha corpo com dados da balança comercial chinesa, capazes de mexer com expectativas sobre commodities, especialmente minério de ferro, peça-chave para a Bolsa brasileira.
Nos Estados Unidos, o radar aponta para indicadores de atividade e consumo, como a prévia da balança comercial de bens, estoques do varejo e do atacado, além das vendas pendentes de imóveis, um termômetro do setor imobiliário americano. O dia também reserva uma bateria de dados de energia divulgados pela EIA, a agência de informação do setor, que costumam influenciar o preço do petróleo, e leilões de Treasuries (títulos da dívida dos EUA) de curto prazo, relevantes para o comportamento dos juros globais. Em um mercado mais ralo, qualquer surpresa tende a ganhar volume acima do normal.
No último pregão, sexta-feira (26), o Ibovespa conseguiu virar o jogo e fechou em alta de 0,27%, aos 160.896,64 pontos, depois de oscilar ao longo da tarde e testar diferentes máximas. O dia pós-Natal foi marcado por liquidez enfraquecida e por uma agenda econômica curta, mas o noticiário político ganhou protagonismo após a divulgação da carta em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dá aval à pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência em 2026. O mercado reagiu com cautela ao aumento do ruído político, enquanto o Banco Central atuou no câmbio com leilões de linha, oferecendo dólares com compromisso de recompra.
Ainda na sexta, dados mostraram que as concessões de crédito livre dos bancos caíram 5,6% em novembro ante outubro, embora acumulem alta de 9,3% em 12 meses, segundo o BC. No exterior, a queda das bolsas de Nova York limitou ganhos maiores do índice brasileiro, enquanto nas commodities o petróleo Brent recuou e o minério de ferro avançou na China. O dólar, por sua vez, fechou em leve alta, a R$ 5,54, refletindo tanto a atuação do BC quanto o ambiente de menor apetite ao risco típico do período entre o Natal e o Ano Novo. A seguir, confira a agenda da segunda-feira (29).
País / Região
Horário
Indicador / Evento
Brasil
08:00
IGP-M (mês a mês) — índice de inflação calculado pela FGV, usado como referência
para reajustes de contratos de aluguel, energia e serviços.
Brasil
08:30
Boletim Focus — relatório semanal do Banco Central com as projeções do mercado
para inflação, taxa Selic, câmbio e crescimento do PIB.
Estados Unidos
10:30
Balança comercial de bens (prévia) — mostra a diferença entre exportações
e importações de mercadorias, indicador relevante para o crescimento econômico.
Estados Unidos
12:00
Estoques do varejo, exceto automóveis (prévia mensal) — sinaliza o ritmo
da demanda e da cadeia de suprimentos.
Estados Unidos
12:30
Estoques no atacado (prévia mensal) — ajuda a avaliar o nível de atividade
e a dinâmica da produção industrial.
Estados Unidos
13:30
Vendas pendentes de imóveis (mensal e anual) — indicador antecedente
do mercado imobiliário residencial.
Estados Unidos
14:00
Índice de atividade industrial do Fed de Dallas — termômetro regional
da indústria, acompanhado de perto por investidores.
Tesouro dos EUA
—
Leilões de Treasuries de 3 e 6 meses — operações de curto prazo que influenciam
a curva de juros e a liquidez global.