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Picpay oferece 210% do CDI: ‘Primeiro pezinho em produtos de investimentos’

Anderson Chamon, cofundador da fintech, diz que liquidez diária e isenção de taxas estão mantidas

Picpay oferece 210% do CDI: ‘Primeiro pezinho em produtos de investimentos’
Picpay. Foto: Divulgação
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  • O Picpay aumentou o rendimento dos recursos depositados na conta da fintech de 100% para 210% do CDI, mantendo a liquidez diária e isenção de taxas
  • A informação foi adiantada com exclusividade ao E-Investidor por Anderson Chamon, diretor-executivo de produtos e tecnologia e cofundador do Picpay
  • Os depósitos feitos na conta do Picpay não são garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), mas o empresário explica que, conforme regulamentação do Banco Central, todo recurso depositado na conta da fintech é investido em títulos públicos

Até o final do primeiro semestre de 2021, o Picpay pretende se tornar um marketplace de produtos de investimentos. O primeiro grande passo foi dado nesta terça-feira (3), com o aumento do rendimento dos recursos depositados na conta da fintech, de 100% para 210% do CDI, mantendo a liquidez diária e isenção de taxas. A informação foi adiantada com exclusividade ao E-Investidor por Anderson Chamon, diretor-executivo de produtos e tecnologia e cofundador do Picpay.

“Esse é o primeiro pezinho que estamos colocando em produtos de investimentos. Vamos ampliar bastante o nosso portfólio neste segmento nos próximos meses, sempre na linha de marketplace, com o Picpay sendo um grande distribuidor de produtos, como fundos de outras instituições, dentro da nossa plataforma”, afirma Chamon.

Os depósitos feitos na conta do Picpay não são amparados pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), mas o empresário explica que, conforme regulamentação do Banco Central, todo recurso depositado na fintech é investido em títulos públicos. “Isso significa que, mesmo que o Picpay quebre, o dinheiro das pessoas está protegido”, assegura Chamon.

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Atualmente, a empresa possui uma base de 33 milhões de usuários. Com a ampliação da porcentagem do rendimento, a expectativa é dobrar os cerca de oito milhões de clientes com algum dinheiro na conta do Picpay nos próximos seis meses. A empresa, contudo, não divulga o montante que tem sob gestão na plataforma.

Confira a seguir a entrevista completa com Anderson Chamon.

E-Investidor: Vocês estão aumentando o rendimento de 100% para 210% do CDI. Isso é bastante coisa. Quais serão as condições?

Anderson Chamon: Já fazia parte do portfólio de produtos do Picpay oferecer um rendimento de 100% do CDI para todo o dinheiro na carteira dos usuários, com liquidez diária. Agora, a diferença é que aumentamos para 210% do CDI, mantendo as mesmas regras, ou seja, tudo também com liquidez diária.

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E-Investidor: Tem algum limite para o rendimento?

Anderson Chamon: Sim. A diferença maior da mecânica que temos agora é que existe um limite de R$ 250 mil, onde paramos esse rendimento de 210% do CDI. Qualquer valor acima disso não tem rendimento do CDI.

E-Investidor: Qual é o público-alvo dessa nova operação?

Anderson Chamon: Até o momento está limitado a pessoa física porque o aplicativo Picpay normal só aceita CPF. Não está ligado ao Picpay empresas, que é o nosso aplicativo para CNPJ.

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E-Investidor: Qual o diferencial de vocês com relação aos pares?

Anderson Chamon: É que não precisa esperar nenhum prazo, é imediato. O segundo diferencial é o valor do rendimento propriamente dito. Se não me engano, o máximo dos nossos concorrentes hoje é próximo de 160% do CDI e não tem liquidez diária.

E-Investidor: Tem cobertura do FGC?

Anderson Chamon: Não possui a segurança do FGC, porém tem uma característica importante. Todo o dinheiro que está depositado no Picpay tem uma contrapartida em títulos públicos. Isso é uma exigência regulatória do Banco Central, até para proteger os nossos usuários. Isso significa que, mesmo que o Picpay quebre, o dinheiro das pessoas está protegido.

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E-Investidor: Mas tem algum limite dessa garantia, assim como o FGC cobre investimentos de até R$ 250 mil?

Anderson Chamon: Não tem limite. Qualquer valor do usuário que estiver depositado na nossa conta está protegido com essa garantia.

E-Investidor: Como a empresa se preparou para essa operação? Precisou fazer alguma capitalização, buscar investimentos?

Anderson Chamon: Já investimos em alguns títulos específicos que o Banco Central nos exige, para poder favorecer ao máximo a entrega de valor para o usuário. Também tivemos algum tipo de desenvolvimento do ponto de vista de produto e precisou fazer algumas mudanças no aplicativo para oferecê-lo para os nossos usuários.

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E-Investidor: Em que medida essa mudança é sustentável financeiramente para a empresa?

Anderson Chamon: O Picpay não é um produto de investimento puro e simplesmente. O investimento é uma perna do Picpay. A gente acaba oferecendo isso para os nossos usuários, mas o nosso maior valor está na conta de pagamento. Quanto mais dinheiro as pessoas trazem para cá e entra na nossa rede, temos uma monetização e conseguimos fazer essa conta se pagar. Então, remuneramos o usuário e somos compensados quando ele faz uma transação com fins comerciais dentro do Picpay.

E-Investidor: Qual é a perspectiva com essa operação?

Anderson Chamon: Queremos que as pessoas tragam mais dinheiro para o Picpay, para que elas conheçam, de fato, todo o poder do ecossistema da plataforma. Quanto mais pessoas aderirem por causa do CDI, mais fluidez elas vão ter para usar a carteira Picpay nos diversos meios de pagamento oferecidos.

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E-Investidor: Qual é o volume de usuários e recursos que pretendem atingir?

Anderson Chamon: Nós temos 33 milhões de usuários no Picpay. Desses, oito milhões, aproximadamente, têm algum saldo depositado no Picpay. Não posso revelar o valor total desse saldo, mas nossa expectativa é dobrar a quantidade de pessoas com saldo no Picpay em seis meses, e, consequentemente, dobrar também o valor de depósito dentro da carteira total do Picpay.

E-Investidor: Recentemente o Picpay disponibilizou cartão de crédito e débito. Tem mais novidades?

Anderson Chamon: A novidade importante que temos agora é que o Picpay está dentro do Pix e a partir do próximo dia 16 todos os usuários vão poder fazer transações com o novo serviço. Até o final do ano, vamos ampliar o nosso portfólio de produtos de crédito pessoal. Vamos ampliar a base de pessoas que têm acesso. Temos diversos outros produtos sobre os quais eu não posso dar muitos detalhes agora, mas haverá muitas novidades nos próximos três meses.

E-Investidor: Planejam deixar de ser conta de pagamentos?

Anderson Chamon: Não temos o objetivo de virar conta bancária. Porém, queremos dar acesso a todos os produtos bancários e financeiros que estão no mercado. O jeito de fazer isso é se tornando um grande marketplace. Ou seja, qualquer instituição financeira vai poder chegar aqui, oferecer produtos aos nossos usuários, que poderão contratar esses serviços com uma experiência muito mais fácil do que teriam se tivessem que ir à instituição.

E-Investidor: Vão oferecer mais produtos de investimentos?

Anderson Chamon: Esse [aumento de 100% para 210% do CDI] é o primeiro pezinho que estamos colocando em produtos de investimentos. Vamos ampliar bastante o nosso portfólio neste segmento nos próximos meses, sempre na linha de marketplace, com o Picpay sendo um grande distribuidor de produtos, como fundos de outras instituições, dentro da nossa plataforma.

E-Investidor: Quais produtos querem oferecer e em quanto tempo?

Anderson Chamon: Não posso adiantar o tipo de produto, mas posso dizer que até o final do primeiro semestre do ano que vem já teremos muito mais dentro da plataforma.

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