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2021 será o ano dos IPOs? Conheça as empresas que poderão estrear na B3

Em onda otimista, 29 empresas aguardam análise da CVM para a abertura de capital. Veja as apostas dos especialistas para o próximo ano

2021 será o ano dos IPOs? Conheça as empresas que poderão estrear na B3
O setor de tecnologia, composto por empresas como Multilaser, é afetado pela Selic alta. (Foto: Amanda Perobelli/Reuters)
  • Ao todo, 24 IPOs foram feitos em 2020. Dentre eles, Enjoei, Meliuz, Track & Field, Grupo Soma, Locaweb e Boa Vista;
  • Em 2020 foram feitos 41 pedidos de registro de IPO, dos quais 11 foram interrompidos, 29 seguem em análise e um está em andamento;
  • Para Rodrigo Wainberg, analista da Suno Research, para investir em IPO, deve-se ter cuidado redobrado, porque a empresa está inaugurando na bolsa e não é sabido quem são seus controladores e executivos.

As empresas brasileiras estão descobrindo a bolsa de valores. Mesmo em um ano de recessão, 24 IPOs (Oferta Pública Inicial de Ações) foram concluídos em 2020. Dentre eles, Enjoei (ENJU3), Meliuz (CASH3), Track & Field (TFCO4), Grupo Soma (SOMA3), Locaweb (LWSA3) e Boa Vista (BOAS3). E, na última quarta-feira (9), para animar ainda mais o mercado acionário, a Rede D’or, maior cadeia de hospitais privados no Brasil, fez o terceiro maior IPO da história da Bovespa, arrecadando R$ 11,39 bilhões. A companhia será listada na B3 com o ticker RDOR3 no dia 17 de dezembro e suas ações foram precificadas em R$ 57,92. Com isso, a empresa alcançou um valor de mercado de R$ 112,5 bilhões.

Ao todo, 41 novos pedidos de registro de IPO foram feitos em 2020, dos quais 12 foram interrompidos e 29 seguem em análise. Com tamanho otimismo no mercado, algumas empresas resolveram reativar o processo de IPO. É o caso da companhia de saneamento Iguá, que comunicou no último dia 7 à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) o desejo de dar andamento ao pedido que já havia feito.

Segundo Anderson Meneses, CEO da Alkin Research, as empresas procuram fazer IPO em momentos de euforia para alcançar uma precificação maior. “Quanto mais otimismo há no mercado, mais IPOs vão surgir”, explica.

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O E-Investidor reuniu as empresas que abriram solicitação junto à CVM para serem listadas na bolsa e conversou com especialistas para saber o que podemos esperar dos IPOs em 2021. Confira.

Próximas candidatas

Quando falamos de processos de IPO, é difícil ter certeza de qual deles trará resultados positivos ou negativos, já que as consequências dependem diretamente das condições de mercado. Por isso, montamos a tabela abaixo com as 29 empresas que estão com seus pedidos de oferta inicial de ações em análise pela CVM.

Empresa
Pedido de entrada
Kallas incorporações e construções S.A. 06/08/2020
CFL inc par S.A. 24/08/2020
Mosaico tecnologia ao consumidor S.A. 25/08/2020
Emccamp residencial S.A. 26/08/2020
Açu petróleo S.A. 01/09/2020
Cruzeiro do sul educacional S.A. 07/10/2020
Focus energia holding participações S.A. 15/10/2020
Grupo big Brasil S.A. 19/10/2020
CSN mineração S.A. 19/10/2020
Neogrid participações S.A. 20/10/2020
Grupo fartura de hortifruti S.A. 20/10/2020
Estok comércio e representações S.A. 19/10/2020
Paschoalotto serviços financeiros S.A. 21/10/2020
UNI.co S.A. 21/10/2020
Oleoplan S.A. óleos vegetais planalto 21/10/2020
Boa safra sementes S.A 22/10/2020
Bemobi mobile tech S.A. 22/10/2020
CTC – centro de tecnologia canavieira S.A. 22/10/2020
Método engenharia S.A. 23/10/2020
MPM corpóreos SA 09/11/2020
Vittia fertilizantes e biológicos S.A. 17/11/2020
Cortel holding S.A. 23/11/2020
Intelbras S.A 26/11/2020
Jalles machado S.A. 02/12/2020
Westwing comércio varejista S.A. 03/12/2020
Kalunga S.A 04/12/2020
Mobly S.A 07/12/2020
Iguá saneamento S.A. 07/12/2020

As apostas para 2021

Para Mário Goulart, analista CNPI da O2 Research, muitas empresas lançam um prospecto preliminar para ver como o mercado reage, mas poucas concluem o processo. “Podemos analisar o caso da Havan, por exemplo. Quando o mercado mediu quanto eles queriam captar e os múltiplos, acharam melhor desistir”, explica.

“Já a CSN acho a mais possível de ser, de fato, concretizada, mas é difícil dizer quais das outras, efetivamente, irão para a conclusão do processo. A Kalunga, pelo tamanho, tem possibilidades, mas eu apostava na Havan e ela não foi”, explica Goulart.

Embora Havan e Wine estejam com os processos suspensos, Meneses acredita que elas têm grandes chances de retomarem o IPO no ano que vem. Além delas, o CEO destaca Mobly, Intelbras e Tok&Stok.

Segundo Rodrigo Wainberg, analista da Suno Research, a empresa de Saneamento Iguá tem chances e porte para entrar na bolsa e ser a primeira empresa privada do segmento listada na B3. Além dela, o analista enxerga com bons olhos a CSN, que deve fazer o IPO para desalavancar a companhia.

Os cuidados na hora de investir em IPOs

Investir logo no começo da jornada de uma empresa na bolsa pode ser uma grande tentação, tendo em vista o exemplo de Magazine Luiza (MGLU3), que desde o IPO já aumentou o seu valor de mercado em 700 vezes. Porém, é preciso ter cuidado redobrado ao apostar nas estreantes.

“Quando temos uma empresa que está inaugurando na bolsa, não conhecemos muito bem quem são os controladores e executivos”, explica Wainberg. O analista recomenda alocar um percentual menor da carteira de renda variável nesse tipo de ação.

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Então, antes de investir nessas empresas, é necessário bastante estudo. Meneses faz um alerta para aqueles que desejam apostar em um IPO. “Deve-se ficar atento às condições da oferta, o porque da companhia querer abrir o capital, e se vale a pena entrar depois de ela estrear na bolsa”, conclui.

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