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Sob risco de expulsão da Nyse, Alibaba prepara ‘plano B’ em Hong Kong

Gigante chinesa entrou recentemente na lista da SEC, a CVM americana, de possíveis deslistagens

Sob risco de expulsão da Nyse, Alibaba prepara ‘plano B’ em Hong Kong
O empresário Jack Ma é fundador do Alibaba (Lai Seng Sin/ Reuters)
  • A SEC (CVM americana) incluiu no dia 29 de julho o Alibaba na lista de companhias em risco de deslistagem, o que derrubou as ações em 11,12% na data
  • Contudo, a empresa já tem um ‘plano B’. Atualmente, o Alibaba possui também uma listagem secundária na bolsa de Hong Kong (China), que deve ser convertida em listagem ‘primária’ até o fim de 2022

O governo norte-americano está acompanhando de perto as empresas chinesas e nem mesmo o Alibaba (BABA, BABA34), maior e-commerce da China e um dos maiores IPOs da história do mercado americano, conseguiu escapar aos olhos do regulador.

A SEC (comissão de valores mobiliários americana) incluiu o Alibaba na lista de companhias em risco de deslistagem na bolsa de Nova York no dia 29 de julho, o que derrubou as ações em 11,12% na data. Isto porque a empresa fundada por Jack Ma, como muitas outras companhias chinesas na Nyse, não permite que suas contas sejam auditadas por órgãos fiscalizadores americanos. Nesta reportagem, veja como ficam os BDRs se o Alibaba for realmente banido de Wall Street.

Contudo, a empresa já tem um ‘plano B’. Atualmente, o Alibaba possui também uma listagem secundária na bolsa de Hong Kong (China), que deve ser convertida em listagem ‘primária’ até o fim de 2022. O interesse em fazer a alteração foi comunicado ao mercado no dia 26 de julho, antes mesmo da inclusão na lista da SEC, e o pedido foi acatado pela bolsa de Hong Kong na segunda-feira (8).

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Desta forma, o Alibaba conseguirá participar do programa Stock Connect, que conecta a bolsa de Xangai à bolsa de Hong Kong. Em outras palavras, facilita o acesso de investidores da China Continental (região que exclui Hong Kong) e outras regiões da Ásia aos papéis.

Essa iniciativa também afasta um pouco os temores relacionados à redução de liquidez das ações, em caso de uma ‘expulsão’ da companhia de Wall Street.

“Dada a presença substancial de nossas operações comerciais na Grande China, e o nexo entre Hong Kong e nossas principais operações comerciais na Grande China, esperamos que a conversão primária nos permita ampliar nossa base de investidores e facilitar a liquidez incremental”, diz o Alibaba em comunicado.

O esperado é que a cotação principal do Alibaba seja em Hong Kong até o fim de 2022.

Entretanto, para Rodrigo Lima, analista de investimentos e editor de conteúdo da Stake, a mudança não tranquiliza os investidores internacionais. A instabilidade e disputas políticas entre Hong Kong e a China continental ainda são grandes riscos ao negócio. “Eles [os investidores] ainda podem temer intervenções do Partido Comunista Chinês na companhia”, afirma.

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É importante ressaltar que, após críticas ao sistema financeiro chinês, Jack Ma ficou três meses ‘desaparecido’ da vida pública. As críticas, feitas pelo empresário em outubro de 2020, também resultaram na suspensão do que seria o ‘maior IPO da história’: o da empresa Ant, que faz parte do grupo Alibaba.

Para Rafael Nobre, analista internacional da XP, a possível deslistagem da Nyse não traria tantas preocupações. “Fundamentalmente não impacta em nada. O que pode ocorrer no curto prazo é uma redução de liquidez, porque a bolsa americana tem mais liquidez do que a bolsa chinesa. No longo prazo não existem grandes empecilhos para os investidores buscarem as ações em Hong Kong”, afirma.

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