- Thomas e Andreas Struengmann venderam cerca de US$ 110 milhões em ações da BioNTech (B1NT34) este ano
- A BioNTech formou uma parceria com a Pfizer (PFIZ34) para desenvolver a primeira vacina contra a covid
- Os irmãos estão prestes a embolsar lucros enormes não realizados depois de investirem US$ 186 milhões em capital semente na BioNTech
Os irmãos gêmeos por trás de uma das maiores fortunas da indústria farmacêutica do mundo estão reduzindo consideravelmente suas participações de uma fabricante de vacinas contra Covid-19 à medida que a demanda pelo imunizante diminui.
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Uma empresa de investimento revelou que Thomas e Andreas Struengmann venderam cerca de US$ 110 milhões em ações da BioNTech (B1NT34) este ano e entraram com um pedido no mês passado para se desfazerem de quase o dobro dessa quantia em uma das maiores vendas de ações listadas em Nova York, de acordo com informações das agências reguladoras.
Os irmãos, responsáveis pelo investimento semente da BioNTech, ainda são os maiores acionistas da empresa alemã, com uma participação de aproximadamente 43% até as próximas vendas. A BioNTech formou uma parceria com a Pfizer (PFIZ34) para desenvolver a primeira vacina contra a covid aprovada pela Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês), a agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos.
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Um representante dos Struengmanns, 73 anos – que juntos têm um patrimônio líquido de cerca de US$ 23,4 bilhões, de acordo com o índice de bilionários da Bloomberg –, não respondeu a uma solicitação de posicionamento. Já o representante da BioNTech não quis se pronunciar.
As vendas indicam que os irmãos estão cada vez mais realizando os lucros conquistados com a aposta inicial na BioNTech, cujo valor das ações alcançou níveis recordes durante a pandemia.
As ações da empresa despencaram desde então, conforme a demanda pela vacina contra a covid diminuía, levando-a a reduzir em 20% sua previsão para as vendas de vacinas neste ano. Ainda assim, os irmãos estão prestes a embolsar lucros enormes não realizados depois de investirem US$ 186 milhões em capital semente na BioNTech quando ela foi fundada em 2008. As ações subiram mais de 550% desde sua oferta pública inicial nos EUA em 2019 e estavam em alta de até 9,1% na segunda-feira (6), após a divulgação de um lucro inesperado.
Venda de ações
Os Struengmanns estão aumentando as vendas das ações de seu maior ativo listado ao mesmo tempo em que lideram a aquisição da Schuelke & Mayr GmbH, num acordo previsto para ser fechado este trimestre e que avaliou a fabricante alemã de antissépticos para as mãos em cerca de US$ 1,5 bilhão. Além disso, eles alocaram capital em pelo menos três empresas em fase inicial, entre elas a dinamarquesa de biotecnologia Bactolife e a alemã de biotecnologia para produção de seda AMSilk, fora um reforço recente nas participações imobiliárias deles.
As vendas sinalizam que os bilionários continuarão fazendo grandes apostas nos setores farmacêutico, de ciências da vida e imobiliário, a principal base da estratégia de gestão da fortuna deles.
Eles fazem isso por meio do Athos, um dos maiores family offices do mundo, que foi criado logo depois da Novartis AG anunciar em 2005 a compra da fabricante de medicamentos dos irmãos, a Hexal, assim como da participação deles na subsidiária Eon Labs por um total de € 5,7 bilhões.
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O Athos foi chefiado durante mais de uma década pelo presidente da BioNTech, Helmut Jeggle, mas ele deixou a direção da empresa com sede em Munique em 2021 para focar nos próprios negócios. Naquele ano, a empresa contratou o gerente-geral Wolfgang Kessler, um profissional de investimento veterano com experiência no setor imobiliário.
Desde então, os irmãos anunciaram a compra de um edifício de £ 26 milhões num dos distritos financeiros de Londres e estão construindo cerca de duas dúzias de casas de luxo à beira de um lago na terra natal deles. Em 2023, eles aumentaram sua participação na empresa alemã de biotecnologia Formycon AG e adquiriram ações da NexWafe, uma fabricante de células fotovoltaicas que conta com divisões da Reliance Industries, de Mukesh Ambani, e com a Saudi Aramco como investidores.
O Athos tem cerca de 40 funcionários e anunciou neste ano uma vaga no setor de investimento, além de um cargo de gestão para pôr em prática uma estratégia de sustentabilidade. Os anúncios encorajavam os candidatos aos empregos no family office a ter uma mentalidade leal e uma aparência comedida, em sintonia com o perfil discreto dos irmãos Struengmann.
