

A Petrobras (PETR4) é uma ação considerada arriscada em meio à volatilidade do papel, pelas questões políticas e pelos investimentos realizados pela empresa (capex) em 2024, dizem analistas do UBS BB em relatório enviado à imprensa nesta segunda-feira (24). No entanto, a companhia continua com dividendos atraentes e passa a ser um ponto de segurança entre as empresas brasileiras devido ao cenário macroeconômico adverso.
Os analistas enxergam a ação atrativa pela possibilidade de crescimento material da produção para 2025 e 2026 de cerca de 0,3 milhões de barris de petróleo, o que parece não ter sido precificado pelo mercado ainda. Além disso, eles calculam que os dividendos da Petrobras devem entregar um retorno de 13% para os acionistas ao longo de 2025.
“Com esta atualização, estamos cortando nossas estimativas de Fluxo de Caixa Livre (FCL) e, como resultado, nossa previsão de dividendos para 2025 foi de cerca de 16,5% para 13,2% (dos quais 2% de extraordinários) em 2025. Isso é impulsionado por um ajuste na produção, spreads de crack mais suaves e pagamentos de arrendamento mais altos em 2025″, dizem Matheus Enfeldt, Tasso Vasconcellos e Victor Modanese, que assinam o relatório do UBS BB.
Eleição de 2026 já impacta as ações da Petrobras?
Os analistas comentam que ainda é muito cedo para determinar que a ação PETR4 está sendo negociada no mercado por impactos da eleição de 2026, faltando quase dois anos para o próximo pleito. Eles afirmam que os riscos políticos passas a ser precificados com um tempo igual ou inferior a 12 meses da eleição.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
“As ações da Petrobras normalmente se destacam dos pares cerca de 2 a 3 meses antes da eleição, mas isso pode ser antecipado se houver fluxos para o Brasil mais amplamente antes disso. Achamos que uma possível reclassificação pode trazer um aumento de 20% a 70% para as ações”, argumentam Enfeldt, Vasconcellos e Modanese.
De modo geral, o trio de especialistas diz que antes estavam mais otimistas com a ação, por uma série de suposições. No entanto, agora os analistas dizem que estão um pouco mais conservadores com o papel. Eles cortaram as estimativas para o Fluxo de Caixa Livre (FCL) em cerca de 25%, como resultado de spreads de crack mais fracos, algum risco para o petróleo Brent e produção de 2025.
Desse modo, o UBS BB tem recomendação de compra para Petrobras (PETR4). No entanto, devido ao corte de estimativas de dividendos, que foi de 16% para 13%, os especialistas também reduziram o preço-alvo, que foi de R$ 51 para R$ 49 para fim de 2025. O novo valor significa uma alta de 33,15% em relação ao fechamento de sexta-feira (21), quando a ação encerrou o pregão a R$ 36,80.