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Americanas (AMER3) e LTS negam acusação de ex-CEO sobre fraude

Miguel Gutierrez afirmou que Carlos Alberto Sicupira acompanhava a rotina da varejista

Americanas (AMER3) e LTS negam acusação de ex-CEO sobre fraude
Foto: Felipe Rau/Estadão

A LTS Investments, empresa que administra os negócios de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, divulgou nota em que refuta as acusações do ex-CEO das Americanas (AMER3), Miguel Gutierrez. À Justiça, ele afirmou que o rombo bilionário da companhia descoberto em janeiro envolveu Sicupira, que é acionista de referência da varejista junto com os dois sócios.

A nota afirma que não há prova das alegações. “As ilações de uma pessoa que deixou o país depois de ter tido um requerimento de participação à CPI aprovado não têm coerência com os fatos até agora expostos pelas autoridades, tampouco nenhuma prova apresentada pela companhia há três meses foi questionada até o presente momento”, diz o texto. “Os acionistas de referência sempre atuaram com o máximo de zelo e ética sobre a companhia. Ainda assim, todos os acionistas da Americanas foram enganados por uma fraude ardilosa cujos malfeitores serão responsabilizados pelas autoridades competentes”.

As Americanas também divulgaram nota afirmando refutar “veementemente” as argumentações de Gutierrez. “A Americanas reitera que o relatório apresentado na Comissão Parlamentar de Inquérito em 13/06, baseado em documentos levantados pelo Comitê de Investigação Independente, além de documentos complementares identificados pela Administração e seus assessores jurídicos, indica que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas, capitaneada pelo senhor Miguel Gutierrez”.

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No processo em que o Bradesco, credor das Americanas, procura antecipar a produção de provas sobre o que houve na varejista, Gutierrez afirma que Sicupira acompanha a rotina da empresa. “Questões financeiras, por exemplo, além da diretoria financeira e das áreas a ela subordinadas, eram tratadas pelo comitê financeiro, órgão de assessoramento ao conselho de administração e que contava com membros ligados aos acionistas controladores inclusive por vínculos familiares”, afirmou ele.

Na sequência, disse que “funcionários da LTS (holding dos acionistas controladores) muitas vezes também participavam dessas discussões, mesmo não tendo cargos formais na Americanas ou em LASA, conforme o caso”.

Sobre as fraudes contábeis, ele afirmou que “vale observar que os membros do comitê de auditoria e do comitê financeiro, bem como os do conselho fiscal, eram indicados ou sempre validados pelo sr. Carlos Alberto Sicupira”. “Além disso, cabia ao conselho de administração, também, autorizar mudanças nas políticas contábeis da companhia.”

Rombo nas Americanas

A derrocada da empresa do trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, começou no dia 11 de janeiro deste ano, por meio da publicação de um fato relevante intitulado “Questões Contábeis e Alterações na Administração”. O documento assinado pelos recém empossados presidente e diretor financeiro da empresa, Sérgio Rial e André Covre, revelou ao mercado a descoberta de “inconsistências contábeis” de cerca de R$ 20 bilhões nos balanços da companhia.

Esse descasamento bilionário viria de operações de risco-sacado — empréstimos feitos com bancos para adiantar o pagamento de fornecedores — não contabilizadas. No mesmo comunicado, Rial e Covre anunciavam suas renúncias. Eles ficaram menos de 10 dias nos cargos.

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O principal palpite do mercado acerca da crise na Americanas se mostrou correto: o buraco nas contas da Americanas veio de uma fraude, admitida pela varejista em um fato relevante publicado em 13 de junho.

Com informações do Estadão Conteúdo

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