- Para especialista, valorização ocorre pela perspectiva de salário mínimo ser maior
- Entre as principais varejistas listadas no Ibovespa, os papéis das Lojas Renner (LREN3) foram os que apresentaram os maiores ganhos
- No entanto, a valorização trata-se de um movimento pontual e não deve se consolidar em uma recuperação dos ativos
As ações da varejistas seguem com um viés positivo no primeiro pregão após o segundo turno das eleições. O movimento de recuperação dos papéis ao longo da manhã desta segunda-feira (31) reflete as perspectivas do mercado sobre o aumento do consumo durante a próxima gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, eleito com 50,6% dos votos válidos neste domingo (30).
Leia também
Entre as principais varejistas listadas no Ibovespa, os papéis das Lojas Renner (LREN3) foram os que apresentaram os maiores ganhos. Por volta das 11h30 de hoje, as ações da varejista registraram uma forte valorização de 5,09%. Às 13h, as altas eram de 4,61%, cotadas a R$ 30,19.
Os papéis do GPA (PCAR3) e do Grupo Soma (SOMA3) também tiveram ganhos expressivos com valorização de 4,65% e de 4,41%, respectivamente, por volta das 11h30. Já no início da tarde, também em torno das 13h, os ganhos eram de 2, 75% (PCAR3 – R$ 21,64) e de 3,4% (SOMA3 – R$ 14,30).
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
As ações da Magazine Luiza (MGLU3) e da Via (VIIA3) tiveram uma performance mais tímida em relação às outras companhias do setor, mas conseguiram conquistar no momento de “euforia” do mercado altas de 3% no fim da manhã. Por outro lado, o ritmo de valorização reduziu e, no início desta tarde os papéis estavam sendo negociados com leves altas de 0,46% (MGLU3) e de 0,66% (VIIA3).
Para Ariane Benedito, economista e especialista em mercado de capitais, o fator política é o principal “drive” para a condução dos ganhos do setor, já que com a vitória de Lula é provável que haja a continuidade dos auxílios e a probabilidade do salário mínimo ser maior no próximo ano e ajustado à inflação, diz Benedito.
No entanto, a valorização trata-se de um movimento pontual e não deve se consolidar em uma recuperação dos ativos. O motivo se deve ainda ao cenário econômico que segue desafiador para o setor, com a inflação ainda em patamares elevados e juros na casa dos dois dígitos.
“O nível de consumo ainda muito sensível versus o endividamento mais caro (com a taxa de juros a 13,75% ao ano) faz com que as companhias tenham problemas de balanço. Por mais que as ações subam na especulação, os papéis devem recuar quando os “fatos” chegarem”, afirma Benedito.
Publicidade