A temporada de balanços vai terminar nesta semana com empresas de diversos setores divulgando resultados, como Taesa (TAEE11), Nubank (ROXO34) e Itaúsa (ITSA4). A elétrica e a holding devem divulgar seus números do segundo trimestre de 2024 na noite desta segunda-feira (12). Já o roxinho deve apresentar o balanço na terça-feira (13).
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Sobre a Taesa, a estimativa do Itaú BBA aponta para um lucro de R$ 239 milhões no segundo trimestre de 2024, uma baixa de 2,9% na comparação com o mesmo período de 2023.
Já o BTG Pactual diz que a empresa deve lucrar R$ 241 milhões no segundo trimestre de 2024, um recuo de 2% em relação ao ganho de R$ 246 milhões do mesmo período do ano passado. Os analistas comentam que esperam um trimestre sem surpresas para a empresa com um bom desempenho de novos ativos nos últimos 12 meses compensado pela deflação de 4,5% no acumulado de um ano, o que pode impactar a Receita Anual Permitida (RAP) sendo feita com base no Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M).
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O RAP diz respeito ao maior faturamento que as companhias do setor elétrico podem alcançar com seus ativos e a definição deste teto vem da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Arlindo Souza, analista da Levante Investimentos, comenta que, além de estimar uma queda de 6,4% no lucro da empresa, ele diz acreditar que a Taesa deve pagar apenas 4,2% do valor de sua ação (rendimento de dividendos, ou dividend yield) em proventos no próximo ano. O analista comenta que tem essa estimativa devido ao endividamento da companhia, medido pela alavancagem via dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).
O indicador encerrou o primeiro trimestre de 2024 em 3,8 vezes e o analista espera que esse patamar se mantenha ao longo dos próximos trimestres. “Acredito que esses dividendos devem cair para metade do lucro líquido regulatório por causa do endividamento, por isso não vemos a empresa como atrativa para dividendos”, comenta Souza.
Analistas recomendam venda para as ações da Taesa nesta temporada de balanços
Justamente devido à estimativa de queda no lucro e dividendos menores, o BTG tem recomendação de venda para as ações da Taesa. Em relatório do dia 22 de julho, o banco estima que a companhia deve pagar um dividend yield (DY) de 6,5% em 2024 e de 10,4% em 2025. Com base nessas premissas, os analistas João Pimentel, Gisele Gushiken, Maria Resende e Luis Mollo calculam um preço-alvo de R$ 35,00 para o ativo ao fim de 2024, uma possível queda de 1,10% na comparação com o fechamento de sexta-feira (9), quando a ação encerrou o pregão a R$ 35,39 – a margem, portanto, para alcançar o DY projetado está apertada. A Levante segue a mesma linha e recomenda venda para as ações da Taesa.
Ricardo Salim Jr, analista da Lumi Research, também tem recomendação de venda para TAEE11, com preço-alvo de R$ 36 para o fim 2024, uma alta de 1,72% na comparação com o fechamento de sexta-feira (9), quando o papel encerrou o pregão a R$ 35,39. O analista da Lumi acredita que a empresa deve pagar 6% do seu valor de mercado em dividendo e estipula um preço-teto de R$ 37,20 para o investidor abocanhar esse dividendo. No entanto, ele comenta que existem opções melhores para o investidor no setor elétrico.
O Itaú BBA tem uma recomendação menos pessimista para a empresa. Os analistas apontam que a Taesa deve entregar um rendimento de 6,5% em dividendos neste ano e de 7,7% em 2025. A classificação para o papel, no entanto, é de market perform, desempenho dentro da média do mercado, equivalente à recomendação neutra. O preço-alvo do Itaú BBA está em R$ 36,7, uma potencial alta de 3,7% na comparação com o fechamento de sexta-feira.
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“Esperamos que a Taesa anuncie uma distribuição de dividendos de aproximadamente R$ 150 milhões neste trimestre. Vale a pena notar que a empresa introduziu recentemente uma nova política de dividendos com base no lucro líquido regulatório em vez do IFRS (Normas Internacionais de Relatório Financeiro, em tradução livre). A Taesa também divulgou uma redução no pagamento de proventos para 2024 para 75% do lucro líquido, o que deve reduzir os dividendos da companhia”, apontam Marcelo Sá, Fillipe Andrade, Luiza Candiota e Victor Cunha, que assinam o relatório do Itaú BBA.
UBS BB tem recomendação neutra para o Nubank
O investidor estrangeiro vê os sinais de deterioração na qualidade dos ativos do Nubank (ROXO34) como um “efeito colateral” do crescimento acelerado da fintech, enquanto o investidor brasileiro acredita que a piora indica que a carteira está mais cíclica que no passado. As afirmações são do UBS BB, que conversou com investidores para entender o sentimento em torno dos papéis do banco digital.
“O retorno que recebemos dos investidores otimistas com o Nubank (a maior parte deles internacionais) é de que vários dos sinais amarelos que levantamos em nossa nota (de redução da recomendação para neutro), como o número de operações por cliente ou a baixa fatia de recebíveis de cartão com juro zero são, na verdade, a estratégia da empresa de maior venda cruzada de crédito”, afirma a equipe liderada pelo analista Thiago Batista.
O UBS BB rebaixou a recomendação do Nubank de compra para neutra na semana passada, mencionando a qualidade dos ativos entre os pontos de atenção. Dados parciais do Banco Central que mostraram um aumento da carteira com pior classificação de crédito levaram as ações da fintech a caírem na semana passada.
De acordo com o banco, o grupo otimista com o Nu considera que contanto que a originação de crédito do Nubank não desacelere, alguma piora adicional na qualidade dos ativos não é suficiente para reverter a opinião otimista.
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Já entre os pessimistas, majoritariamente investidores locais, este ponto gera maior preocupação, e a visão de que a carteira de crédito do banco digital ficou mais sensível às flutuações da economia. “O fato de que o número de pessoas físicas incluídas no cadastro negativo chegou a um pico histórico foi um argumento comum entre os que têm visão pessimista (como nós).”
O UBS BB tem recomendação neutra para o Nubank com preço-alvo de US$ 13,50 para os ativos listados em Nova York, US$ 8,87 acima do fechamento de sexta-feira (9), quando a ação encerrou o pregão a US$ 12,40. Para mais informações da temporada de balanços, confira no calendário a seguir.
*Com informações do Broadcast
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