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Mercado financeiro hoje: 4 pontos que você precisa saber após ata do Fed e 3º recorde seguido do Ibovespa

Os próximos eventos da agenda hoje trarão ainda mais pistas sobre um possível corte de juros nos EUA. Veja

Mercado financeiro hoje: 4 pontos que você precisa saber após ata do Fed e 3º recorde seguido do Ibovespa
Painel do Ibovespa. (Fonte: Adobe Stock)

A agenda econômica desta quinta-feira (22) traz a ata da última reunião monetária do Banco Central Europeu (BCE), além do índice de confiança do consumidor preliminar de agosto da União Europeia e o Produto Interno Bruto (PIB) do México do segundo trimestre. No mercado financeiro hoje, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Kansas City abre o Simpósio de Jackson Hole, em que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, representará o Brasil. A Receita Federal apresenta a arrecadação do governo referente ao mês de julho.

Ainda na agenda hoje, três diretores do BC serão acompanhados: o diretor de Regulação, Otávio Damaso, faz palestra em evento da Abecip; o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, estará em evento na PUC-Rio; e o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, falará em congresso da Fenabrave. Galípolo vai ainda a evento acadêmico na Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai à posse dos ministros Antonio Herman Benjamin e Luis Felipe Salomão nos cargos de, respectivamente, presidente e vice-presidente do STJ. O Tesouro realiza leilões de venda de Letras do Tesouro Nacional (LTN, títulos prefixados) e Nota do Tesouro Nacional série F (NTN-F, título de renda fixa).

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No cenário externo, investidores também acompanham os pedidos semanais de auxílio-desemprego e o índice de atividade nacional em julho nos EUA, assim como as prévias de agosto dos índices de gerentes de compras (PMI) do país e as vendas de moradias usadas em julho.

Confira os 4 assuntos em alta no mercado financeiro hoje

Bolsas internacionais

Um apetite moderado por risco impulsiona os índices futuros de ações em Nova York, ecoando a reação positiva em Wall Street à possibilidade de um corte de juros em setembro, após a revisão para baixo na criação de empregos nos Estados Unidos e a divulgação da ata do Federal Reserve.

As ações da Microsoft (MSFT34) caíam 0,10% no pré-mercado às 7h02, após a empresa cortar sua projeção para receita de computação pessoal e na nuvem para o trimestre atual.

Os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) sobem, enquanto o dólar se enfraquece em relação ao euro e à libra, que reagem positivamente aos PMIs da zona do euro e do Reino Unido acima das previsões.

No entanto, a queda do PMI composto alemão para o território de contração, abaixo de 50, e ao menor nível em cinco meses contém o ânimo e alimenta cautela com a maior economia da Europa. Por sua vez, as bolsas europeias firmam tom positivo em reação aos dados de atividade na zona do euro.

Ata do Fed e juros nos EUA

Além da expectativa pelos indicadores americanos nesta quinta-feira, os investidores estão ansiosos pelo discurso do presidente do BC americano, Jerome Powell, em Jackson Hole na sexta-feira (23), para calibrar as apostas sobre a magnitude da flexibilização monetária que está por vir.

Economistas esperam que Powell mantenha um possível corte de juros em setembro na mesa, mas descartam a antecipação dos movimentos, que devem continuar dependentes dos dados econômicos nos EUA.

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Na quarta-feira (21), a ata do último encontro do Fomc relatou que a “vasta maioria” dos membros do Fed afirmou que provavelmente será apropriado cortar a taxa básica de juros na próxima reunião de política monetária, em setembro, caso os dados econômicos continuem dentro do esperado.

Após a divulgação do documento, o mercado ampliou as chances de início do ciclo com uma redução de 50 pontos-base, embora o corte de 25 pontos-base continue sendo o mais provável, de acordo com a plataforma de monitoramento do CME Group.

Para o final do ano, a probabilidade de um corte acumulado de 125 pontos-base cresceu, embora a maior chance ainda seja de um alívio de 100 pontos-base.

Commodities

O petróleo ensaia uma recuperação após cair nas últimas quatro sessões, mas a correção é tímida devido às incertezas sobre a demanda chinesa e ao ceticismo em relação ao acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

Embora o minério de ferro tenha subido 0,41% na China, o American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) cedia 0,47% no pré-mercado às 6h50. Já o ADR da Petrobras (PETR3; PETR4) ganhava 0,40% em meio à tímida elevação do petróleo.

Mercado brasileiro

O Ibovespa pode se beneficiar do ambiente positivo no exterior e da alta das commodities, embora a instabilidade não esteja descartada após a terceira sessão consecutiva de fechamento em máxima histórica, aos 136.463,65 pontos, impulsionado pelo avanço firme dos papéis da Vale e das siderúrgicas – veja aqui como encerrou o pregão.

Os mercados de câmbio e juros devem se ajustar à valorização do dólar e dos juros dos Treasuries em Nova York, embora os ganhos das commodities possam conter o ímpeto em véspera do discurso de Powell. A possibilidade de alta da taxa Selic em setembro segue no radar.

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Os investidores também vão repercutir nas próximas horas os dados de arrecadação e acompanhar os comentários dos diretores do Banco Central, especialmente Gabriel Galípolo, cotado para substituir Roberto Campos Neto no comando do BC a partir do ano que vem – confira detalhes da possível troca nesta matéria.

Em um cenário de incertezas fiscais, o mercado financeiro hoje prevê que a arrecadação do governo com impostos e contribuições federais tenha atingido R$ 224,850 bilhões em julho (mediana), após R$ 208,844 bilhões em junho. A mediana representa um ganho real de cerca de 6,6% em comparação com julho de 2023, em números ajustados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo apuração do Projeções Broadcast.

* Com informações do Broadcast