

A agenda econômica da semana traz a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), além da China, Turquia, Canadá e Coreia do Sul, nesta semana mais curta, com o feriado da Sexta-Feira Santa fechando os mercados de Nova York, Europa, Hong Kong e Brasil. Nesta segunda-feira (14), o mercado financeiro hoje acompanha o boletim Focus, o monitor do Produto Interno Bruto (PIB) de fevereiro e os dados semanais da balança comercial.
Ainda na agenda econômica hoje, diretores do Banco Central (BC) participam de duas reuniões trimestrais com economistas, no Rio de Janeiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Educação, Camilo Santana, participam da inauguração do novo campus da Universidade Federal Fluminense, em Campos dos Goytacazes.
Além disso, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, participa de reunião do Banco de Compensações Internacionais (BIS) por videoconferência nesta segunda-feira, e das reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), de 23 a 25 de abril, em Washington.
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Nos EUA, nesta segunda, três dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) discursam: Tom Barkin, de Richmond; o diretor Christopher Waller; e Raphael Bostic, de Atlanta. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, tem encontros com autoridades na Argentina.
Nos dias seguintes, são esperados o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de abril, na terça-feira (15), e a assembleia geral ordinária do Conselho de Administração da Petrobras (PETR3; PETR4), na quarta-feira (16).
O BCE anuncia decisão de juros, com entrevista da presidente da entidade, Christine Lagarde, na quinta-feira (17), além dos BCs do Canadá na quarta, e da China, no sábado (19).
No exterior, são aguardados também as vendas do varejo e produção industrial em março nos EUA, além da inflação ao consumidor (CPI) na zona do euro e discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, todos na quarta; e a abertura da Reunião de Primavera de 2025 do Fundo Monetário Internacional (FMI), na quinta-feira, quando o mercado de Treasuries (títulos da dívida estadunidense) fechará mais cedo.
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Entre os balanços esperados, estão: Goldman Sachs antes da abertura dos mercados; Citigroup, Bank of America, na terça; Netflix e a TSMC, de Taiwan, na quinta.
Mercado financeiro hoje: os destaques desta segunda-feira
Tarifas dos EUA: como estão as bolsas internacionais hoje?
Um apetite por ativos de risco impulsionou as Bolsas asiáticas, enquanto as europeias e os futuros de Nova York têm ganhos fortes, após o presidente dos EUA, Donald Trump, isentar importações de smartphones e outros aparelhos eletrônicos das tarifas “recíprocas”, beneficiando principalmente a China.
Ações da Apple (AAPL34), Nvidia (NVDC34) e Dell (D1EL34) disparavam 4,91%, 1,83% e 5,68% respectivamente no pré-mercado nesta manhã. Os juros dos Treasuries recuam e o dólar hoje amplia perdas pela quinta sessão, após Trump chamar o dólar de “moeda preferida do mundo”.
Pequim pediu o fim das “tarifas recíprocas”, após a suspensão por 90 dias para os outros países afetados, mas Trump negou e disse que os produtos tecnológicos estão sujeitos a 20% da tarifa de fentanil já existente. Tarifas específicas para tecnologia serão definidas em breve.
O presidente republicano disse que anunciará a tarifa sobre importações de semicondutores “ao longo da próxima semana”. Trump e Xi Jinping continuam sem planos de diálogo. Já Neel Kashkari, do Fed de Minneapolis, afirmou que o objetivo do BC americano é manter as expectativas de inflação ancoradas. Pesquisa CBS News mostrou queda na aprovação de Trump, de 48% para 44% desde março.
Boletim Focus: projeções para inflação e juros
O Boletim Focus do Banco Central (BC) trouxe, nesta segunda-feira (14), novas previsões para indicadores da economia, como Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa Selic. O BC atualiza semanalmente as análises do mercado – veja todos os detalhes aqui.
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A mediana do relatório Focus para a inflação brasileira em 2025 se manteve em 5,65%, porém acima do teto da meta (4,50%). Em relação aos juros no Brasil, o boletim Focus espera que a Selic chegue a 15% em 2025, enquanto manteve as projeções para os anos consecutivos.
Commodities: petróleo e minério avançam
Petróleo amplia ganhos anteriores após alívio comercial entre EUA e China. Às 8h17 (de Brasília), o WTI para maio subia 0,93%, e o Brent para junho avançava 0,92%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em alta de 0,28%, cotado a 706 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 96,8 em Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) subiam 1,52% no pré-mercado de Nova York, por volta das 8h20 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras avançavam 2,16% no mesmo horário.
O que esperar para o Ibovespa hoje?
O Ibovespa hoje e ações de Petrobras e Vale podem abrir em alta, seguindo o desempenho positivo do EWZ, principal fundo de índice (ETF, fundo de investimento negociado em bolsa de valores como se fosse uma ação) brasileiro negociado em Nova York, assim como os ADRs dessas empresas.
A queda nos juros dos Treasuries e no dólar, junto com a alta do petróleo e do minério de ferro, pode ajudar os mercados de juros futuros e câmbio.
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Por outro lado, preocupações fiscais também entram no radar, como o impacto do aumento previsto do salário mínimo em 2026 e a decisão do STF de excluir receitas próprias do Judiciário do novo teto de gastos.
Além disso, o governo tem vendido títulos com juros altos, e economistas alertam que o cenário fiscal atual dificulta a redução da dívida pública, hoje em 76% do PIB.
André Esteves, do BTG Pactual, afirmou que os juros no Brasil estão altos demais, enquanto a política fiscal está frouxa. Já Arminio Fraga, ex-presidente do BC, sugeriu medidas para melhorar a situação fiscal, como congelar o salário mínimo em termos reais e cortar gastos tributários. Ainda, o presidente Lula sancionou a Lei de Reciprocidade Econômica, que pode repercutir no mercado financeiro hoje.
* Com informações do Broadcast
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