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IPCA+7%? Títulos públicos batem recorde em véspera de greve no Tesouro

Papéis atrelados à inflação "encostam" em 7% de juro real, enquanto prefixados chegam a oferecer 12,6% ao ano

IPCA+7%? Títulos públicos batem recorde em véspera de greve no Tesouro
Títulos registram alta de rentabilidade (Foto: Adobe Stock)
  • As taxas dos títulos públicos do Tesouro Direto estão em patamares recordes nesta segunda-feira (23)
  • Até às 15h, o Tesouro IPCA+ com vencimento para 2029 estava pagando 6,7% ao ano de juro real - maior rentabilidade já registrada por esse papel
  • Entre os prefixados, o maior prêmio estava no vencimento intermediário, para 2031, com um retorno anual de 12,58%, o segunda maior já registrado pelo ativo

As taxas dos títulos públicos do Tesouro Direto estão em patamares recordes nesta segunda-feira (23). Até às 15h, o Tesouro IPCA+ com vencimento para 2029 estava pagando 6,7% ao ano de juro real – maior rentabilidade já registrada por esse papel. Entre os prefixados, o maior prêmio estava no vencimento intermediário, para 2031, com um retorno anual de 12,58%, o segunda maior já registrado pelo ativo.

O salto dos rendimentos acontece na véspera de uma greve dos servidores do Tesouro, que deve impactar as negociações. Na terça (24), os investidores não poderão comprar títulos públicos e todos os agendamentos para a data serão cancelados. Os resgates, entretanto, continuarão ocorrendo normalmente.

O que são títulos IPCA+ e Prefixados?

Para quem não conhece, os títulos conhecidos como “Tesouro IPCA+” pagam a variação da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais uma taxa prefixada anual, chamada “juro real”. Por outro lado, os títulos do “Tesouro Prefixado” pagam um juro real “fixo”.

Contudo, ambas as categorias sofrem efeitos de marcação a mercado. Isto significa que os preços dos papéis variam diariamente conforme as expectativas econômicas e a demanda pelos ativos. Em termos gerais, quando as taxas sobem, como agora, esses títulos públicos desvalorizam na carteira. O contrário também acontece, ou seja, quando as taxas caem, os títulos valorizam.

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Para fugir dessa volatilidade, o investidor deve manter o capital até o vencimento estipulado. Dessa forma, terá exatamente a rentabilidade contratada no momento da compra. Vale lembrar também que o único título público que não sofre marcação a mercado é o Tesouro Selic, que paga a variação da taxa básica de juros Selic e possui liquidez diária.

Por que IPCA+ e Prefixados estão batendo recorde hoje?

A piora da percepção fiscal e dos indicadores expressos no Boletim Focus pressionaram as taxas do Tesouro Direto hoje. Essa deterioração do cenário, portanto, é responsável por fazer os títulos IPCA+ encostarem no pico de 7% de juro real ao ano.

No Focus, as perspectivas para a inflação foram reavaliadas para cima pela décima semana seguida. Agora, o consenso é de que até o final de 2024, o IPCA esteja em 4,37%. As expectativas para a taxa básica de juros Selic também continuam subindo – até semana passada, a visão era de que o juro chegaria ao final de dezembro em 11,25% ao ano. Hoje, a visão mudou para 11,5% ao ano.

A notícia de que o Governo está revisando o contingenciamento de R$ 3,8 bilhões também azedou o humor dos investidores. “A indefinição externa, o fraco desempenho das principais commodities e o crescimento da percepção de risco fiscal devem limitar a tomada de risco por aqui (nesta sessão)”, avaliou a Ágora Investimentos, em relatório.

Veja os preços e taxas do Tesouro Direto na sessão.

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