A participação do diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Abry Guillen, e a palestra do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Atlanta, Raphel Bostic, são os destaques da agenda econômica desta quinta-feira (23).
Leia também
Nos Estados Unidos, serão divulgados dados de atividade do Fed de Chicago, pedidos de auxílio-desemprego e a leitura preliminar de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) em maio.
Os ativos enfrentam dificuldades para tomar uma direção clara, dividindo-se entre o tom duro da ata de política monetária de maio do Fed e o sólido balanço da Nvidia (NVDC34) da véspera, antes da divulgação de dados de atividade dos EUA e comentários de um dirigente do Fed.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Nesta manhã, os retornos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) apontam para queda, após alta no dia anterior, em meio ao documento do banco central reforçar a ideia de que o Fed vai demorar para começar a cortar a taxa básica de juros.
No máximo, indicou apenas uma queda das taxas em 2024, após, na ata, vários dirigentes esboçarem preocupação com a inflação e não descartarem mais aperto da política monetária americana. Veja mais detalhes da ata do Fed nesta matéria.
Já o petróleo ensaia recuperação, em meio à fraqueza do dólar. Os índices futuros de Nova York também sobem, após as bolsas de Nova York cederem na última quarta-feira. Os ganhos são apoiados na ação da Nvidia, que salta quase 7,00% às 7h37. A fabricante de chips divulgou alta de 628% em seu lucro líquido no primeiro trimestre fiscal.
Na Europa, o sinal é destoante, com algumas bolsas europeias buscando recuperação favorecidas por PMIs de maio. Enquanto isso, as bolsas asiáticas fecharam sem direção única, com Tóquio impulsionado por balanço da Nvidia nos EUA e mercados chineses em queda.
Publicidade
O índice de gerentes de compras composto da zona do euro subiu a 52,3, graças à indústria, enquanto o da Alemanha atingiu o maior nível em um ano, impulsionando o euro. Já o PMI do Reino Unido cedeu a 52,8, pesando mais cedo na libra.
Agenda econômica no Brasil
Uma queda do Ibovespa na abertura não pode ser descartada, apesar da alta do petróleo e dos índices de ações no mercado futuro de Nova York e do fato de o principal indicador da B3 acumular quatro fechamentos seguidos de queda. Confira aqui como encerrou o pregão da quarta-feira (22).
A queda de 1,09% do minério de ferro, na China, pode impedir alta do Índice Bovespa. Além disso, os temores fiscais, com a inflação e os juros básicos permanecem acesos, ainda mais após falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da última quarta-feira, elevarem as preocupações com as condições econômicas do País e a piora na projeção de rombo nas contas públicas deste ano pelo governo.
Ao justificar o aumento na projeção de déficit primário em 2024, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que é explicado integralmente pela abertura do crédito suplementar possibilitado pelo bom desempenho das receitas. Em meio aos riscos fiscais, o economista do Santander Ítalo Franca disse ver pressão por mudança na meta fiscal deste ano.
Ficam no foco ainda as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) após o Comitê de Pessoas do Conselho de Administração (Cope) aprovar a indicação da Magda Chambriard para a presidência da empresa.
Nos juros, a queda dos rendimentos dos Treasuries pode ser fonte de alívio, enquanto os investidores acompanham a participação de Diogo Guillen, do BC, em evento, diante da possibilidade de Selic de dois dígitos no fim do ano. Confira como ficam os investimentos com a taxa Selic em 10,50% ao ano nesta matéria.
Agenda do dia
O diretor de Política Econômica do BC, Diogo Abry Guillen, participa de evento promovido pelo European Economics And Financial Centre às 11h. Nos EUA, o Fed de Chicago divulga o índice de atividade nacional de abril e o pedido de auxílio-desemprego semanal, ambos às 9h30. Também será divulgada a leitura preliminar de PMIs americanos às 10h45. O presidente do Fed, Raphel Bostic, participa de evento às 16h.
Publicidade