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Pessoa física investe mais no primeiro semestre e crava R$ 4,6 trilhões

O valor é 2,8% maior em relação ao final do ano passado

Pessoa física investe mais no primeiro semestre e crava R$ 4,6 trilhões
Os pequenos investidores sustentaram alta do volume financeiro em 2022. (Foto criada por karlyukav - br.freepik.com)
  • Esta cifra é 2,8% maior do que a registrada em dezembro do ano passado, quando o volume financeiro atingiu R$ 4,5 trilhões
  • O crescimento é ainda maior no varejo tradicional, categoria em que estão incluídos os pequenos investidores. Nesta fatia, houve aumento de 5,9% no volume financeiro
  • De acordo com os dados da Anbima, o pequeno investidor continua mais conservador do que os investidores mais ricos

Entre janeiro e junho de 2022, os investidores pessoas físicas de varejo tradicional, varejo de alta renda e private movimentaram R$ 4,6 trilhões em investimentos. Esta cifra é 2,8% maior do que a registrada em dezembro do ano passado, quando o volume financeiro atingiu R$ 4,5 trilhões.

O crescimento é ainda maior no varejo tradicional, categoria em que estão incluídos os pequenos investidores. Nesta fatia, houve aumento de 5,9% no volume financeiro, enquanto no segmento private (clientes de renda mais elevada), esse percentual foi de 5,4%. Entre os investidores mais ricos, concentrados no private, houve retração de 1,7% no volume financeiro dedicado a investimentos.

A deterioração das condições macroeconômicas são apontadas por Ademir Correa, presidente do Fórum de Distribuição da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), como determinantes para essa diminuição entre clientes private.

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“Tem ver com a queda da Bolsa. É um movimento natural, uma vez que tivemos um prolongamento desse momento econômico de muitas intempéries”, afirma Correa. Alguns desses intempéries são o salto da inflação no mundo, subida dos juros, risco de recessão nos EUA e continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Vale lembrar que, no Brasil, a Selic pulou de 2% para 13,25% em menos de dois anos – o que impulsionou a busca pela renda fixa no cenário interno. Enquanto os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e títulos públicos tiveram crescimento de 13,6% e 18,9% no volume financeiro, por exemplo, as ações apresentaram queda de 10,7%.

O produto que mais chamou a atenção dos investidores pessoas físicas no semestre foi a novata ‘LIG’ (Letra Imobiliária Garantida), que registrou crescimento de 44,5% no volume financeiro. O título é lastreado em créditos imobiliários e geralmente tem vencimentos longos.

Poupança? Não para os mais ricos

De acordo com os dados da Anbima, o pequeno investidor continua mais conservador do que os investidores mais ricos. Cerca de 81,7% do volume financeiro do varejo está concentrado na renda fixa, sendo a Poupança o principal produto (32,9%), seguida pelos CDBs (19,9%). A renda variável representa apenas 6% do capital pertencente a este perfil.

Na outra ponta, os investidores private tem uma carteira mais pulverizada. Este público concentra a maior fatia dos recursos na renda variável (30,5%) e tem como principal produto os fundos multimercados (24,2%). A renda fixa concentra apenas 27,5% do volume.

Influenciadores

Tendo em vista o crescimento do número de investidores tanto na Bolsa quanto na renda fixa, a Anbima planeja fazer uma revisão do suitability (processo de adequação dos investimentos ao perfil do investidor) e criar regras para oferta de serviços de intermediação no exterior.

As instituições que usam influenciadores ou canais de mídia próprios para recomendação de investimento também estão na mira da associação, que pretende reforçar as regras em torno das indicações.

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Correa, entretanto, ressalta que a Anbima não pretende atuar fiscalizando diretamente os influenciadores, mas as instituições que utilizam destes profissionais. “Para influenciadores, não temos pretensão de fazer nenhuma mudança”, afirma.

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